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Amigos e autoridades lamentam morte de Zilda Arns

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Zilda Arns é uma das vítimas do forte terremoto no Haiti. Ela estava em Porto Príncipe para uma missão humanitária. Hoje (14) teria encontro com representantes de ONGs e amanhã (15) voltaria ao Brasil (Foto: Divulgação)

O governador do Paran aacute;, Roberto Requi atilde;o decretou ontem (13) luto oficial de tr ecirc;s dias no Estado pela morte de m eacute;dica e sanitarista Zilda Arns Neumann. Zilda eacute; uma das v iacute;timas do forte terremoto no Haiti. Irm atilde; do cardeal-arcebispo de S atilde;o Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, ela estava em Porto Pr iacute;ncipe para uma miss atilde;o humanit aacute;ria. Hoje (14) ela teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para amanh atilde; (15).
Aos 75 anos, a m eacute;dica pediatra e sanitarista foi fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Crian ccedil;a, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de a ccedil; atilde;o social da Confer ecirc;ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Era representante titular da CNBB, do Conselho Nacional de Sa uacute;de e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econ ocirc;mico e Social (CDES). Nascida em Forquilhinha (SC), residia em Curitiba (PR), tinha cinco filhos e dez netos. Ela escolheu a medicina como miss atilde;o e dedicou-se agrave; sa uacute;de p uacute;blica.
Em 1980 foi convidada para coordenar a campanha de vacina ccedil; atilde;o Sabin, de combate primeira epidemia de poliomielite, que come ccedil;ou em Uni atilde;o da Vit oacute;ria (PR), e criou um m eacute;todo pr oacute;prio, depois adotado pelo Minist eacute;rio da Sa uacute;de.
Em 1983, a pedido da CNBB, ela criou a Pastoral da Crian ccedil;a junto com Dom Geraldo Majela Agnello, cardeal arcebispo primaz de S atilde;o Salvador da Bahia, que na eacute;poca era arcebispo de Londrina. Foi ent atilde;o que desenvolveu a metodologia comunit aacute;ria de multiplica ccedil; atilde;o do conhecimento e da solidariedade entre as fam iacute;lias mais pobres.
Ela dizia que a educa ccedil; atilde;o das m atilde;es por l iacute;deres comunit aacute;rios capacitados era a melhor forma de combater a maior parte das doen ccedil;as que podem ser facilmente prevenidas e a marginalidade das crian ccedil;as.
A Pastoral acompanha mais de 1,9 milh otilde;es de gestantes e crian ccedil;as menores seis anos e 1,4 milh atilde;o de fam iacute;lias pobres, em 4.063 munic iacute;pios brasileiros. S atilde;o mais de 260 mil volunt aacute;rios.
Por seu trabalho na aacute;rea social, Zilda Arns recebeu diversas condecora ccedil; otilde;es. Em 2006 foi indicada ao Pr ecirc;mio Nobel da Paz junto com mulheres de todo o mundo selecionadas pelo Projeto 1000 Mulheres, de uma associa ccedil; atilde;o su iacute; ccedil;a.

Leia a seguir depoimentos sobre Zilda Arns.

Luiz In aacute;cio Lula da Silva, presidente
ldquo;Profundamente consternado com a trag eacute;dia que atingiu o Haiti, ao qual nos sentimos vinculados fraternalmente em raz atilde;o da presen ccedil;a da For ccedil;a de Paz liderada pelo Brasil, transmito meu pesar e minha total solidariedade ao povo haitiano e agrave; fam iacute;lia das v iacute;timas brasileiras, civis e militares, em especial agrave; de Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Crian ccedil;a e da Pastoral da Pessoa Idosa e conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econ ocirc;mico e Social. Que Deus d ecirc; conforto a todos nesse momento doloroso rdquo;

Jos eacute; Sarney, presidente do Senado Federal
ldquo;Lamento o epis oacute;dio profundamente. O Brasil perdeu uma de suas mais expressivas figuras. Ela era um exemplo extraordin aacute;rio de dedica ccedil; atilde;o agrave;s crian ccedil;as, aos pobres e agrave;s causas sociais. Era uma refer ecirc;ncia. Essa n atilde;o eacute; uma perda s oacute; para a fam iacute;lia, mas para o Brasil inteiro. Sua morte enluta todo o pa iacute;s rdquo;

Michel Temer, presidente da C acirc;mara dos Deputados
ldquo;A morte de Zilda Arns deixa milh otilde;es de oacute;rf atilde;os no Brasil. N atilde;o s oacute; os integrantes de sua fam iacute;lia, mas tamb eacute;m os muitos filhos adotados por ela em seu trabalho na Pastoral da Crian ccedil;a e na Pastoral do Idoso. Zilda Arns tornou-se sin ocirc;nimo de doa ccedil; atilde;o em sua luta pelos mais carentes, em seu combate diuturno agrave; mortalidade infantil e na busca pela melhoria da vida do povo. Incans aacute;vel em sua luta, ela foi v iacute;tima de acidente durante miss atilde;o no Haiti, onde ajudava o povo haitiano e levava aux iacute;lio a um dos lugares mais pobres do mundo. Seu amor ao pr oacute;ximo n atilde;o tinha fronteiras. O Brasil lamenta essa perda irrepar aacute;vel. Transmito minha solidariedade agrave; fam iacute;lia e aos milh otilde;es de filhos adotados por Zilda Arns rdquo;

Jos eacute; Gomes Tempor atilde;o, ministro da Sa uacute;de
ldquo;A atua ccedil; atilde;o desta grande mulher e grande sanitarista brasileira foi essencial para elevar a crian ccedil;a a uma condi ccedil; atilde;o priorit aacute;ria dentro das pol iacute;ticas p uacute;blicas brasileiras. Morreu em miss atilde;o, como viveu toda a sua vida rdquo;

Alvaro Dias, senador
ldquo;O terremoto atingiu o Haiti, destruindo v aacute;rios pr eacute;dios na Capital, Porto Pr iacute;ncipe, e causando devasta ccedil; atilde;o no pa iacute;s da Am eacute;rica Central. (…) Zilda Arns eacute; uma das v iacute;timas. Procurava salvar vidas num pa iacute;s perversamente pobre e perdeu a sua. Dedicou-se com devotamento agrave; Pastoral da Crian ccedil;a, e seu trabalho eacute; reconhecido internacionalmente. O mundo perde uma grande mulher. O Brasil e especialmente o Paran aacute; lamenta a enorme perda rdquo;

Osmar Dias, senador
ldquo;Zilda Arns deixa um exemplo de iniciativa, dedica ccedil; atilde;o e solidariedade para o Brasil e para o mundo. O trabalho desenvolvido por ela agrave; frente da Pastoral da Crian ccedil;a eacute; exemplo permanente de valoriza ccedil; atilde;o da fam iacute;lia e da luta pela garantia da vida de milhares de crian ccedil;as e o desenvolvimento delas na primeira inf acirc;ncia. Zilda Arns se foi no exerc iacute;cio da profiss atilde;o mostrando a outros pa iacute;ses que eacute; poss iacute;vel ter ecirc;xito quando se tem vontade e amor ao pr oacute;ximo. A obra de Zilda deve servir de modelo agrave;s a ccedil; otilde;es p uacute;blicas de valoriza ccedil; atilde;o tamb eacute;m dos nossos jovens pela garantia do ensino e da gera ccedil; atilde;o de oportunidades para o futuro rdquo;

Senador Fl aacute;vio Jos eacute; Arns, sobrinho de Zilda
ldquo;Infelizmente, para a tristeza e a desola ccedil; atilde;o de todos n oacute;s, a not iacute;cia (da morte de Zilda Arns) est aacute; confirmada. Eacute; uma perda muito grande rdquo;

Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo em eacute;rito de S atilde;o Paulo e irm atilde;o de Zilda
ldquo;Acabo de ouvir emocionado a not iacute;cia de que minha car iacute;ssima irm atilde; Zilda Arns Neumann sofreu com o bom povo do Haiti o efeito tr aacute;gico do terremoto. Que nosso Deus, em sua miseric oacute;rdia, acolha no c eacute;u aqueles que na Terra lutaram pelas crian ccedil;as e os desamparados. N atilde;o eacute; hora de perder a esperan ccedil;a rdquo;

Roberto Requi atilde;o, governador do Paran aacute;
ldquo;Morreu no Haiti minha amiga Zilda Arns. Decretei tr ecirc;s dias de luto oficial. Grande perda para o Brasil e dor para os amigos rdquo;

Orlando Pessuti, vice-governador do Paran aacute;
ldquo;Lamento a perda da nossa Dra Zilda Arns. Uma pessoa espetacular, que muito fez por nossas crian ccedil;as e pela sociedade rdquo;

Beto Richa, prefeito de Curitiba
ldquo;N atilde;o h aacute; sensa ccedil; atilde;o de perda maior. A humanidade perde com a aus ecirc;ncia dela. Dona Zilda foi pioneira e precursora em m eacute;todos e iniciativas de apoio e defesa da crian ccedil;a. Seus programas de a ccedil; atilde;o modelaram e inspiraram projetos mundo afora, salvando a vida de milhares de crian ccedil;as e adolescentes. Sua indica ccedil; atilde;o para o Nobel da Paz foi um momento de felicidade para todos n oacute;s, brasileiros rdquo;

Gilberto Martin, secret aacute;rio de Sa uacute;de do Paran aacute;
ldquo;Poucas pessoas t ecirc;m o poder e o dom da transforma ccedil; atilde;o de problemas em solu ccedil; atilde;o e menos ainda de mortes em vidas. Uma destas pessoas era a Dra. Zilda Arns. Ela marcou a vida de milhares de paranaenses e brasileiros, al eacute;m de mudar a sa uacute;de p uacute;blica no Brasil. Mostrou como boa vontade e esfor ccedil;o podem ser suficientes para alterar um panorama sombrio rdquo;

Nelson Justus, presidente da Assembleia Legislativa
ldquo;A Dra Zilda Arns era uma mulher extraordin aacute;ria. Uma dessas raras pessoas cuja vida eacute; capaz de mudar milhares de outras vidas. Ao mesmo tempo em que lamentamos a perda de forma tr aacute;gica, resta o consolo de saber que ela morreu mission aacute;ria que era, cumprindo mais uma miss atilde;o rdquo;

Lucia Arruda, presidente do Provopar A ccedil; atilde;o Social:
ldquo;Ela era uma mulher maravilhosa. Teve uma vida dif iacute;cil. Criou a filha sozinha. Perdeu a filha prematuramente e criou a neta. E, mesmo em meio a tanta dificuldade, sempre se preocupou com as crian ccedil;as do Brasil e do mundo. Zilda Arns sempre acreditou que, se trat aacute;ssemos bem as crian ccedil;as, ter iacute;amos um futuro melhor rdquo;

Jorge Samek, diretor-brasileiro da Itaipu
ldquo;Zilda era um exemplo a ser seguido por todos os homens e mulheres de bem de todo o mundo rdquo;

Gleisi Hoffmann, presidente do PT no Paran aacute;
ldquo;Uma perda lastim aacute;vel rdquo;

Cidad atilde; honor aacute;ria de Marechal Rondon
Zilda Arns Neumann era cidad atilde; honor aacute;ria de Marechal C acirc;ndido Rondon. Em 2006, ela esteve no munic iacute;pio para receber o t iacute;tulo. O decreto eacute; datado de 05 de julho de 2006 e a entrega aconteceu durante sess atilde;o solene da C acirc;mara de Vereadores realizada no pavilh atilde;o da Igreja Cat oacute;lica. A entrega foi feita pelo ent atilde;o prefeito Edson Wasem e pelo ent atilde;o presidente da C acirc;mara, Nilson Hachmann.

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