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Ciência começa a desvendar impactos dos microplásticos no clima

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um novo estudo demonstrou que o vento também pode transportar partículas indetectáveis de plástico a grandes distâncias e de uma forma muito mais rápida do que a água. Na atmosfera, as micro e nano partículas de plástico podem ser projetadas pelo movimento do ar desde seu ponto de origem até os cantos mais remotos do planeta em poucos dias.

Essa trajetória envolvendo o oceano é considerada um desafio crescente. Os riscos são para a saúde humana, marinha e dos ecossistemas. Mas várias questões foram levantadas na pesquisa requerendo mais observações e troca de dados. As partículas minúsculas já foram detectadas em cursos d’água, no solo e no ar. O movimento dos fragmentos acontece em correntes de mares e rios, mas as minúsculas, ou nano, chegaram até profundezas do Ártico e Antártida, segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM.

A agência da ONU apoiou evento que analisou a pesquisa publicada na revista Nature Reviews Earth and Environment. Nela, os especialistas detalharam como os microplásticos chegam à atmosfera e como são posteriormente transportados. A recomendação é que um plano global estabeleça banco de dados sobre o fluxo entre o oceano e a atmosfera que pode ser partilhado e atualizado.

A Organização Meteorológica Mundial apoia o Grupo Conjunto de Peritos sobre os Aspectos Científicos da Proteção do Meio Ambiente Marinho, como parte de grupo de dez entidades da Organização das Nações Unidas que promovem uma maior compreensão do ambiente marinho.

Os oceanos são destino de até 25 milhões de toneladas métricas de micro e nano plásticos por ano que são transportados na atmosfera marinha e depositados nos mares. Os pontos que precisam ser explicados nos fluxos marinho-atmosféricos têm a ver com limitações dos dados e a falta de comparação de estudos.

O poder de penetração de micro e nano plásticos em regiões longínquas e isoladas do planeta afeta o clima da superfície e a saúde dos ecossistemas locais. Partículas mais escuras infiltradas na neve e no gelo reduzem a relação gelo-albedo, baixando a capacidade de reflexão de luz solar e promovendo o derretimento. Já na água do mar, fragmentos absorvem mais energia solar, aquecendo ainda mais o oceano. As micropartículas na atmosfera intervêm em núcleos de condensação do vapor de água interferindo na formação de nuvens e, a longo prazo, no clima.

 

Com Metsul

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