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Momento de incerteza preocupa produtores da região

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Se de um lado o clima extremamente favor aacute;vel na regi atilde;o Oeste do Paran aacute; tem animado os agricultores que investiram na safra de ver atilde;o em soja ou milho, com tend ecirc;ncias de boas colheitas, de outro o mercado deixa muitos apreensivos no que se refere aos pre ccedil;os. Isso porque o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou um relat oacute;rio na ter ccedil;a-feira (12) que causou uma surpresa geral: a expectativa de produ ccedil; atilde;o de milho no pa iacute;s passou de 325,62 milh otilde;es de toneladas para 334,05 milh otilde;es de toneladas, um aumento de oito milh otilde;es de toneladas.
Os primeiros reflexos, logo, foram quedas nas cota ccedil; otilde;es de gr atilde;os. Na aacute;rea de atua ccedil; atilde;o do Departamento de Economia Rural (Deral) de Toledo, o pre ccedil;o da soja teve ontem (13) uma redu ccedil; atilde;o de 2,59% em rela ccedil; atilde;o agrave; ter ccedil;a-feira, passando de R$ 38,50 para R$ 37,50. A queda eacute; considerada muito significativa para um s oacute; dia. ldquo;Isso nos deixa em alerta para o que deve vir pela frente. Infelizmente a tend ecirc;ncia n atilde;o eacute; boa em raz atilde;o do cen aacute;rio de estoques altos e eleva ccedil; atilde;o da produ ccedil; atilde;o americana e sul-americana rdquo;, comenta o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Jo atilde;o Luis Raimundo Nogueira.
Basicamente tr ecirc;s vari aacute;veis podem influenciar para o suporte de pre ccedil;os, tanto de soja como de milho, aponta o profissional: ldquo;A primeira eacute; a a ccedil; atilde;o do governo federal lan ccedil;ando recursos para compra de milho, o que vem acontecendo agora, para liberar os armaz eacute;ns para receber a safra. Mas s atilde;o necess aacute;rios muitos recursos para a compra de milho principalmente. Ao menos se o governo comprar o produtor recebe o pre ccedil;o m iacute;nimo rdquo;, diz.
Outro fator importante eacute; a demanda que existe pelos pa iacute;ses compradores, especialmente de soja, e a iacute; especificamente a China. Como a recess atilde;o econ ocirc;mica ainda est aacute; presente nos pa iacute;ses compradores, eacute; preciso aguardar para ver se aumenta a demanda este ano. ldquo;E isso daria um suporte aos pre ccedil;os. Mas somos um pouco mais otimistas para a demanda de soja e um pouco mais pessimistas para o milho, diante do relat oacute;rio que aponta um crescimento da safra americana. Realmente isso pegou todo mundo de surpresa. Temos que ser realistas: o momento n atilde;o eacute; bom rdquo;, afirma Jo atilde;o Luis.
De acordo com o chefe da Seab, como os Estados Unidos s atilde;o concorrentes diretos do Brasil na produ ccedil; atilde;o e exporta ccedil; atilde;o de milho, eacute; preciso aguardar tamb eacute;m para saber quais est iacute;mulos o governo americano poder aacute; dar ou n atilde;o para a produ ccedil; atilde;o de energia a partir do cereal. ldquo;Se os Estados Unidos estimular a produ ccedil; atilde;o de energia a partir do milho, abre-se um mercado para o Brasil, pois o pa iacute;s americano concorre com n oacute;s no mercado l aacute; fora e teremos a iacute; a possibilidade de exportar um pouco mais de milho. Eacute; um fator que daria suporte para os pre ccedil;os rdquo;, explica.

C acirc;mbio
Se hoje o c acirc;mbio est aacute; desfavor aacute;vel para a exporta ccedil; atilde;o, este quadro pode mudar. Para isso o produtor deve ficar de olho nos fundos de investimentos, que se movimentam de forma articulada e que podem influenciar os pre ccedil;os das commodities em geral e beneficiar a liquidez tanto de soja como de milho no mercado internacional. ldquo;Isso aconteceu em 2008. Pode vir acontecer em 2010? N atilde;o se sabe, mas temos que ficar de olho nos movimentos dos fundos tamb eacute;m, que est atilde;o associados agrave; taxa de c acirc;mbio rdquo;, comenta.

Recomenda ccedil; otilde;es
Questionado como o agricultor deve proceder neste momento de incertezas, Jo atilde;o Luis sugere que se existe a oscila ccedil; atilde;o no mercado, o produtor precisa fazer seguro de pre ccedil;o e precisa observar para saber quais as possibilidades que tem para fazer uma venda no mercado futuro ou no mercado de op ccedil; otilde;es. ldquo;O produtor tem que garantir parte desta produ ccedil; atilde;o dele atrav eacute;s do mercado de op ccedil; otilde;es e mercado futuro. Tem que garantir o pre ccedil;o m iacute;nimo, n atilde;o pode esquecer de fazer isso. Numa eacute;poca em que temos safras cheias tanto na Am eacute;rica do Sul como nos Estados Unidos, eacute; imprescind iacute;vel trabalhar estes mecanismos de venda futura rdquo;, orienta.
Outra recomenda ccedil; atilde;o eacute; que o agricultor deve estar sempre muito bem informado sobre os movimentos que est atilde;o ocorrendo. ldquo;Existia uma expectativa em rela ccedil; atilde;o ao relat oacute;rio dos Estados Unidos que seria divulgado na ter ccedil;a-feira, que vinha com n uacute;meros que pressionariam para baixo os pre ccedil;os, mas fomos surpreendidos com uma produ ccedil; atilde;o bem maior do que o esperado. Portanto, o produtor deve come ccedil;ar a trabalhar melhor as vendas futuras para se proteger e se planejar melhor. A classe produtora n atilde;o tem mais como adiar este tipo de iniciativa. O produtor tem que ficar muito atento mesmo rdquo;, ressalta.

Concorr ecirc;ncia perfeita
Conforme o chefe regional da Seab, o produtor rural prim aacute;rio est aacute; em um setor em que existe a concorr ecirc;ncia perfeita, em que este profissional eacute; o que tem menos condi ccedil; otilde;es de influenciar nos pre ccedil;os. ldquo;Se estivesse no setor de venda de insumos, industrial, de transportes, enfim, seria diferente, por eacute;m o produtor prim aacute;rio est aacute; em um setor em que a capacidade de influenciar o pre ccedil;o da soja eacute; zero. Ent atilde;o tem que estar muito informado para aproveitar as oportunidades. Nenhum setor da economia de todo o complexo da agricultura tem que estar t atilde;o bem informado como o produtor rural, porque eacute; o mais sens iacute;vel, eacute; o que tem menos capacidade de influenciar na forma ccedil; atilde;o dos pre ccedil;os, ent atilde;o eacute; o que tem que aproveitar melhor as oportunidades rdquo;, destaca.

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