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Frio leva prejuízos aos campos do Paraná

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A queda acentuada de temperaturas na madrugada de ontem (23) levou prejuízos a algumas culturas de inverno cultivadas no Paraná, mas, segundo os técnicos e meteorologistas, o pior ainda está por vir. Para esta quarta-feira, a previsão era de que todas as regiões produtoras do estado seriam atingidas por geadas, algumas mais, outras menos intensas.

Embora a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) ainda não consiga mensurar os danos causados pelo frio intenso, fontes do agronegócio já relatam perdas principalmente nos campos de aveia, canola, cevada, milho e trigo nas regiões dos Campos Gerais, onde nevou depois de quase quatro décadas.

A pior situação é a do trigo. Isso porque mais da metade da área plantada com o cereal está suscetível a perdas por frio. “No Oeste, as lavouras estão em floração e frutificação, fases em que as plantas estão vulneráveis”, lembra a engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Juliana Yagushi. Se a perda com o cereal for grande agravará a crise de abastecimento do produto no mercado interno brasileiro.

Mesmo com uma ampliação de 10% na área plantada nesta safra, a colheita do cereal será insuficiente para o suprimento doméstico. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que 5,6 milhões de toneladas sairão dos campos até o fim do ano.

O consumo brasileiro, porém, é de cerca de 11 milhões de toneladas. A estatal calcula que 7 milhões de toneladas precisão ser importadas neste ano. O problema é que a Argentina, principal fornecedor de trigo do Brasil, barrou as vendas do grão, também por problemas de escassez interna da matéria-prima, que é usada na fabricação de pães, massas e biscoitos.

Preços

Nos próximos dias, o mercado deve precificar os problemas climáticos nos campos brasileiros, especialmente no Paraná. Ainda ontem a cotação média da saca do trigo seguiu estável, em R$ 42 a saca. O milho, embora esteja em estágio mais desenvolvido, também pode ser afetado. Segundo o Deral, 30% dos campos plantados com milho, concentrados principalmente no Norte do estado, estão suscetíveis a perdas.

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