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Cigarros contrabandeados dominam o mercado em 14 estados brasileiros

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O cigarro contrabandeado representa 50% ou mais do mercado em 14 estados brasileiros, aponta uma pesquisa do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade feita com dados de 2016. Quase todo o produto, que tem a venda proibida no Brasil, é produzido no Paraguai e está no topo das apreensões feitas pela Receita Federal.

Apesar da proibição, a equipe de reportagem da RPC em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, flagrou o comércio ilegal feito livremente próximo à fronteira com o Paraguai.

Em bares e lanchonetes, um maço de cigarros de marca paraguaia é vendido a R$ 2. Já os de marcas brasileiras não saem por menos de R$ 5,75.

Em um dos estabelecimentos, o vendedor garante a qualidade do cigarro contrabandeado. “Este aqui é igual ou pior que o brasileiro?”, pergunta o repórter. “É a mesma coisa, cara. Isso aí é cigarro bom. O que mais vende aqui é esse aí”, diz o vendedor ao falar do produto paraguaio.

 

Apreensões

Segundo a Receita Federal, de janeiro a setembro mais de 160 milhões de maços de cigarros foram apreendidos no Brasil, volume 27% maior do que o registrado no mesmo período de 2016.

Apesar das ações de repressão ao contrabando, o levantamento mostra que os cigarros ilegais são vendidos em território brasileiro não apenas nas regiões de fronteira.

Em Mato Grosso do Sul e na Bahia, por exemplo, as marcas estrangeiras detêm mais de 70% do mercado. No Paraná, o índice chega a 57%, enquanto a média nacional é de 45%.

"As apreensões têm aumentado em todas as regiões. Ao mesmo tempo, os contrabandistas têm tentado utilizar outras rotas para introduzir essa mercadoria no país”, aponta o auditor fiscal da Receita Federal em Foz do Iguaçu Hipolito Caplan.

 

Prejuízos

Além dos prejuízos econômicos – entre 2011 e 2016, estima-se que o país deixou de arrecadar mais de R$ 30 bilhões -, o cigarro contrabandeado também tem efeitos ainda mais devastadores sobre a saúde.

Um estudo feito pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), em 18 marcas de cigarros paraguaios foram encontradas substâncias cancerígenas e tóxicas em níveis 11 vezes acima do permitido no Brasil.

“Isso predispõe distúrbios de memória, distúrbios de comportamento, dor de cabeça crônica, alterações intestinais e também fica mais fácil ter câncer”, destaca a médica Regina Gonçalves Dias.

 

Confira a fatia que o cigarro contrabandeado ocupa em cada estado:

Acre – 47%

Alagoas – 54%

Amazonas – 50%

Amapá – 59%

Bahia – 72%

Ceará – 34%

Distrito Federal – 46%

Espírito Santo – 28%

Goiás – 31%

Maranhão – 60%

Minas Gerais – 41%

Mato Grosso do Sul – 78%

Mato Grosso – 69%

Pará – 67%

Paraíba – 56%

Pernambuco – 43%

Piauí – 57%

Paraná – 57%

Rio de Janeiro – 20%

Rio Grande do Norte – 53%

Rondônia – 57%

Roraima – 51%

Rio Grande do Sul – 35%

Santa Catarina – 50%

Sergipe – 39%

São Paulo – 45%

Tocantins – 32%

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