Fale com a gente

Geral

Em duas etapas, exame psicotécnico está mais preciso

Publicado

em

Aavalia ccedil; atilde;o psicol oacute;gica para obten ccedil; atilde;o da Carteira Nacional de Habilita ccedil; atilde;o (CNH) est aacute; mais criteriosa. Essa foi uma das principais mudan ccedil;as conquistadas pelos candidatos com o repasse do servi ccedil;o a cl iacute;nicas particulares conveniadas, ocorrido em agosto do ano passado em Marechal C acirc;ndido Rondon e em julho de 2008 em outras regi otilde;es do Paran aacute;. A observa ccedil; atilde;o eacute; de M aacute;rcia Saar, psic oacute;loga respons aacute;vel pela Cl iacute;nica GSS Medicina e Psicologia de Tr aacute;fego, de Marechal Rondon, conveniada ao Detran.
Segundo ela, enquanto antes somente era realizada a avalia ccedil; atilde;o psicol oacute;gica coletiva, atualmente todos os candidatos agrave; obten ccedil; atilde;o da carteira passam tamb eacute;m por uma entrevista pessoal.
Na avalia ccedil; atilde;o coletiva s atilde;o aplicados testes psicol oacute;gicos padronizados pelo Conselho Federal de Psicologia, alguns dos quais exigidos pelo Detran. J aacute; na entrevista, diz M aacute;rcia, o candidato pode expor fatores que possam ter influenciado no resultado dos testes coletivos. Naquele instante, a psic oacute;loga indaga se o candidato esteve nervoso no teste coletivo, se acordou muito cedo, aspectos da vida pessoal dele, hist oacute;ria de trabalho, fam iacute;lia, entre outros. ldquo;Desta forma a avalia ccedil; atilde;o est aacute; mais embasada, mais consistente, pois a entrevista permite aumentar o conhecimento acerca do futuro motorista rdquo;, salienta.
De acordo com a psic oacute;loga, o aumento do n uacute;mero de informa ccedil; otilde;es sobre o candidato, na maioria das vezes o favorece. ldquo;Muitas pessoas relatam que estavam nervosas durante o teste coletivo. Ent atilde;o isso passa a ser considerado no momento da conclus atilde;o sobre o teste rdquo;, observa.
A entrevista passou a ser um complemento do teste coletivo. nbsp; ldquo;A inten ccedil; atilde;o eacute; fazer com que a avalia ccedil; atilde;o seja cada vez mais concreta, absoluta, profunda rdquo;, enfatiza.
M aacute;rcia menciona que o objetivo do Detran eacute; a profissionaliza ccedil; atilde;o do servi ccedil;o. ldquo;A cl iacute;nica eacute; exclusiva para este tipo de avalia ccedil; atilde;o, enquanto antes acontecia na universidade, que j aacute; tinha v aacute;rias outras atribui ccedil; otilde;es. Al eacute;m disso, aumentou o grau de exig ecirc;ncia dos profissionais, aumentaram as normatiza ccedil; otilde;es, e at eacute; mesmo a fiscaliza ccedil; atilde;o ap oacute;s a presta ccedil; atilde;o de servi ccedil;o rdquo;, exp otilde;e.

Dois momentos
Durante os testes psicol oacute;gicos para primeira habilita ccedil; atilde;o, a profissional busca levantar aspectos gerais da personalidade, racioc iacute;nio l oacute;gico, aten ccedil; atilde;o e concentra ccedil; atilde;o. J aacute; na entrevista individual, M aacute;rcia tem condi ccedil; otilde;es de avaliar o comportamento de risco, agressividade, vulnerabilidade, emotividade exacerbada, fatores que favorecem que o motorista transgrida uma lei, dentre outros fatores.
Al eacute;m da avalia ccedil; atilde;o psicol oacute;gica de primeira habilita ccedil; atilde;o, tamb eacute;m s atilde;o realizadas as de reabilita ccedil; atilde;o (depois que o condutor perdeu a CNH) e a voltada para motorista que Exerce Atividade Remunerada (com a inscri ccedil; atilde;o EAR na carteira). No caso de reabilita ccedil; atilde;o, o foco da psic oacute;loga ser aacute; no hist oacute;rico de multas e nos motivos porque o motorista perdeu a CNH, como ele lida com esta situa ccedil; atilde;o. J aacute; no caso de EAR, avalia-se primordialmente o grau de aten ccedil; atilde;o e concentra ccedil; atilde;o, al eacute;m da possibilidade de uso de drogas, principalmente para inibir o sono (rebite) ou aacute;lcool.

Longo prazo
Conforme M aacute;rcia, apesar das an aacute;lises psicol oacute;gicas hoje serem mais abrangentes, esse novo processo ainda eacute; considerado recente para que se possa observar resultados. ldquo;Acredito que somente vamos colher frutos em longo prazo rdquo;, opina.
Mesmo com maior rigor no processo, segundo a profissional ainda tem sido crescente o n uacute;mero de acidentes envolvendo jovens. ldquo;A Pol iacute;tica Nacional de Redu ccedil; atilde;o de Morbimortalidades por Acidentes de Tr acirc;nsito e Viol ecirc;ncia mostra que a maioria dos acidentes com morte envolvem homens entre 20 e 30 anos de idade como motoristas. J aacute; acidentes que causam morbidade (n atilde;o t atilde;o graves) s atilde;o com mulheres. Esses fatores tamb eacute;m s atilde;o considerados na hora da avalia ccedil; atilde;o rdquo;, observa.
Al eacute;m das diferen ccedil;as de g ecirc;nero (sexo), tamb eacute;m existem as sociais e culturais. ldquo;O iacute;ndice de acidentes entre a classe social mais abastada eacute; maior do que pessoas de baixa renda rdquo;, garante.
Segundo ela, isso ocorre porque muitas vezes o carro est aacute; associado ao status, demonstra poder e leva o condutor a pensar que se sobressai diante dos demais, o que se constitui num comportamento de risco.
Outra caracter iacute;stica eacute; a facilidade de se ter um carro e o desejo de t ecirc;-lo. ldquo;Muitos jovens t ecirc;m objetivo de mostrar o ve iacute;culo para o grupo de amigos, associando o fato agrave; independ ecirc;ncia e autonomia. Por isso sempre perguntamos aos candidatos o porqu ecirc; de quererem a carteira. Nossa inten ccedil; atilde;o eacute; observar at eacute; que ponto o sujeito vai saber usar a sua condi ccedil; atilde;o de motorista da forma adequada no sentido de n atilde;o prejudicar ele nem os outros que estar atilde;o na via. Isso eacute; objeto de investiga ccedil; atilde;o na avalia ccedil; atilde;o rdquo;, explica.

Transgress atilde;o
Dentre as principais caracter iacute;sticas que se espera de um condutor de ve iacute;culo est atilde;o os limites, j aacute; que eles reduzem a probabilidade dele transgredir leis de tr acirc;nsito e colocar vidas em risco. ldquo;Observamos que muitos jovens t ecirc;m dificuldade de limites, pois para eles a possibilidade de transgress atilde;o a regras eacute; maior. Muitos jovens de 18 anos contam na entrevista que j aacute; dirigem h aacute; tr ecirc;s anos e em cerca de 90% dos casos os pais ou familiares pr oacute;ximos permitem. Observe que n atilde;o dizem lsquo;eu sei dirigir rsquo;, dizem lsquo; eacute; eu j aacute; dirijo rsquo;. Ent atilde;o j aacute; transgridem a lei vigente. Mesmo assim, durante a entrevista busco ampliar as informa ccedil; otilde;es para saber se essa transgress atilde;o foi restrita ao objetivo de aprender a dirigir ou se se aplica a outros momentos da vida do indiv iacute;duo. Cada caso eacute; um caso rdquo;, ressalta.

Falta de limites gera preocupa ccedil; atilde;o
A falta de limites para muitos que se candidatam agrave; obten ccedil; atilde;o da Carteira Nacional de Habilita ccedil; atilde;o (CNH) constituiu-se uma das mais recentes preocupa ccedil; otilde;es da psic oacute;loga Maria Let iacute;zia Santi Lamb. Ela trabalhou durante 23 anos na avalia ccedil; atilde;o psicol oacute;gica de condutores em Marechal C acirc;ndido Rondon e ao longo de sua experi ecirc;ncia constatou um crescimento no n uacute;mero de jovens reprovados em raz atilde;o da identifica ccedil; atilde;o de comportamentos de risco (consumo de aacute;lcool, drogas) e falta de limites. ldquo;Quando comecei a aplicar o psicot eacute;cnico em Marechal Rondon, tinha uma preocupa ccedil; atilde;o maior com as pessoas com menor grau de escolaridade, pois eles tinham maior dificuldade de interpreta ccedil; atilde;o dos testes. No entanto, essas pessoas tinham chance de estudar e voltar a se submeter agrave; avalia ccedil; atilde;o rdquo;, relata.
Por outro lado, a quest atilde;o da falta de limites eacute; vista por ela como mais delicada. ldquo;H aacute; adolescentes com dificuldade em se submeter a normas, regras, leis, bem como n atilde;o respeitam adequadamente a figura de autoridade. Esse tipo de abuso n atilde;o pode ser admitido no tr acirc;nsito. Quando isso eacute; identificado no psicot eacute;cnico esse candidato recebe atendimento adequado e dependendo da necessidade, ser aacute; encaminhado para tratamento com profissionais especializados. Nesse momento o processo para obten ccedil; atilde;o da CNH eacute; interrompido podendo ser reaberto quando da solicita ccedil; atilde;o do pr oacute;prio candidato. O problema eacute; considerado complexo porque tem como origem a educa ccedil; atilde;o e o meio em que o jovem vive rdquo;, menciona.
Do ponto de vista de Maria Let iacute;zia, a pessoa dirige como vive e ela eacute; uma proje ccedil; atilde;o do meio. Neste sentido, muitas vezes tanto o jovem como a fam iacute;lia precisam ser assistidos.

lt;galeria / gt;

Copyright © 2017 O Presente