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Rumo ao Mundial, bicampeões brasileiros podem deixar Marechal Cândido Rondon

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Joni Lang/OP
Equipe conta com patrocínios de poucas instituições e realiza eventos e campanhas para manter atividades. Treinador e jogadores teriam propostas de outros clubes

 

Fundada há pouco mais de seis anos por idealização dos professores Guilherme Prates Roma e Marcelo Goes, a Associação Rondonense de Basquete (Aroba), por meio da diretoria presidida por Paulo Sérgio Martins, conduz os caminhos do basquete rondonense, fortalece a modalidade, assim como atua na inclusão de valores como disciplina, respeito, trabalho em equipe e na busca de bons resultados em quadra.

Ao Jornal O Presente, o treinador Guilherme Roma diz que inicialmente a equipe era competitiva, porém não contava com a organização que a sociedade fez parte para que houvesse o desenvolvimento do basquete. A partir do momento em que o atual presidente Paulo Sérgio assumiu, a gente teve mudança de direção visando voos mais altos. Quando a gente assumiu, Marechal Rondon já tinha história consolidada no basquete, pois contava com títulos estaduais, então nós começamos a vislumbrar competições em nível nacional, expõe.

Com a dedicação da comissão técnica, que transmitiu todo seu conhecimento e experiência aos jogadores, foi possível se tornar tetracampeão estadual. Hoje há títulos sub-12 dessa mesma geração até sub-19, com todas as conquistas possíveis nessa categoria, tanto da Taça Paraná quanto do Campeonato Paranaense. A classificação em 2º lugar no Sul-Americano foi a nossa grande conquista em nível fora do Estado, em Novo Hamburgo (RS), o que na época não era imaginado. Também tivemos participações nos campeonatos brasileiros, sendo o primeiro nesses cinco anos um 5º lugar, depois 4º lugar, e nesses últimos dois anos com a conquista dos títulos, ressalta.

As conquistas em questão são os Jogos Escolares da Juventude, etapa nacional dos Jogos Escolares, em novembro de 2016, e o Campeonato Brasileiro de Desporto Escolar, no último fim de semana, em Recife (PE).

Tamanho esforço e dedicação proporcionaram que o técnico rondonense e inúmeros jogadores despontassem em nível nacional. Boa parte, inclusive, está com propostas de outros clubes, revelando que após o Mundial da Croácia, que acontecerá de 29 de abril a 08 de maio, atletas e comissão técnica podem deixar Marechal Cândido Rondon.

 

Evolução

De acordo com o técnico, bastantes atletas se desenvolveram e estão crescendo desde o início das atividades. Os casos da categoria 1999 são o João Mateus, que se dedicou muito na época em que esteve defendendo Marechal Rondon, passou por Bauru (SP) e atualmente está no Flamengo (RJ), que é o maior clube de basquete do Brasil. O último garoto que a gente mandou em um grande clube é o George, que está no Minas Tênis (MG). O Raul Eiras está se preparando para seguir o seu sonho em outros países. Ele está com o projeto de ir para os Estados Unidos, então a gente espera sair a bolsa atleta por parte do governo federal, devido ao Campeonato Brasileiro do ano passado. A bolsa pode sair no fim deste mês, enaltece Roma.

Roma destaca que a equipe da Aroba foi reforçada porque os dirigentes sabiam que seria preciso enfrentar times com grandes investimentos. Financeiramente a gente não paga os atletas de Marechal Rondon e nem os de fora, então os meninos vêm para cá por acreditarem no trabalho e no treinamento que a gente repassa para eles. Nós criamos uma seleção com meninos de Marechal Rondon e de fora, sendo os treinamentos iguais, de maneira que todos têm a mesma condição de querer se desenvolver. A diferença citada é que quando tem uma equipe montada a gente tem a fidelidade dos atletas. Pela amizade que os atletas têm, a gente sabe que a lealdade com o esporte se torna melhor, então quem vem de fora acaba se dedicando 100% ao esporte. A partir do momento que se traz atletas de fora existe uma responsabilidade maior, porque a associação não cuida somente da quadra e sim dentro e fora de quadra, acrescenta.

É neste momento que entram os patrocínios. O Colégio Rui Barbosa oferece bolsas 100%, independente se os jogadores são de Marechal Rondon ou de fora, sendo que esta parceria existe há cinco anos. Nós tivemos meninos de Marechal Rondon que adentraram em uma universidade devido a essa bolsa e à parceria com o Rui Barbosa. Eu acredito que cada um usa o basquete e o esporte para aquilo que interessa. Alguns desejam se tornar profissionais e vêm para cá visando isso, enquanto outros utilizam para melhorar a qualidade de ensino. A gente busca equilibrar as duas coisas: qualidade de ensino e qualidade de treinamento. Acredito que por isso a gente está tendo sucesso, avalia.

O técnico menciona que 60% da equipe que conquistou os Jogos Escolares da Juventude esteve presente no título mais recente: o Campeonato Brasileiro de Desporto Escolar. A nossa grande incógnita era saber como eles iriam reagir dentro da competição, porque do ano passado para este ano nós perdemos duas das melhores peças: o Raul e o George. Porém, reforçamos a equipe com atletas de qualidade e que estavam vindo de seus clubes sem ter muitas oportunidades. Temos o caso do Edu, que veio do Palmeiras, e o Peti, que veio de Franca (SP) – duas equipes de ponta no Brasil. Contudo, eram atletas que não tinham espaço para jogar dentro desses clubes. A gente acreditou e trouxe eles, a incógnita era saber como reagiriam na competição porque não houve tempo de amadurecer a equipe como um todo. A gente chegou lá, a equipe foi crescendo dentro e conquistou o título, comemora.

 

Futuro

Com o calendário apertado em virtude da proximidade do Mundial em Porec, na Croácia, a equipe tem duas possibilidades de treinamento. Ela pode participar da Copa Joinville (SC), entre a próxima quinta-feira (20) e o dia 23, uma espécie de preparação, ou então realizar de dois a três dias de treinamento em São Paulo, iniciando no dia 24.

O ideal seria participar da Copa Joinville porque você garante tempo de quadra. Todavia, a gente sabe das dificuldades financeiras pelas quais a associação e a equipe passam, então estamos batalhando para conseguir. Caso não seja possível, a gente vai treinar até a data determinada para seguir a São Paulo e aí sim terminar a nossa preparação lá. Acredito que sexta-feira (amanhã, dia 14) a gente tenha um posicionamento sobre esta Copa e de que forma vamos levar. Se não for possível, a gente treina da forma como fez para o Brasileiro. Vamos nos dedicar e estudar onde erramos e o que precisamos corrigir. Sabemos que o tempo é curto, vamos jogar com grandes seleções, lá não haverá ninguém que não saiba jogar basquete. Cada um estará representando o seu país e fazendo o seu melhor, e nós vamos fazer a mesma coisa, declara.

Em solo croata, a equipe sub-18 será denominada de Seleção Brasileira de Basquete/Colégio Rui Barbosa/Aroba/Sicredi/Marechal Cândido Rondon. No município rondonense, atualmente a equipe de rendimento da Aroba conta com 20 atletas nas categorias sub-17 e sub-19.

 

Possíveis baixas

Em relação a eventuais saídas para clubes de outras regiões, o técnico Roma diz que o cenário ainda está indefinido. A gente precisa ter apoio e reconhecimento da população local e do Poder Público em relação ao trabalho que está sendo feito. A nossa proposta é representar Marechal Rondon em competições estaduais de rendimento, mas precisa ter respaldo para representar o município dessa forma. A associação em hipótese alguma sairá de Marechal, independente se o Guilherme ou os atletas ficarem ou deixarem o time. A Aroba foi fundada para fazer o bem à comunidade rondonense. As escolinhas vão continuar em atuação, são vários locais e este ano queremos aumentar o trabalho, tanto que a população de Iguiporã, Margarida e Porto Mendes nos animou a levar o esporte para lá, enfatiza.

Sobre a minha continuidade em Marechal Rondon ou dos atletas, isso vai depender muito do Poder Público e da aceitação da comunidade para que acredite e aceite o trabalho da forma que está sendo ou então realmente a gente pode procurar novos ares e novos lares. Acredito que independente se a equipe continuar unida ou não e os atletas se separarem, cada um fez uma história muito bonita, enfatiza.

 

Patrocínios

Os pagamentos das despesas da associação ocorrem devido às promoções que os pais, em nome do presidente Paulo Sérgio, Nair e Berenice, encabeçam. A gente faz muitos eventos durante o ano, além de contar com a ajuda de patrocinadores. Neste ano, devido à crise, tivemos uma queda muito grande de patrocínios e em vista disso está realmente muito complicado. Mas, se de um lado está complicado fora de quadra, de outro a gente continua colhendo bons frutos dentro de quadra. Se não fosse o amor e a cooperação dos pais dos atletas, acredito que hoje a associação já estaria parada. Financeiramente a gente sabe das dificuldades, então é por isso que os pais não desistem e continuam a batalha, diz.

Roma menciona que a principal parceria é com o Colégio Rui Barbosa, que fornece bolsa completa aos atletas e material escolar. Das grandes empresas, a Sicredi é a única que está patrocinando o time de basquete e nós temos mais uma empresa de Franca, que é a Dudu Dias. Fora isso temos permutas com restaurantes que ajudam com a alimentação dos meninos, a Padaria Branca de Neve e os supermercados que acabam ajudando com inúmeras despesas. A associação pouco usufrui de dinheiro. Ela prefere ter permutas para não precisar girar e nem receber dinheiro. Eu acredito que é dessa forma que o basquete continua, pontua.

 

Campanha ao Mundial

Considerando que o Poder Público não pode auxiliar neste sentido, pois as despesas virão com documentos particulares de atletas que precisam ter os seus passaportes e legalmente não se pode realizar o pagamento de documentos pessoais. Como há garotos com bastante dificuldade financeira, a associação está fazendo uma ação entre amigos pedindo depósito de qualquer valor nas contas da Aroba, cujo dinheiro será revertido para o pagamento do passaporte desses meninos, explica.

Segundo o técnico, os custos de toda viagem e da alimentação de São Paulo à Croácia, mais hotel e hospedagem serão pagos pela Confederação Brasileira de Desporto Escolar. Porém, nós temos o custo de ir até São Paulo. A gente não sabe se vai ter essa ajuda financeira do Governo do Estado para pagar as nossas despesas até São Paulo ou se vai ter que alugar um ônibus ou uma van. A gente está esperando o comunicado oficial da Confederação para ver quais serão os gastos que nós teremos com esta competição, comenta. A ajuda pode ser em qualquer valor, todavia a Aroba sugere doações de R$ 10, R$ 20 e R$ 50. As contas disponíveis para depósito bancário são: Sicredi: agência 0715, conta-corrente 54014-5; Sicoob: agência 4385, conta 5855-6; Banco do Brasil: agência 0859-1, conta 37899-2. O CNPJ da Aroba é 13.462.846/0001-95. Em caso de dúvidas, o telefone para contato é (45) 99821-1516 ou pelo Facebook da Aroba Associação de Basquete.

Por fim, Roma salienta que ninguém conquista nada sozinho. Você anda na cidade e o pessoal dá os parabéns para os atletas e à comissão técnica. Eu quero dar os parabéns para toda a comunidade rondonense. Agradeço ao Mainardes, que presta grande ajuda. A família Grau, que nos eventos sempre está conosco, e que é um grupo de amigos formado pelo André e Eduardo, que foi atleta e é patrocinador. Ao auxiliar Paulinho, assim como a toda diretoria da associação, Paulo Sérgio, Nair, Berenice, Mônica, todos os pais envolvidos e os pais dos atletas que acreditam no nosso trabalho. Em especial à minha namorada Betânia e todos os meus familiares. É preciso enaltecer porque é um conjunto de forças, conclui.

 

Saiba como ajudar

Doação de R$ 10, R$ 20 ou R$ 50

 

Banco do Brasil

Agência 0859-1

Conta 37899-2

 

Sicoob

Agência 4385

Conta 5855-6

 

Sicredi

Agência 0715

Conta 54014-5

 

Associação Rondonense de Basquete (Aroba)

CNPJ: 13.462.846/0001-95

 

Mais informações:

(45) 99821-1516 ou pelo Facebook da Aroba Associação de Basquete

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