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Roberto Braatz embarca hoje rumo à África do Sul

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O rondonense Roberto Braatz voltou ontem (1º) de uma viagem a Porto Alegre, onde foi novamente homenageado, e só então começou a arrumar as malas: A expectativa é de bons jogos, porque o trio está muito bem preparado (Foto: Maria Cristina Kunzler)

A agenda nos uacute;ltimos dias tem se resumido a muitas viagens e entrevistas concedidas agrave; imprensa. Afinal de contas, o aacute;rbitro assistente da Fifa, Roberto Braatz, de Marechal C acirc;ndido Rondon, estar aacute; representando o Paran aacute; na maior competi ccedil; atilde;o futebol iacute;stica do mundo – a Copa do Mundo. Completam o uacute;nico trio brasileiro de arbitragem que vai ao mundial Altemir Hausmann (tamb eacute;m auxiliar) e Carlos Eug ecirc;nio Simon ( aacute;rbitro), ambos do Rio Grande do Sul.
O rondonense embarca hoje (02) rumo agrave; Aacute;frica do Sul, onde chega amanh atilde; (03) de manh atilde;. Sempre simp aacute;tico e atencioso, em meio a tantos compromissos, Braatz recebeu a reportagem do Jornal O Presente, ontem (1 ordm;), em sua casa. Na entrevista, ele falou sobre as expectativas para a competi ccedil; atilde;o, como fez para se aperfei ccedil;oar e se tornar um dos melhores aacute;rbitros assistentes do mundo, disse qual ser aacute; a rotina na Aacute;frica e, dentre outros assuntos, fez uma revela ccedil; atilde;o: seria um sonho arbitrar o jogo de estreia da competi ccedil; atilde;o. Confiram.

Rotina na Aacute;frica
Nenhum trio de arbitragem sabe ainda em qual jogo vai trabalhar e tampouco que dia ser aacute; a estreia na Copa do Mundo. Em uma proje ccedil; atilde;o, Roberto Braatz acredita que vai trabalhar em jogos entre africanos e europeus e africanos e asi aacute;ticos.
O que eles sabem, at eacute; o momento, ser aacute; a rotina na Aacute;frica do Sul e a programa ccedil; atilde;o de atividades estabelecidas pela Fifa. ldquo;Chegamos no dia 03 (amanh atilde;) e agrave; tarde j aacute; vamos fazer atividade f iacute;sica. At eacute; o dia 09 haver aacute; toda manh atilde; atividade f iacute;sica e treinamento pr aacute;tico e agrave; tarde treinamento te oacute;rico. Quando come ccedil;ar de fato a Copa estas atividades continuam, mas quem tiver jogo faz um trabalho diferenciado rdquo;, explica.
Possivelmente todos os trios far atilde;o em conjunto alguns passeios para conhecer um pouco da Aacute;frica do Sul. Os aacute;rbitros n atilde;o t ecirc;m qualquer tipo de contato com as sele ccedil; otilde;es, somente na hora do jogo.

Bagagem
Como ficar aacute; confinado no hotel, destinado somente para os aacute;rbitros, Braatz est aacute; levando em sua bagagem muitos livros e filmes para passar o tempo. Esta eacute; at eacute; uma recomenda ccedil; atilde;o da Fifa. ldquo;Vamos ficar em regime de confinamento. Haver aacute; uma equipe de psic oacute;logos que vai acompanhar os aacute;rbitros, pois como vamos ficar isolados eacute; feito todo um trabalho para evitar o estresse causado pelo isolamento rdquo;, diz.
O rondonense n atilde;o vai levar muitas roupas, pois como os aacute;rbitros s atilde;o patrocinados pela Adidas, a marca disp otilde;e de material esportivo para que seja utilizado. ldquo;Amuletos de sorte rdquo; tampouco Braatz possui. O que eacute; garantido em sua mala eacute; a bandeira do Brasil. O trio levar aacute; chimarr atilde;o, at eacute; porque Altemir Hausmann e Carlos Eug ecirc;nio Simon s atilde;o ga uacute;chos.

Homenagens
Na uacute;ltima sexta-feira (28), Roberto Braatz foi homenageado pelo prefeito de Marechal Rondon, Moacir Froehlich, e pelo governador Orlando Pessuti. No dia 26 foi a vez do presidente Luiz In aacute;cio Lula da Silva prestar homenagem ao trio de arbitragem. J aacute; no dia 25 os tr ecirc;s participaram de uma festa em Porto Alegre (RS). Na ocasi atilde;o, o rondonense, ao lado de Simon e Hausmann, foi nomeado embaixador da cidade para a Copa de 2014. Nesta segunda-feira (31) ele foi novamente homenageado em Porto Alegre.
ldquo;Em Marechal Rondon eu tenho recebido muito apoio, especialmente de pessoas pr oacute;ximas, e da pr oacute;pria Associa ccedil; atilde;o de Aacute;rbitros. Logo que foi confirmado que eu iria para a Copa, a Copagril foi a primeira empresa que prestou homenagem e depois a Sicredi. Em Rondon h aacute; um reconhecimento e isso eacute; gostoso. Sempre dissemos que lsquo;santo de casa n atilde;o faz milagre rsquo;, mas parece que ser reconhecido no pr oacute;prio munic iacute;pio tem um significado maior rdquo;, comenta.

Reconhecimento
Roberto Braatz eacute; tido atualmente, junto com Altemir Hausmann, como o melhor aacute;rbitro assistente do Brasil e mais bem preparado. Naturalmente que este resultado n atilde;o surgiu da noite para o dia. Foram anos de trabalho para se aperfei ccedil;oar e ganhar destaque no cen aacute;rio nacional.
De acordo com o rondonense, durante a sua trajet oacute;ria – que ultrapassa 15 anos – houve erros, mas ele sempre busca identificar a raiz do problema. ldquo;Busco todas as coisas para descobrir o que fez com que eu errasse na partida, se foi o posicionamento, uma noite mal dormida, uma viagem ou realmente era um lance dif iacute;cil que n atilde;o tinha como acertar. Mas neste caso eu posso fazer algo para melhorar rdquo;, aponta.
Um dos jogos que marcou a vida do aacute;rbitro assistente foi em Curitiba, logo numa das primeiras partidas que bandeirou na Capital paranaense. Isto porque ele errou um lance muito simples, afirma, por pura falta de concentra ccedil; atilde;o. ldquo;Eu estava assistindo ao jogo. Ent atilde;o hoje me preocupo primeiro com a linha do uacute;ltimo defensor e me concentro ao m aacute;ximo. Isso me marcou muito rdquo;, revela.

100% preparado
Para a Copa do Mundo, o rondonense admite que gostaria de ter aprimorado mais o ingl ecirc;s para falar com flu ecirc;ncia. Mas no que se refere agrave; prepara ccedil; atilde;o f iacute;sica n atilde;o h aacute; do que se queixar. Braatz afirma que o trio est aacute; muito bem preparado e atingiu os iacute;ndices m aacute;ximos exigidos pela Fifa. ldquo;Em um pico de 40 metros, por exemplo, a Fifa exige que seja percorrido em 5,6 segundos. A m eacute;dia dos aacute;rbitros eacute; de 6s e para os mundialistas a entidade colocou como meta 5,6s. Eu e o Altemir conseguimos atingir 5,4s. Ent atilde;o estamos com um iacute;ndice muito bom. A expectativa eacute; de bons jogos, porque o trio est aacute; muito bem preparado rdquo;, comemora.

Dispensa de aacute;rbitros
No in iacute;cio de julho (por volta do dia 02 ou 03), a Fifa deve dispensar em torno de 50% dos aacute;rbitros, por n atilde;o haver necessidade de manter todos nas fases decisivas. Se o trio brasileiro n atilde;o for dispensado – isso pode ocorrer se sele ccedil; otilde;es sul-americanas se classificarem -, permanecer aacute; na Aacute;frica do Sul at eacute; o dia 12 de julho. Certamente os brasileiros n atilde;o v atilde;o torcer para ver o trio na final da Copa.
ldquo;Torcemos pela Sele ccedil; atilde;o Brasileira, at eacute; porque o reconhecimento da arbitragem ocorre tamb eacute;m atrav eacute;s do futebol. Por eacute;m, n atilde;o criamos uma expectativa em rela ccedil; atilde;o aos jogos que vamos trabalhar. Queremos arbitrar dois a tr ecirc;s jogos muito bem e da iacute; o que vier eacute; lucro. Sabemos que eacute; dif iacute;cil trabalhar em tr ecirc;s jogos ou mais em uma Copa do Mundo, por isso estaremos muito felizes com o que acontecer rdquo;, destaca.

Auge da carreira
Questionado como resume o que est aacute; sentindo com a experi ecirc;ncia em participar da competi ccedil; atilde;o mundial, o aacute;rbitro eacute; enf aacute;tico: ldquo;Em termos de arbitragem eacute; a melhor coisa que poderia acontecer na minha carreira. Eacute; o melhor momento por se tratar da maior competi ccedil; atilde;o e n oacute;s vamos fazer parte dela. Eacute; o auge! Ainda tenho mais tr ecirc;s anos de profiss atilde;o e minha carreira chegou em um n iacute;vel muito bom nacional e internacionalmente. Arbitrei em cinco jogos das Eliminat oacute;rias da Copa e participei de tr ecirc;s competi ccedil; otilde;es mundiais (Sub-17, Sub-20 e Mundial de Clubes). S oacute; faltava a Copa do Mundo. Estou coroando a carreira com o m aacute;ximo que um aacute;rbitro pode esperar rdquo;, destaca.

Futuro no futebol
Aos 42 anos, o rondonense tem ainda dois anos e meio de profiss atilde;o – quando completar aacute; 45 anos. Ele poderia ter dedicado sua vida a uma profiss atilde;o que lhe daria seguran ccedil;a profissional, remunera ccedil; atilde;o est aacute;vel e aposentadoria, o que n atilde;o tem como aacute;rbitro. Mas o futebol, sem d uacute;vida, falou mais alto na vida de Braatz.
Sobre o futuro, o rondonense comenta que ainda n atilde;o sabe o que vai fazer profissionalmente, mas seu projeto eacute; continuar no meio futebol iacute;stico. ldquo;Como estamos no destaque internacional, podemos nos projetar. N atilde;o sei se vou receber convite para trabalhar em uma comiss atilde;o de aacute;rbitros; trabalhar como instrutor de aacute;rbitros, que eacute; um campo em que estou me preparando; virar comentarista, que eacute; algo que est aacute; surgindo oportunidades; ou se vou trabalhar em uma equipe, pois os times est atilde;o contratando aacute;rbitros para trabalhar em suas categorias de base rdquo;, conclui.

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