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Em seu 1º discurso no Brasil, papa Francisco fala em desafios

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Gabriel Bouys/AFP
O papa percorreu o centro do Rio de Janeiro no papamóvel, acompanhado por uma multidão formada por pessoas de diversos países

O papa Francisco chegou na tarde de ontem (22) ao Brasil. Após percorrer o centro do Rio de Janeiro no papamóvel, acompanhado por uma multidão formada por pessoas de diversos países, ele se deslocou até o Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado.

Francisco foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff e a cerimônia começou com a execução dos hinos do Vaticano e do Brasil. Ela deu as boas-vindas ao pontífice ressaltando que os 50 milhões de jovens brasileiros recebem de braços abertos os peregrinos que vieram para a Jornada Mundial da Juventude.

A presidenta disse que a presença do papa no país é uma oportunidade para reforçar o diálogo com a Santa Sé e os valores que o Brasil compartilha. “Nós lutamos contra um inimigo comum: a desigualdade em todas as suas formas”, destacou Dilma em seu discurso..

Já em seu pronunciamento, Francisco agradeceu a Deus por permitir que na primeira viagem de seu pontificado lhe fosse permitido voltar “à amada América Latina, e em especial, ao Brasil”. Francisco disse ter aprendido que “para ter acesso ao povo brasileiro é preciso ingressar pelo portal de seu imenso coração. Por isso, permito-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês”, declarou.

“Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo”, disse o papa Francisco, sob aplausos dos presentes à cerimônia. “Venho em Seu nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração. Desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: a paz de Cristo esteja com vocês”.

Depois de agradecer à presidenta Dilma Rousseff pelo discurso de boas-vindas, “que externou a alegria dos brasileiros por minha presença em sua pátria”, e dar seus cumprimentos às demais autoridades, o papa Francisco se referiu aos bispos brasileiros. “Aos quais repousa a tarefa de guiar o rebanho nesse imenso país”.

Segundo o papa, “minha visita outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do bispo de Roma, de confirmar os seus irmãos na fé em Cristo, de animá-los a testemunhas as razões da esperança que dele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas de seu amor”.

Em seguida, Francisco se referiu ao motivo principal de sua presença no Brasil. “Vim para a Jornada Mundial da Juventude. Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem agasalhar-se no seu abraço para, junto de seu coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

Juventude

O papa destacou a diversidade dos jovens reunidos no Rio para a JMJ. “Estes jovens provêm dos diversos continentes, falam línguas diferentes, são portadores de variadas culturas e, todavia, em Cristo encontram as respostas para suas mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de verdade límpida e de amor autêntico”, disse.

Ainda sobre os jovens, Francisco destacou que “Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade”.

O papa disse também ter consciência de que “ao dirigir-me aos jovens, falarei às suas famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas gerações”.

Para Francisco, a juventude impõe grandes desafios. “A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; isso significa tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica”.

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