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Ex-secretário da Agricultura visita Jornal O Presente

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Ex-secretário de Estado da Agricultura e pré-candidato a deputado estadual, Valter Bianchini: Mesmo com candidatura própria, o PT vai fazer todos os esforços para que os três partidos estejam juntos numa questão que é prioridade para nós: a eleição de Dilma à Presidência da República (Foto: Maria Cristina Kunzler)

O ex-secret aacute;rio da Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paran aacute;, Valter Bianchini, esteve ontem (14) em Marechal C acirc;ndido Rondon, onde proferiu a palestra de abertura da 5 ordf; Semana de Ci ecirc;ncias Agr aacute;rias da Universidade Estadual do Oeste do Paran aacute; (Unioeste), com o tema ldquo;A multifuncionalidade da agricultura e o desenvolvimento rural sustent aacute;vel rdquo;.
Extensionista de carreira da Emater, Bianchini eacute; consultor da Organiza ccedil; atilde;o das Na ccedil; otilde;es Unidas para a Alimenta ccedil; atilde;o e Agricultura (FAO). Coordenou o Programa de Agricultura e Reforma Agr aacute;ria do PT nas elei ccedil; otilde;es presidenciais de 2006. De 2003 a 2006 foi secret aacute;rio nacional de Agricultura Familiar do Minist eacute;rio do Desenvolvimento Agr aacute;rio. Em 2007 assumiu a chefia da Seab no governo Roberto Requi atilde;o. Deixou a fun ccedil; atilde;o em mar ccedil;o uacute;ltimo.
Em visita ao Jornal O Presente, o pr eacute;-candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) falou sobre a campanha, as expectativas eleitorais ao Governo do Estado, coliga ccedil; otilde;es e, como n atilde;o poderia deixar de ser, sobre agricultura. Confira.

Primeira campanha
Em sua trajet oacute;ria ligada agrave; pol iacute;tica, Valter Bianchini sempre foi mais ligado agrave; parte t eacute;cnica. Pela primeira vez vai concorrer como deputado estadual. O ex-secret aacute;rio de Estado pretende dialogar com todas as for ccedil;as da agricultura e debater a agricultura familiar, a pol iacute;tica de sanidade agropecu aacute;ria, desenvolvimento sustent aacute;vel, bem como contribuir com maturidade para o processo de renova ccedil; atilde;o da pr oacute;pria Assembleia Legislativa. ldquo;A ideia eacute; tamb eacute;m trabalhar a eacute;tica e transpar ecirc;ncia. Vai ser um di aacute;logo com todas as organiza ccedil; otilde;es, cooperativas, sindicalismo, uma articula ccedil; atilde;o bastante ampla rdquo;, aponta.
Por atuar h aacute; muitos anos na aacute;rea de agricultura e conhecer todas as regi otilde;es do Paran aacute;, Bianchini trabalha pela amplia ccedil; atilde;o da vota ccedil; atilde;o do PT. Em rela ccedil; atilde;o a dobradinhas, ele ainda aguarda as defini ccedil; otilde;es sobre a coliga ccedil; atilde;o, mas enquanto isso j aacute; articula com deputados federais, como Assis Miguel do Couto, Dr. Rosinha, Andr eacute; Vargas e Acirc;ngelo Vanhoni. ldquo;Se a coliga ccedil; atilde;o for mais ampla, podemos trabalhar com outros candidatos para ampliar a vota ccedil; atilde;o, como os deputados estaduais Elton Welter e Ademir Bier. Vamos trabalhar com deputados que tenham a mesma ideia rdquo;, afirma.

Composi ccedil; otilde;es
Questionado sobre qual a situa ccedil; atilde;o mais favor aacute;vel para o PT no desenho das composi ccedil; otilde;es ao Governo do Estado, o pr eacute;-candidato diz que o Partido dos Trabalhadores sempre defendeu uma coliga ccedil; atilde;o envolvendo PDT e PMDB para sair fortalecido para a disputa contra Beto Richa, pr eacute;-candidato do PSDB. ldquo;Ainda estamos ultimando esfor ccedil;os n atilde;o s oacute; envolvendo lideran ccedil;as estaduais, mas principalmente lideran ccedil;as como o Lula, a pr oacute;pria Dilma (Rousseff) (candidata agrave; Presid ecirc;ncia da Rep uacute;blica), presidente do PT nacional (Jos eacute; Eduardo de Barros), Dutra. Est aacute; havendo uma intensifica ccedil; atilde;o de di aacute;logos para a possibilidade de uma composi ccedil; atilde;o com o PDT e tamb eacute;m um di aacute;logo que tem sido muito frequente com o pr oacute;prio governador (Orlando) Pessuti nessa articula ccedil; atilde;o com o PMDB. Eacute; um quadro complexo rdquo;, aponta.
Bianchini diz ainda que o PT estava totalmente distanciado de uma candidatura pr oacute;pria, enquanto hoje j aacute; n atilde;o eacute; t atilde;o remota a possibilidade em n atilde;o vencendo a dificuldade de composi ccedil; atilde;o com o PDT e PMDB. ldquo;Mas mesmo com candidatura pr oacute;pria, o PT vai fazer todos os esfor ccedil;os para que os tr ecirc;s partidos estejam juntos numa quest atilde;o que eacute; prioridade para n oacute;s: a elei ccedil; atilde;o de Dilma agrave; Presid ecirc;ncia da Rep uacute;blica rdquo;, salienta.

Chapa proporcional
Deputados estaduais do PMDB querem que a chapa proporcional seja inclu iacute;da em uma negocia ccedil; atilde;o envolvendo a coliga ccedil; atilde;o com a chapa agrave; majorit aacute;ria. J aacute; o PT v ecirc; com dificuldade uma alian ccedil;a na proporcional. ldquo;O PT n atilde;o pretende fazer uma coliga ccedil; atilde;o na proporcional com o PMDB. Com o PMDB interessaria ou nessa quest atilde;o articulada de uma uacute;nica candidatura com o PDT ou se for com o PMDB s oacute; na majorit aacute;ria. Na proporcional o PT vai coligar com partidos menores rdquo;, declarou.

Primeiro turno
Na avalia ccedil; atilde;o de Bianchini, est aacute; havendo um grande esfor ccedil;o para que a elei ccedil; atilde;o nacional seja decidida j aacute; no primeiro turno e Dilma Rousseff seja eleita como sucessora do presidente Lula. No plano estadual, o esfor ccedil;o eacute; grande para que se n atilde;o houver a composi ccedil; atilde;o entre PT-PMDB-PDT, a elei ccedil; atilde;o seja levada para o segundo turno. ldquo;Por exemplo, se sair PT, PDT e PMDB, o esfor ccedil;o eacute; grande para levar a elei ccedil; atilde;o para o segundo turno e ter uma disputa mais equilibrada com o candidato Beto Richa rdquo;, avalia.

Convencional x transgenia
O ex-governador Roberto Requi atilde;o, enquanto governou o Paran aacute;, se envolveu com muitas pol ecirc;micas para combater a soja transg ecirc;nica. Atualmente, a produ ccedil; atilde;o de soja no Estado se divide entre metade convencional e a outra meta geneticamente modificada. ldquo;No caso da soja, por ser autopoliniz aacute;vel, n atilde;o t iacute;nhamos uma grande preocupa ccedil; atilde;o com a poliniza ccedil; atilde;o cruzada, em que pud eacute;ssemos ter as duas tecnologias (convencional e transg ecirc;nica) convivendo perfeitamente. Muitas cooperativas est atilde;o preparadas para a rastreabilidade, para oferecerem a produ ccedil; atilde;o convencional para pa iacute;ses que a querem. A preocupa ccedil; atilde;o se d aacute; com o milho pela poliniza ccedil; atilde;o ser cruzada, em que se d aacute; at eacute; 500 metros de dist acirc;ncia de uma planta para outra. A pergunta que fica eacute; como conviver com as duas tecnologias. Do mesmo jeito que um consumidor pode optar por um alimento de composi ccedil; atilde;o transg ecirc;nica, um grupo de consumidores pode preferir uma produ ccedil; atilde;o dita convencional. E produtores que querem plantar t ecirc;m todo direito de ter produ ccedil; atilde;o convencional. As medidas implantadas n atilde;o est atilde;o sendo suficientes, como na implanta ccedil; atilde;o de barreiras. Eacute; um avan ccedil;o tecnol oacute;gico que precisa ter um pouco mais de cuidado nestas precau ccedil; otilde;es rdquo;, destaca.
Ou seja, enquanto no caso da soja eacute; poss iacute;vel a conviv ecirc;ncia entre a convencional e a transg ecirc;nica no campo, no que se refere ao milho a preocupa ccedil; atilde;o eacute; maior. ldquo;O Paran aacute; eacute; o principal produtor de milho no pa iacute;s e principal produtor de frango. Ent atilde;o existe a preocupa ccedil; atilde;o de que o Estado possa ainda oferecer a possibilidade de ter os dois produtos. H aacute; um mercado interno e grande externo que ainda demanda a chamada produ ccedil; atilde;o convencional. Em n iacute;veis de custo x produ ccedil; atilde;o, as diferen ccedil;as por enquanto n atilde;o s atilde;o grandes. A ci ecirc;ncia vai evoluindo e temos que monitorar este processo rdquo;, explica.
Bianchini, acrescentando ainda que eacute; preciso ter cuidado para que o produtor n atilde;o fique dependente de algumas tecnologias dispon iacute;veis por um n uacute;mero pequeno de empresas.

Agricultura familiar
Mais de 1/3 do PIB do agropecu aacute;rio, ou 38%, conforme o uacute;ltimo Censo, vem da agricultura familiar. No Plano Safra, foram destinados R$ 100 bilh otilde;es para a agricultura empresarial e R$ 16 bilh otilde;es para a familiar. De acordo com o ex-secret aacute;rio de Estado, as duas modalidades s atilde;o muito importantes. ldquo;As duas agriculturas – empresarial e familiar – crescem no Brasil. Tivemos uma safra recorde de mais de 140 milh otilde;es de toneladas de gr atilde;os. O Brasil mostra-se como um dos tr ecirc;s pa iacute;ses emergentes no mundo que vai ter nos pr oacute;ximos dez anos o maior crescimento de safra agr iacute;cola. Se estes programas de infraestrutura e log iacute;stica nas regi otilde;es avan ccedil;arem, teremos um grande celeiro rdquo;, conclui.

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