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Piscicultura volta a emergir em Rondon

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Forte na cria ccedil; atilde;o de aves, su iacute;nos, na produ ccedil; atilde;o leiteira, de soja e de milho, o munic iacute;pio de Marechal C acirc;ndido Rondon agora se volta para o seu potencial produtivo de peixes. De acordo com o engenheiro agr ocirc;nomo da Emater local, Francisco Donizete Borzatto, o munic iacute;pio disp otilde;e de uma s eacute;rie de fatores que o colocam na condi ccedil; atilde;o de ter um grande potencial para a atividade, que at eacute; a pouco, por eacute;m, estava ldquo;adormecido rdquo;.
Segundo o profissional, a abund acirc;ncia de aacute;gua, o clima quente, com poucos dias de frio intenso por ano, a disponibilidade de ra ccedil; atilde;o produzida localmente e a constata ccedil; atilde;o de interesse de muitos produtores em trabalhar na atividade favorecem o munic iacute;pio.
Do ponto de vista de Borzatto, at eacute; mesmo propriedades que n atilde;o disp otilde;em de recursos h iacute;dricos podem ter tanques para produ ccedil; atilde;o de peixes. ldquo;Desde que se tenha licenciamento do oacute;rg atilde;o ambiental e posteriormente se fa ccedil;a o tratamento, eacute; poss iacute;vel obter aacute;gua de nascentes, rios, do lago e at eacute; mesmo do subsolo, j aacute; que estamos sobre um aqu iacute;fero rdquo;, garante.
Em raz atilde;o deste potencial e com o objetivo de oferecer a pequenos produtores mais uma alternativa de diversifica ccedil; atilde;o de atividades, visando ter mais uma fonte de renda, a Emater promover aacute; em Marechal Rondon, no pr oacute;ximo dia 11, um curso sobre piscicultura. Ele ser aacute; realizado das 08 agrave;s 16h30, no audit oacute;rio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. As vagas j aacute; est atilde;o praticamente preenchidas. ldquo;J aacute; temos 36 inscritos e abriremos at eacute; 40 vagas rdquo;, menciona.
Durante o curso, ser atilde;o ministrados temas como cuidados no preparo do viveiro (a ccedil;ude), no recebimento de alevinos, na alimenta ccedil; atilde;o, aduba ccedil; atilde;o e qualidade da aacute;gua.

Realidade
Conforme o representante da Emater, Marechal Rondon j aacute; teve em torno de 80 produtores, quando funcionava no munic iacute;pio um frigor iacute;fico de peixes. No entanto, devido a v aacute;rios problemas que surgiram no meio da cadeia – dentre eles a presen ccedil;a de atravessadores – atualmente a atividade se resume a cerca de 30 pequenos produtores, estima. ldquo;Muitos produtores tiveram preju iacute;zos, o que os desestimulou, e os levou a abandonarem a atividade rdquo;, lembra.
Hoje a realidade j aacute; eacute; outra e muitos pequenos produtores est atilde;o vislumbrando bons neg oacute;cios a partir da parceria que a Cooperativa Agroindustrial Copagril fez com a Copacol para a produ ccedil; atilde;o de peixes no sistema de integra ccedil; atilde;o. Pelo menos 160 produtores j aacute; est atilde;o inscritos na lista de interessados da cooperativa.
Na vis atilde;o do profissional da Emater, falta apoio e incentivos por parte da municipalidade para regulariza ccedil; atilde;o da atividade e adequa ccedil; atilde;o de viveiros. ldquo;Em todas as atividades que a prefeitura ofereceu incentivos, houve um retorno e o mesmo deve acontecer com a piscicultura rdquo;, declara.

Atividade
Conforme Borzatto, o curso ser aacute; mais voltado para pequenos produtores, que possuam ou pensem em investir em tanques com aacute;rea inferior a cinco mil metros quadrados, enquanto o foco da cooperativa seria nos que tiverem aacute;reas maiores. No entanto, nada impede que os pequenos futuramente entrem no sistema de integra ccedil; atilde;o. ldquo;Alguns dos produtores j aacute; atuam na atividade e o curso ser aacute; voltado para a atualiza ccedil; atilde;o e a dissemina ccedil; atilde;o de caracter iacute;sticas da produ ccedil; atilde;o comercial, que tem v aacute;rias exig ecirc;ncias e normas rdquo;, adianta.
Segundo ele, a piscicultura eacute; uma atividade complexa, que exige muito conhecimento. ldquo;Ela pode ser de baixo ou grande impacto no meio ambiente, dependendo da quantidade de animais alojados rdquo;, afirma. Por esta raz atilde;o, eacute; necess aacute;rio obter licenciamento.
Al eacute;m disso, ressalta o profissional, como n atilde;o se tem visibilidade do animal quando em seu habitat, fica dif iacute;cil acompanhar o seu desenvolvimento. ldquo;Qualquer problema no viveiro pode acarretar consequ ecirc;ncias negativas e provocar uma grande mortandade de peixes de um dia para o outro rdquo;, alerta.
Os participantes do curso conhecer atilde;o o modelo Emater de produ ccedil; atilde;o de til aacute;pias, que ser aacute; umas das op ccedil; otilde;es de produ ccedil; atilde;o. ldquo;Os produtores ter atilde;o acompanhamento a campo, para testar e fixar os conhecimentos obtidos durante o curso rdquo;, adianta.

Produ ccedil; atilde;o
O investimento para iniciar na piscicultura eacute; considerado pelo profissional relativamente baixo em compara ccedil; atilde;o a outras atividades rurais. Segundo ele, al eacute;m disso, existem linhas de financiamento em institui ccedil; otilde;es banc aacute;rias tanto para a implanta ccedil; atilde;o de tanques como para custeio da atividade.
A aquisi ccedil; atilde;o de alevinos eacute; poss iacute;vel em raz atilde;o da presen ccedil;a de produtores no pr oacute;prio munic iacute;pio. ldquo;Inclusive temos produtores licenciados, que produzem alevinos de qualidade rdquo;, salienta.
Para a produ ccedil; atilde;o comercial, tamb eacute;m eacute; necess aacute;rio um viveiro espec iacute;fico para a produ ccedil; atilde;o de juvenis, que s oacute; ser atilde;o repassados para o tanque de engorda quando atingirem peso entre 25 e 36 gramas.
Na fase de termina ccedil; atilde;o, a despesca eacute; feita quando as til aacute;pias atingem em m eacute;dia 600 gramas. A m atilde;o-de-obra para esta atividade geralmente fica por conta da empresa compradora. Em seguida, explica o profissional, elas devem passar pela depura ccedil; atilde;o, que consiste no per iacute;odo em que ficam sem receber alimenta ccedil; atilde;o para posteriormente serem abatidas.
A comercializa ccedil; atilde;o, de acordo com Borzatto, ser aacute; facilitada quando feita por um grupo de produtores. ldquo;A uni atilde;o de piscicultores favorece a comercializa ccedil; atilde;o, em raz atilde;o da quantidade e periodicidade de fornecimento do produto; bem como a negocia ccedil; atilde;o de pre ccedil;os rdquo;, aponta.
Um dos aspectos fundamentais na cadeia produtiva eacute; a comercializa ccedil; atilde;o. ldquo;Por isso a import acirc;ncia de efetuar a venda para empresas id ocirc;neas, que possuam inspe ccedil; atilde;o sanit aacute;ria rdquo;, ressalta o agr ocirc;nomo.

Retorno
O retorno financeiro com a piscicultura varia conforme a quantidade de peixes alojados e o desenvolvimento dos animais. No modelo Emater de produ ccedil; atilde;o de til aacute;pias, s atilde;o alojados 2,5 animais por metro quadrado. Eacute; poss iacute;vel criar, portanto, 25 mil peixes por hectare. ldquo;Produzindo animais de 600 gramas, eacute; poss iacute;vel obter uma receita m eacute;dia de R$ 9 mil por lote. Considerando que s atilde;o duas safras por ano agr iacute;cola, totaliza-se R$ 18 mil por ano rdquo;, calcula.
Ele ressalta que s atilde;o n uacute;meros de uma produ ccedil; atilde;o incipiente, j aacute; que com a soma de experi ecirc;ncia ao longo dos anos, eacute; poss iacute;vel ampliar a produ ccedil; atilde;o, passando a cinco ou at eacute; dez peixes por metro quadrado, desde que se use alta tecnologia.

Produtor v ecirc; na atividade uma alternativa de renda
H aacute; dois anos de se aposentar, Od aacute;rio Weber, morador da Linha Guarani, em Marechal C acirc;ndido Rondon, v ecirc; na piscicultura uma alternativa de obter renda nos pr oacute;ximos anos. Ele eacute; um dos inscritos para o curso da Emater e revela que tamb eacute;m se inscreveu na lista da Copagril de interessados na atividade.
O produtor tem dois a ccedil;udes na propriedade, desde o in iacute;cio da d eacute;cada de 90. ldquo;Trabalhamos com pesque-pague, mas n atilde;o deu certo porque o arroio (Fundo) transbordou e a aacute;gua levou todos os peixes embora rdquo;, lembra.
Hoje os cerca de tr ecirc;s mil peixes que ocupam os 3,2 mil metros de tanques est atilde;o destinados exclusivamente ao consumo pr oacute;prio da fam iacute;lia. Os tanques t ecirc;m pacu, corimba, carpa, tra iacute;ra, bagre e lambaris, que s atilde;o retirados com rede quando a fam iacute;lia pretende consumir.
Od aacute;rio j aacute; fez curso de piscicultura, mas pretende atualizar seus conhecimentos. ldquo;Se for para entrar na atividade, tem que fazer bem feito rdquo;, opina.
Segundo ele, a fam iacute;lia pretende se preparar para entrar na atividade a partir do final deste ano. Ele j aacute; sabe que ser atilde;o necess aacute;rios investimentos, por isso precisa se programar.
O objetivo do produtor eacute; aprofundar os a ccedil;udes e ampliar a aacute;rea para cinco mil metros quadrados. ldquo;Se for poss iacute;vel, quero produzir em torno de 15 mil peixes no ano que vem rdquo;, almeja.
Ele afirma ter conhecimento de que a atividade pode ser rent aacute;vel, por isso mesmo quer som aacute;-la agrave; produ ccedil; atilde;o de leite e gr atilde;os que j aacute; possui.

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