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Cascá e Piacenti apostam no plano de expansão para Unioeste
Maria Cristina Kunzler |
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Candidato a reitor e vice-reitor da Unioeste, Paulo Sérgio Wolff (Cascá) e Carlos Alberto Piacenti, respectivamente, em entrevista ao diretor do Jornal O Presente, jornalista Arno Kunzler |
Faltando pouco mais de duas semanas para as eleições da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que acontecem no próximo dia 25, os candidatos a reitor e vice-reitor da instituição estão em plena campanha e percorrendo os campi com o objetivo de angariar os votos da comunidade acadêmica. Dentre os candidatos a reitor está o atual diretor do campus de Cascavel, professor Paulo Sérgio Wolff (Cascá), que tem como candidato a vice-reitor o professor do campus de Toledo, Carlos Alberto Piacenti.
Cascá possui um extenso currículo junto à Unioeste. Ele está na instituição há quase 30 anos. Engenheiro civil por formação, já deu aula de Matemática em oito cursos diferentes e em 18 matérias. Atualmente, além de comandar pela terceira vez o campus cascavelense, também dá aula para os cursos de Engenharia Agrícola e Engenharia Civil.
Em visita ao Jornal O Presente, o candidato a reitor falou sobre este início de campanha e disse que a receptividade está sendo muito boa. Tendo sua campanha o slogan Humanização – a democracia pede passagem, o professor menciona que a proposta é estabelecer o diálogo e o trabalho conjunto entre todos os segmentos da Universidade. Independente da cidade, temos a responsabilidade de fortalecer a região Oeste. Através das cidades que compõem a nossa Universidade desenvolvemos um trabalho voltado para a sociedade regional, que tanto investiu na Unioeste e que tem muito carinho pela instituição. Logo, precisamos corresponder a tudo isso, principalmente trabalhando com as questões envolvendo o ensino, desenvolvimento de pesquisa e projetos de extensão voltados às melhorias nas condições de saúde, educação, bem como desenvolvimento tecnológico e industrial, declara.
Questionado o que significa o slogan escolhido para a chapa, Cascá relembra que a Unioeste conta atualmente com um regime de intervenção. Na última eleição, há quatro anos, o atual reitor não foi eleito, mas sim nomeado pelo ex-governador Roberto Requião. Isso feriu a nossa Universidade, principalmente num dos princípios mais fortes no meio universitário, que é a democracia. Nós, paranaenses e brasileiros, temos uma história de defesa muito forte desta democracia. Existe a lista tríplice que vem desde a época da ditadura militar e que ainda não foi extinta, a qual permite que o governador nomeie um dos três candidatos. Isso feriu a nossa Universidade e quando dizemos que a democracia pede passagem significa o retorno dos fortes princípios da democracia, explica.
De acordo com o postulante ao cargo de reitor, seu grupo considera ser o mais correto que o candidato que recebe mais votos seja o nomeado pelo governador. Se a própria instituição se movimenta e estabelece todo um sistema para escolha de seus representantes, na hora que o governador não nomear o mais votado na verdade também está ferindo a Universidade, opina.
Unioeste prejudicada
Conforme o candidato, as manifestações que ocorreram contra a nomeação do atual reitor prejudicaram a capacidade de luta da Unioeste em favor de seus interesses. A política saudável faz com que as pessoas que assumam os cargos tenham um compromisso com os eleitores, um compromisso com quem o elegeu. No momento em que o candidato não foi eleito pela maioria da comunidade acadêmica e passa a ser nomeado pelo governador, automaticamente passa a assumir um papel de defesa só dos interesses do governo. Notamos que o reitor de uma universidade deve defendê-la perante o governo para tentar conseguir os recursos, idealizar os projetos e se impor. E não o contrário, ao defender o Governo do Estado perante a nossa Universidade. Passamos a ter uma avaliação de que as coisas devem ser feitas por compromisso. O candidato apresenta suas propostas, os eleitores se sensibilizam e passam a votar nele. Ele passa a ter uma responsabilidade, o que não aconteceu nos últimos três anos e meio. Exemplo disso é que universidades como de Londrina, Maringá, Ponta Grossa e até de Guarapuava, que tiveram a democracia respeitada, tiveram um avanço muito maior do que a Unioeste, declara.
Campus rondonense
O adversário de Cascá na briga pela Reitoria é justamente o atual diretor do campus de Marechal Cândido Rondon, Davi Félix Schreiner. Ao ser perguntado sobre qual deve ser sua estratégia para conquistar os votos da comunidade acadêmica rondonense, o professor diz que passada a eleição é preciso iniciar o desenvolvimento de um trabalho voltado à coletividade. Se eu não trabalhasse assim, determinados cursos do campus de Cascavel em que não leciono não estariam sendo beneficiados e seriam discriminados. Marechal Cândido Rondon não será de maneira alguma discriminado, bem pelo contrário, vou procurar trabalhar o máximo possível pelo campus rondonense, até para conquistar mais a comunidade acadêmica, aponta.
Entretanto, o candidato ressalta que o mais importante neste contexto é fazer um plano de expansão que atenda às necessidades não só dos campi, mas das comunidades em que estão inseridos. Ele lembra que o último plano de expansão foi realizado em 1994. Quem não sabe para onde quer ir não vai para lugar nenhum. Os representantes dos campi precisam sentar e fazer de forma democrática e saudável um novo plano de expansão para identificar o que cada unidade necessita, assim como suas sociedades. Uma vez estabelecido, o que precisamos e qual a vontade desta sociedade, teríamos mais facilidade em gerenciar a Universidade. Teremos muito trabalho, mas com o plano de expansão envolvendo toda a sociedade da região Oeste e a comunidade acadêmica, conseguiremos diminuir muito o bairrismo e fazer com que ninguém seja discriminado, expõe.
Envolvimento político
Na avaliação do candidato a reitor, o envolvimento político que está sendo registrado neste processo eleitoral da Unioeste é algo que fortalece a própria instituição. Isto porque ele considera que à medida que todos da comunidade regional sabem qual é o caminho que deve ser seguido na Universidade a partir dos planos de expansão, gestão e estratégico, a classe política passa a interceder favoravelmente às metas estabelecidas. O que acontece hoje é que cada um atira para um lado e em certos momentos existe até uma ingerência dos políticos, mas não porque eles querem, mas porque a Universidade não mostra o que quer para eles. O que a Unioeste quer não é uma vontade só da instituição, mas de toda coletividade, avalia.
Elo entre
Reitoria e os campi
O candidato a vice-reitor na chapa de Cascá é o professor doutor em Economia Aplicada Carlos Alberto Piacenti, que está na Unioeste desde 1988. Ele leciona no mestrado e doutorado na área de desenvolvimento regional e agronegócio. Conforme Piacenti, se eleito vice-reitor, pretende ser um elemento de ligação entre os campi da Universidade e a Reitoria. Queremos ser um facilitador para a comunidade acadêmica em todos os campi ao se fazer presente e ouvindo as demandas para que possamos, através deste trabalho, auxiliar a atuação do reitor na implementação das ações que estamos propondo, afirma.
O candidato a vice-reitor diz que o que lhe animou a fazer parte da chapa juntamente com Cascá foi a visão que o grupo tem de desenvolver um projeto coletivo para mudar a visão em relação àquilo que foi construído nos últimos oito anos e que, na sua opinião, prejudicou a Universidade quando houve a intervenção. Isso criou no corpo docente, discente e agentes universitários certa frustração em relação à própria autonomia da Unioeste. Fez com que a Universidade não progredisse e caminhasse com as suas forças, movendo-se em um mesmo sentido. Quando aceitamos participar deste grupo, a nossa intenção era exatamente poder, através da combinação de forças de todos os campi, buscar a unidade da Unioeste, que é o que está faltando hoje. Percebemos que há uma fragilidade e ausência de participação de alguns campi na ação da Reitoria, o que faz com que cada unidade trabalhe isoladamente e não conjuntamente, ampliando a força da Reitoria e por consequência da Universidade, destaca.