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Projeto muda a realidade de pescadores da região

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Com o projeto ?Mais Peixes em Nossas Águas?, os pescadores que integram a iniciativa estão animados com a produtividade: valorização da categoria e renda extra (Foto: Fotos: Cristiano Viteck)

Preocupada com a diminui ccedil; atilde;o do estoque pesqueiro no Lago de Itaipu, a Itaipu Binacional deu in iacute;cio, h aacute; sete anos, ao programa ldquo;Mais Peixes em Nossas Aacute;guas rdquo;, que incentiva a produ ccedil; atilde;o de peixes por meio de tanques-rede. Com o passar dos anos, o que se observou eacute; que o projeto tem mudado a realidade de muitos pescadores que se dedicam agrave; atividade, proporcionando renda extra, inclus atilde;o social e valoriza ccedil; atilde;o da categoria.
Segundo a estat iacute;stica da Itaipu, na d eacute;cada de 90 o estoque pesqueiro chegou a 1,7 mil toneladas por ano. H aacute; cerca de tr ecirc;s anos foi registrado o menor estoque desde que a empresa faz o acompanhamento: 600 toneladas. No ano passado houve uma pequena recupera ccedil; atilde;o e foram pescadas 800 toneladas de peixe. ldquo;O programa foi iniciado com base na pr oacute;pria estat iacute;stica, que estava demonstrando redu ccedil; atilde;o do estoque pesqueiro no Lago de Itaipu rdquo;, comenta o coordenador do projeto, Pedro Tonelli.
De acordo com ele, os reservat oacute;rios por si s oacute; normalmente n atilde;o s atilde;o muito prop iacute;cios para grande estoque de peixe, pois a condi ccedil; atilde;o ambiental eacute; diferenciada da natural. ldquo;Os peixes maiores s atilde;o de aacute;gua corrente, e n atilde;o de aacute;gua parada. Quando se constr oacute;i o reservat oacute;rio, se muda o perfil do pescado. Hoje se pega corvina, tucunar eacute;, muito peixe que n atilde;o eacute; muito grande, enquanto que o surubi, a cachara, o dourado eram peixes do Rio Paran aacute; rdquo;, explica.

Alternativas
Com base na estat iacute;stica, a Itaipu procurou alternativas para os pescadores, pois ela observou que estava havendo uma diminui ccedil; atilde;o do estoque e num quadro reverso estava aumentando o n uacute;mero de profissionais da categoria, revela o coordenador. ldquo;Antigamente havia em torno de 300 pescadores, hoje s atilde;o cerca de 500 fam iacute;lias que vivem exclusivamente da pesca e outras 300 que vivem parcialmente. Por isso, estudamos as possibilidades para promover uma melhoria de vida a estes pescadores. A Itaipu tem um compromisso social com esta camada e foi a iacute; que idealizamos e est aacute; em desenvolvimento o projeto rdquo;, explica, acrescentando: ldquo;Estudamos o reservat oacute;rio, o licenciamos e demarcamos os primeiros tr ecirc;s parques aqu iacute;colas. Hoje todo o reservat oacute;rio est aacute; mapeado rdquo;, emenda.

In iacute;cio
O programa iniciou em um processo experimental de cultivo, j aacute; que os pescadores n atilde;o t ecirc;m a tradi ccedil; atilde;o de produzir peixe atrav eacute;s dos tanques-rede. Tonelli lembra que inicialmente a Itaipu disponibilizou dois tanques-rede para cada profissional da pesca. Do total de 800 pescadores, 206 experimentaram a nova atividade. ldquo;Dois ter ccedil;os gostaram e um ter ccedil;o n atilde;o, por conta da disciplina rdquo;, diz.
Hoje participam ativamente do programa 130 pescadores e outros 30 devem integrar a iniciativa quando tiverem condi ccedil; otilde;es financeiras para come ccedil;ar a atividade. O projeto j aacute; conta com cerca de 500 tanques-rede, alguns destinados para a produ ccedil; atilde;o e outros para as duas unidades de pesquisa (uma localizada em Santa Helena, em parceria com o curso de Engenharia de Pesca da Unioeste, e outra em Foz do Igua ccedil;u, no Ref uacute;gio Biol oacute;gico). ldquo;Alguns conseguiram evoluir bastante. Tem um pescador de Santa Terezinha de Itaipu que j aacute; tem 23 tanques, e em Itaipul acirc;ndia temos profissionais com nove, 12, 14 rdquo;, menciona.

Sem preju iacute;zo
A partir do balan ccedil;o da uacute;ltima engorda, no ano passado, a Itaipu constatou que nenhum pescador que faz parte do programa teve preju iacute;zos. Para alguns a atividade rendeu mais, enquanto para outros menos, em raz atilde;o do manejo e da ra ccedil; atilde;o utilizada. ldquo;At eacute; agora a melhor esp eacute;cie para o cultivo, a partir de muita pesquisa, foi o pacu, pois n atilde;o eacute; um peixe muito exigente com a comida, tem um mercado razo aacute;vel e uma carne boa. A segunda esp eacute;cie eacute; o jundi aacute;, que eacute; um bagre nativo, mas s oacute; d aacute; certo no inverno. Estamos iniciando um terceiro ciclo de pesquisa, de dois anos, para estudarmos a possibilidade da implanta ccedil; atilde;o do surubi e tamb eacute;m a cachara. Provavelmente vamos ainda fazer um experimento da til aacute;pia na unidade de pesquisa, para que ela quando esteja legalmente liberada j aacute; tenhamos os resultados do comportamento desta esp eacute;cie rdquo;, destaca Tonelli.
Pelo tratado governamental entre Brasil e Paraguai, oficializado em 2002, eacute; proibida a introdu ccedil; atilde;o, manejo e cultivo de qualquer esp eacute;cie ex oacute;tica. Por eacute;m, est aacute; ocorrendo um movimento para que se permita o cultivo da til aacute;pia e de outras esp eacute;cies que s atilde;o mais lucrativas que as nativas e de manejo mais f aacute;cil.

Entre Rios do Oeste
O munic iacute;pio de Entre Rios do Oeste eacute; mais um que est aacute; investindo na piscicultura. Uma unidade grande de produ ccedil; atilde;o est aacute; entrando em funcionamento. A expectativa, se tudo der certo, eacute; que sejam instaladas 180 gaiolas, o que possibilitar aacute; a produ ccedil; atilde;o de 18 toneladas de peixe. ldquo;A Itaipu, a prefeitura e a Col ocirc;nia de Pescadores firmaram um conv ecirc;nio de responsabilidade tr iacute;plice. Hoje (ontem, 05) os t eacute;cnicos levaram peixe para o estoque para a primeira remessa. A prefeitura tem disposi ccedil; atilde;o de incluir o peixe na merenda escolar e fazer campanha de venda rdquo;, aponta.

Alimento sem desmatar
Tonelli salienta que existe a necessidade mundial de aumentar a quantidade de alimento bom, que cont eacute;m prote iacute;na. A principal vantagem com a produ ccedil; atilde;o de peixe, ressalta, eacute; que a atividade n atilde;o desmata, n atilde;o provoca fuma ccedil;a e causa pouca polui ccedil; atilde;o. ldquo;Se houver um aumento da atividade agropecu aacute;ria, como bovinocultura, avicultura e sojicultura, por exemplo, evidentemente que eacute; preciso expandir o territ oacute;rio agr iacute;cola, o que vai gerar consequ ecirc;ncias para o planeta. E o mundo est aacute; acordando para isso, inclusive o Brasil, e incentivando uma mudan ccedil;a de foco: que se produza alimento bom extra iacute;do da aacute;gua, e n atilde;o mais atrav eacute;s de desmatamento, da terra e gerando uma polui ccedil; atilde;o grande rdquo;, analisa.

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