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Depois de receber vários “não”, paraense com mais de 2m dá os primeiros passos como modelo

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Ela faz com que as pernas da apresentadora e modelo Ana Hickmann aproximadamente 1,20m pareçam pequenas. Elisany da Cruz Silva, 19 anos, não sabe ao certo quanto as dela medem. Na verdade, até a sua real altura gera dúvidas. Ela afirma que tem 2,03m, mas a imprensa nacional e internacional já divulgou que a altura da moça pode chegar aos 2,07m.

Uma coisa é certa: ela está prestes a conquistar o sonho de ser modelo e, com isso, conquistar o título de modelo mais alta do país. E os esforços pra isso não param. Pela primeira vez, ela conseguiu fazer uma apresentação no Centro de Convenções de Belém, em homenagem à colônia japonesa. Como estava em cima da hora, não deu tempo pra fazer um grande desfile, então eu fui apresentada como a modelo mais alta do Brasil e fiz apenas uma caminhada no palco, mas já foi uma grande emoção. A vontade de desfilar a acompanha desde a adolescência, mesmo consciente das dificuldades que a função pode lhe trazer. Só pra ter uma ideia, a altura média de uma modelo comercial é 1,75m (Gisele Bündchen é considerada muito alta e tem 1,80m). Os modelos masculinos ficam entre 1,85m e 1,90, no máximo. Marlon Teixeira, top brasileiro que mais se destaca no cenário internacional mede 1,87m. 

O título de a mais alta já a incomodou bastante, mas se essa for a única maneira de chamar a atenção pro destino das grandes top models, Elisany não se importa com a nomenclatura. “Já me acostumei com as pessoas me olhando o tempo todo por causa disso”, desabafa. Ela tem até um agente, Edinho, que a ajuda a captar novos trabalhos. E no dia da apresentação, Elisany ganhou os olhares do estilista Tony Palha. Ele levou alguns vestidos, mas ficaram um pouco curtos, mesmo assim deu pra aproveitar um.

A sua altura, resultado de uma espécie de gigantismo causada por um tumor na glândula pituitária, faz com ela sofra dores constantes na coluna e nos joelhos. Escola? Nem pensar! Ela abandonou a instituição de ensino sem completar o colegial. Não dava pra estudar por causa das carteiras. Eu não tinha condições de ficar sentada e então desisti, explica.

A vontade de ser modelo veio da insistência das pessoas em apontar essa profissão e a de jogadora de basquete como formas garantidas de sucesso. Enquanto algumas meninas precisam esquecer o sonho por causa de pouquíssimos centímetros pro tamanho ideal, o excesso deles também já foi motivo pra fechar muitas portas na cara da jovem, que vive em Salinópolis, Pará. Fui atrás de algumas agências, em São Paulo, e só ouvi não. Então eu não queria mais saber disso, cansei! Mas Edinho conversou comigo e voltei a ter esperança.

Apesar de ter anunciado sua aposentadoria das passarelas, Gisele Bündchen continua a ser inspiração de muitas meninas. Que o diga, Elisany! Eu gosto de ficar observando a forma dela andar e já tentei várias vezes, mas sem um profissional pra me treinar fica difícil. Eu queria muito ter aulas, confessa.

O sonho das passarelas tem motivo legítimo: pra ver se eu consigo alguma coisa melhor na minha vida. Não tenho muita experiência, mas tenho vontade de conhecer o mundo. Opa, coisa que ela já realizou, de um jeito ou de outro. Em viagem pro Japão pra participar de um programa de TV, ela conseguiu fazer algumas aulas em uma agência local. Elisany chama a atenção da imprensa internacional e vive dando entrevistas como a mulher mais alta do Brasil.

Isso acabou virando uma espécie de sustento de Elisany, que cobra cachês de até R$ 1000 por essas entrevistas, já que não consegue trabalhar em funções cotidianas. Pra mim é muito difícil ficar muito tempo em pé. Já tentei trabalhar no restaurante de um amigo e desmaiei, conta. Até pra fazer as tarefas de casa como lavar roupa e louça, ela sente dificuldade.

A cama que divide com o noivo, Francinaldo da Silva Carvalho, de 24 anos, mede 2,20m. O relacionamento já dura quatro anos e o 1,65m de altura do rapaz não impede em nada a felicidade dos pombinhos. Pelo contrário, ele incentiva e apoia a decisão da noiva em seguir em frente com planos de uma carreira como modelo.

As dores do corpo existem, mas Elisany disse que já foram piores e acredita que isso não seria problema na hora de encarar a passarela. “O que eu preciso é ser treinada, de um patrocinador que acredite no meu potencial e possa realizar meu sonho de ser modelo”, ataca.

Na agenda de Edinho, alguns eventos já começam a pipocar após a sua primeira apresentação em Belém. Próximo destino? São Paulo. Quem sabe não é dessa vez que ela arruma uma fada madrinha, certo? Depois de muitos anos acreditando, os primeiros passos já foram dados e a gente torce os dedos pra que Elisany se consagre, definitivamente, como a modelo mais alta do Brasil. Boa sorte, garota!

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