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Agronegócio segura alta do desemprego no Brasil em 2016

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O agronegócio novamente ajudou a segurar as pontas da economia brasileira, desta vez com uma contribuição para desacelerar o crescente desemprego no país. Em 2016, a agropecuária gerou 987.748 vagas e demitiu 1.000.837 déficit de 0,84%. Parece ruim, mas, em todos os outros setores pesquisados, o saldo foi ainda mais negativo (veja a lista abaixo). A construção civil, por exemplo, demitiu 13,48% a mais do que contratou, enquanto que a indústria da transformação teve déficit de 4,23%. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Flávio Roberto de França Junior, consultor econômico especialista em agronegócio, analisa que há dois fatores determinantes para o déficit de vagas no agronegócio As perdas na safra 2015/16 e o próprio processo recessivo no país, que levaram o setor a encolher os investimentos, explicam esse impacto ruim para a renda e nível de emprego do setor, resume. Segundo ele, especialmente o segmento de máquinas e equipamentos vem acumulando perdas nos últimos três anos, o que ajuda a entender o fechamento de postos de trabalho em parte da indústria movida pela agropecuária.

O professor de economia da Universidade Positivo e consultor da Valuup, Lucas Dezordi, também enfatiza a crise e a queda na safra do ano passado como fatores decisivos para a redução nos números do Caged. Mas ele acredita que o déficit não se trata de uma tendência e as expectativas já para os próximos meses são boas. A perspectiva é que a safra 2016/17 vai ser boa. Não me preocupo muito com esse resultado negativo no saldo porque eu acredito que isso é uma questão da sazonalidade. Mesmo que já tivesse ocorrido o período de plantio [na época das demissões, principalmente em dezembro], as empresas ainda não tinham renovado os contratos e o momento, pelo ano ter sido ruim, ainda não era bom, explica.

Veja como fechou cada setor

– Extrativa Mineral: -5,67% (33.618 contratações e 45.506 demissões – saldo de -11.888);

– Indústria de Transformação: -4,23% (2.354.799 contratações e 2.677.325 demissões – saldo de -322.526);

– Serviços Industriais de Utilidade Pública: -3,07% (68.936 contratações e 81.623 demissões – saldo de -12.687);

– Construção Civil: -13,48% (1.503.045 de contratações e 1.861.724 demissões – saldo de -358.679);

– Comércio: -2,22% (3.704.430 contratações e 3.908.803 demissões – saldo de -204.373);

– Serviços: -2,28% (6.018.895 contratações e 6.409.004 demissões – saldo de -390.109);

– Administração Pública: -0,97% (67.175 contratações e 75.818 demissões – saldo de -8643);

– Agricultura: -0,84% (987.748 contratações e 1.000.837 demissões – saldo de -13.089);

– Total do Brasil: -3,33% (14.738.646 contratações e 16.060.640 demissões – saldo de -1.321.994);

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