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Os enormes custos humanos e financeiros dos acidentes de trânsito – por Dilceu Sperafico

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(Foto: Divulgação)

Não são somente perdas irreparáveis de preciosas vidas e integridade física e emocional de seres humanos e danos causados a veículos, muitos dos quais adquiridos com grandes dificuldades e garantidores da sobrevivência de proprietários, os males dos acidentes de trânsito em rodovias e cidades do país. Essas tragédias, citadas na Semana de Trânsito deste ano, se devem tanto à falta de investimentos na manutenção e melhoria das estradas, como à irresponsabilidade de muitos condutores.

De acordo com o Governo do Paraná, acidentes de trânsito geram alto custo para a saúde pública no Estado, além de sofrimento das vítimas e seus familiares e amigos. Conforme o estudo, cada sinistro de trânsito com óbito no local, em rodovias estaduais e trechos das estradas federais no Paraná, custa cerca de 935 mil reais ao serviço de saúde pública estadual. Os sinistros sem vítimas fatais custam em média 143 mil reais por acidente aos cofres estaduais.

Os dados muito preocupantes foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA/PR), em agosto último e os valores citados incluem além das perdas materiais, prejuízos com a produtividade econômica do indivíduo atingido, gastos com atendimento de urgência, emergência e outros reflexos negativos dos acidentes de trânsito, que incluem a ocupação de espaços em hospitais e unidades de saúde pública, que muitas vezes deixam de atender pacientes com doenças graves.

No Paraná, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM/DATASUS/MS), no ano de 2022 foram registradas 2.526 mortes em decorrência de acidentes de trânsito, dos quais cerca de 34% eram condutores ou ocupantes de automóveis ou caminhonetes, 28% de motocicletas, 17% pedestres e 5,0% ciclistas. A maioria das vítimas era formada de pessoas adultas, com idades entre 20 a 59 anos, somando 72,1% dos casos fatais, com predomínio da faixa etária entre 20 a 29 anos ou 22,57%. Desses óbitos, 81,9% foram de pessoas do sexo masculino.

Com relação à taxa de internamentos por lesões em acidentes de trânsito, de acordo com o Sistema de Informação Hospitalar (SIH), o Paraná apresentou queda de 5,65%, caindo de 9,43 para 8,89 vítimas por 10.000 habitantes. Já entre janeiro e julho de 2023, segundo dados do Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná, 723 pessoas faleceram em acidentes de trânsito no Estado, com a média de sete mortes a cada dois dias. A média deste ano apresenta queda de 7,2% se comparada ao mesmo período de 2022, quando 779 pessoas vieram a óbito. Resumindo, no Estado foram 24.256 acidentes de trânsito registrados nos primeiros sete meses de 2023, contra 24.208 no mesmo período de 2022, com diferença de 0,2% para menos.

Se análise racional de números de acidentes de trânsito no Estado citam dados extremamente preocupantes, exigindo ações do poder público na manutenção, melhoria e sinalização de rodovias e vias urbanas e a adoção de ações preventivas por parte de motoristas, motociclistas e pedestres, a situação se torna ainda mais trágica quando se avalia os sofrimentos humanos resultantes desses eventos, especialmente entre as famílias e amigos das vítimas fatais. Uma vida ou habilidades humanas perdidas nessas tragédias, vale lembrar, não são recuperadas jamais, por maiores que sejam os investimentos financeiros no atendimento das vítimas e/ou seus familiares.

Dilceu Sperafico é deputado federal pelo Paraná
dilceu.joao@uol.com.br

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