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Chuvas afetam 100 cidades em todo o Estado

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Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A manicure Ivonete Mazur, 40 anos, usa o próprio barco para ajudar as famílias prejudicadas pela cheia do Rio Iguaçu

Um quarto dos municípios paranaenses notificou problemas causados pelas chuvas que castigam o estado desde o último dia 19, segundo o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 19 horas de ontem (1º). As ocorrências mais comuns são enxurradas, alagamentos, deslizamentos de terra e erosão.

Duas pessoas morreram (em Laranjeiras do Sul) e dez ficaram feridas. Ao todo, 109.509 pessoas foram afetadas em 100 município. Desses, 59 declararam situação de emergência. O decreto possibilita o acesso a recursos federais para investimentos em recuperação de infraestrutura e de socorro aos moradores atingidos.

Em União da Vitória, no Sul do estado, o Rio Iguaçu chegou a 6,65 metros de altura no final da tarde de ontem. A altura média do rio nessa região, em dias normais, é de 2,5 metros. Na cidade, a Defesa Civil contabiliza 285 pessoas desalojadas (que estão em casa de parentes e amigos) e 87 desabrigadas (que foram para abrigos públicos) – em todo o Paraná, são 1.314 desalojados e 1.069 desabrigados.

A auxiliar de serviços gerais Roseli da Graça Santos, 52 anos, está abrigada há quatro dias no Estádio Municipal Antiocho Pereira. Ao lado, do marido, dois filhos e três netos, ela foi obrigada a deixar sua casa no bairro Navegantes. “A água começou a subir e não tivemos mais como ficar lá”, relata. Ela conseguiu salvar algumas peças de roupa, o fogão, a geladeira e um aparelho de televisão. “Depois que a água abaixar eu vejo o que sobrou”, lamenta.

Moradora do mesmo bairro, a aposentada Arlete Ramos Berton, 60 anos, acompanha com atenção o aumento do volume de água no rio, mas por enquanto não precisou deixar a sua residência.

“A minha casa é um sobrado, então o perigo é menor. É claro que temos medo, mas aprendemos a viver desse jeito”, revela. Segundo ela, quase todos os moradores da localidade têm barcos para quando ocorrem as cheias do Iguaçu. “Não tem outro jeito de se locomover quando a situação fica desse jeito”, ressalta.

A manicure Ivonete Mazur, 40 anos, é uma das voluntárias que em períodos de enchente procura ajudar os moradores de União da Vitória. “Tenho que auxiliar os meus companheiros”, diz.

Rodovia

A chuva também compromete o acesso a União da Vitória. A BR-476 (Rodovia do Xisto) segue interditada para caminhões no quilômetro 329, entre as cidades de Paula Freitas e Paulo Frontin, desde o último dia 21. Parte da pista cedeu e uma cratera dificulta o tráfego.

Máquinas e operários trabalham no local para recuperar a estrada, mas não há prazo para a conclusão da obra. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, carros de passeio já conseguem cruzar o trecho sem precisar usar o desvio. Ao todo, nove estradas do estado seguem interditadas total ou parcialmente devido a alagamentos ou queda de barreiras.

Oito cidades catarinenses na região da divisa com o Paraná também decretaram situação de emergência por causa das cheias no Rio Iguaçu (veja infográfico). Segundo a Defesa Civil, 600 famílias precisaram sair de casa por causa de alagamentos e deslizamentos de terra nessas cidades. Elas estão em abrigos públicos ou casas de parentes.

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