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Cooperativa transforma a vida de agentes ambientais

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Dulce Schmitt, de 62 anos (no chão), e Eva Correia da Silva, de 46 anos, percorrem o centro da cidade todos os dias: transformação de vida após o início dos trabalhos da cooperativa (Foto: Maria Cristina Kunzler)

H aacute; pouco mais de dois anos, Marechal C acirc;ndido Rondon deu um importante passo para a conscientiza ccedil; atilde;o ambiental de rondonenses, para uma melhor coleta seletiva de lixo recicl aacute;vel e para a promo ccedil; atilde;o da qualidade de vida de trabalhadores que antes viviam agrave; margem da sociedade.
Com a formaliza ccedil; atilde;o de uma cooperativa de trabalho, a Cooperagir, os antes ldquo;catadores de lixo rdquo; passaram a ser agentes ambientais e trabalham em conjunto na coleta de lixo recicl aacute;vel. At eacute; ent atilde;o, cada um trabalhava por conta e n atilde;o tinham benef iacute;cios como Previd ecirc;ncia Social e seguro de vida. Tudo isso est aacute; garantido hoje a estes trabalhadores, al eacute;m da divis atilde;o em partes iguais do valor arrecadado.
Sair da informalidade foi algo muito importante para Dulce Schmitt, de 62 anos. Ela j aacute; foi boia-fria e catadora de lixo no dep oacute;sito junto ao Horto Municipal. Hoje, com orgulho, eacute; agente ambiental. ldquo;Com a cooperativa o trabalho ficou muito melhor. Al eacute;m da renda a mais, se antes a gente ficava doente fic aacute;vamos sem receber, enquanto hoje contamos com o benef iacute;cio da Previd ecirc;ncia. Nos finais de semana eu sinto falta do trabalho e das pessoas da cooperativa, pois nos tornamos uma fam iacute;lia rdquo;, afirma.
A rondonense salienta que sua vida mudou bastante e est aacute; contente com o trabalho. Ela percorre todos os dias o centro da cidade para fazer a recolha do material recicl aacute;vel, como papel atilde;o, pap eacute;is, pl aacute;sticos, dentre outros. Em sua companhia est aacute; Eva Correia da Silva, de 46 anos, que come ccedil;ou a trabalhar h aacute; cerca de dois meses como agente ambiental.
Dulce diz que hoje as pessoas j aacute; est atilde;o mais conscientes sobre a coleta seletiva de lixo. Isto porque alguns rondonenses j aacute; deixam separado o material para a entrega agrave; Cooperagir e j aacute; conhecem os agentes ambientais. ldquo;Mas infelizmente t ecirc;m outras pessoas que n atilde;o est atilde;o t atilde;o conscientes assim. J aacute; est aacute; melhor do que era no in iacute;cio, mas acho que ainda tem muito o que melhorar rdquo;, opina.

Melhorias gradativas
A estrutura empregada para o trabalho da Cooperagir ainda eacute; considerada prec aacute;ria, inclusive na usina de reciclagem, mas eacute; not oacute;rio que se comparado com o in iacute;cio houve uma melhora, a qual est aacute; sendo gradativa. A coordenadora da cooperativa, Margarete Closs, menciona que os 36 agentes ambientais recolhem, por m ecirc;s, cerca de 50 toneladas de lixo recicl aacute;vel. Se for levado em conta o res iacute;duo como um todo que eacute; produzido por dia no munic iacute;pio, daria tranquilamente para ser recolhido de 120 a 150 toneladas.
O projeto inicial era expandir o trabalho da cooperativa, mas por falta de estrutura isso ainda n atilde;o foi poss iacute;vel. ldquo;Se tiv eacute;ssemos mais um caminh atilde;o, a recolha poderia ser feita, inclusive, abrangendo toda a aacute;rea rural rdquo;, comenta a coordenadora.
De acordo com ela, hoje os rondonenses est atilde;o mais conscientes sobre a quest atilde;o ambiental, mas ainda falta muito para que a situa ccedil; atilde;o seja melhor. ldquo;Muitas empresas j aacute; est atilde;o doando os res iacute;duos para n oacute;s e recebem uma declara ccedil; atilde;o que tem validade perante o IAP (Instituto Ambiental do Paran aacute;). Mas faltam muitas pessoas ainda se conscientizarem da import acirc;ncia de fazer a separa ccedil; atilde;o do lixo rdquo;, aponta.

Melhoria de vida
Margarete ressalta que desde que a cooperativa entrou em funcionamento a entidade possibilitou uma significativa melhoria na qualidade de vida dos agentes ambientais. Dos muitos conflitos que havia no in iacute;cio, hoje s atilde;o poucos e pequenos. ldquo;Al eacute;m do aumento da renda, houve uma melhora no crescimento profissional. A partir de uma parceria entre Minist eacute;rio do Trabalho, Funda ccedil; atilde;o Banco do Brasil, Instituto Lixo e Cidadania e Movimento dos Catadores foi desenvolvido um projeto para o Brasil inteiro. O Paran aacute; foi contemplado com 800 vagas e nenhum munic iacute;pio, al eacute;m de Marechal C acirc;ndido Rondon, conseguiu integrar todos os agentes ambientais rdquo;, comemora a coordenadora.
S atilde;o seis meses de capacita ccedil; atilde;o, entre aulas te oacute;ricas e pr aacute;ticas, a partir do qual os trabalhadores aprendem sobre reciclagem, motiva ccedil; atilde;o, economia solid aacute;ria, autogest atilde;o e artesanato.

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