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Thiago Wild projeta desafios em Roland Garros e no US Open

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Com inúmeras conquistas somadas em vários anos de competições na modalidade de tênis, o rondonense Thiago Wild começa a figurar como uma das principais promessas do tênis brasileiro no cenário mundial. Wild, que é atleta da Tennis Route, iniciou sua caminhada vitoriosa no esporte cerca de dez anos atrás, na época sendo treinado pelo seu pai, Cláudio Wild, na academia da família em Marechal Cândido Rondon.

O esforço e a determinação do então menino, que treinava por horas praticamente todos os dias, possibilitaram a participação em disputas amistosas e nos primeiros campeonatos, faturando troféus e evoluindo de categoria. Entre os feitos do rondonense estão disputas em nível municipal, regional, estadual, no Sul do país, em nível nacional, na América do Sul, e até mesmo um título do badalado torneio de Roland Garros, alguns anos atrás.

Com tanto empenho, era de se esperar que o atleta fosse notado. E assim foi. Em janeiro de 2014 ele foi convidado a treinar na Capital Rio de Janeiro, onde está, desde então, junto dos melhores técnicos, preparadores e atletas do país.

Os resultados começaram a ficar mais perceptíveis e na temporada 2017 o talentoso atleta do tênis brasileiro conseguiu dar um “up” na sua carreira: foi vice-campeão do Banana Bowl, maior torneio brasileiro em nível mundial, e campeão de um torneio na Argentina com o mesmo nível do anterior. “Venci o torneio juvenil na Itália, disputei as quartas em Roland Garros, competi na final de um torneio nível ATP (Associação de Tenistas Profissionais) e ganhei outro, sem contar que acabei de ganhar no Top 100 ATP, como o possível mais novo. Tive um grande salto, pois sou o 17º do Brasil na ATP, quando antes estava na posição 1,1 mil ou 1,2 mil”, destacou Wild em entrevista ao O Presente, durante sua passagem por Marechal Rondon na última semana.

Em novembro o jovem faturou o título de simples e duplas no seu primeiro torneio ATP em Antalya, na Turquia. A façanha posicionou o esportista, hoje com 17 anos, como o 17º melhor brasileiro no ranking profissional e o 4º melhor jogador sub-18 no ranking mundial atrás do canadense Felix Aliassime, do espanhol Nicolas Kuhn e do alemão Ronald Moelleker. Recentemente, Wild  foi convidado a competir na principal chave do Torneio Internacional Challenger de Tênis – Ano 2 – Rio de Janeiro Classic.

 

Fase de crescimento

Durante a entrevista, Wild relembrou o início de sua carreira, quando tinha entre cinco e seis anos, sendo acompanhado de perto pelo pai. “Desde sempre pensei e sonhei em jogar profissionalmente o mais cedo possível, porque querendo ou não os rankings juvenis não carregam os atletas para frente a partir dos 17, 18 anos, apesar de garantirem bastante expressão e fama. A passada para o profissional, dos 17 para os 18 anos, é sempre a fase mais difícil do tenista, por isso eu comecei ano passado disputando alguns torneios profissionais. Inicialmente não me dei bem, no entanto neste ano consegui progredir bem rápido no ranking, de modo que acredito estar me desenvolvendo bem”, declarou.

Depois de alguns dias de pausa, o rondonense retornou ao Rio de Janeiro para o período de pré-temporada, que inicia neste mês. Isso porque em janeiro ele entra a todo vapor nos treinamentos e competições da temporada 2018. “A programação para o ano que vem é jogar poucos torneios juvenis e focar bastante nos profissionais. Hoje a minha categoria deveria ser juvenil até 18 anos, pois tenho 17, mas neste ano competi em mais torneios profissionais do que juvenis”, salienta.

Wild projeta competir em janeiro em um torneio preparatório na Itália que vale como treino para o Australian Open, primeiro grand slam do circuito de tênis, seguindo outras disputas no próximo ano de acordo com o calendário a ser definido.

 

Projetos

Ao falar de projetos, o tenista revela que os seus torneios favoritos são Roland Garros e o US Open. “Conquistar esses torneios é o meu sonho. Pretendo seguir na categoria profissional”, garante, acrescentando: “Normalmente nas outras modalidades há mais pessoas com o atleta, enquanto no tênis o jogador está sozinho. É um esporte muito solitário, sendo que viajam atleta e treinador e mais uma pessoa no máximo, como um preparador físico”.

O rondonense diz que as principais dificuldades de todo tenista são manter o foco e a força de vontade, até porque se perde muito mais do que ganha em uma vida de tenista. “Pode ter algumas fases de ouro, em que se ganha tudo, mas existem outras em que não ganha nada. Isso acontece com todo mundo. Manter o foco, a força de vontade e a autoestima são os grandes desafios dos tenistas”, ressalta.

Para manter o ritmo em dia, Wild treina em torno de três a quatro horas por dia em quadra, distribuídas entre os períodos da manhã e da tarde, além de três horas de preparação física, e se engana quem imagina que o fim de semana é de moleza. “A gente treina um pouco menos no domingo, mesmo assim se dedica bastante e procura descansar o corpo”, revela.

Segundo ele, a mesma energia e intensidade são colocadas em prática em todos os torneios disputados. “Por isso acho que a questão não é bem o torneio, mas sim como eu estou na semana. É o caso do torneio que eu venci na Turquia, o meu primeiro profissional. Eu me tornei, a partir dessa competição, o brasileiro mais novo a ganhar um torneio profissional. Acho que eu bati o recorde de outros atletas por três ou quatro meses”, menciona.

 

Ídolo

Em se tratando de referência, Wild comenta que seu grande ídolo no tênis é Rafael Nadal. “Quando eu comecei a jogar, o Nadal já estava ingressando no circuito profissional, o mesmo que eu disputo atualmente. Antes o grande nome era sempre Roger Federer, mas Nadal chegou de cara ganhando do Federer, então levou todos os torneios até ingressar no Top 5. Eu olhei para aquele cara e falei: já que é ele, é ele que eu quero ser”, enfatiza.

O tenista enaltece que a carreira do tenista é bastante cíclica e imprevisível. “Depende muito de lesões, então não é possível indicar uma regularidade. Federer tem 36 anos e está ganhando grand slams ao redor do mundo, enquanto Guga (Gustavo Kuerten) parou com 29”, finaliza o rondonense.

Além desta entrevista exclusiva com o atleta, outras informações podem ser acompanhadas no vídeo disponível no link abaixo:

 

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