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Youssef deve deixar a cadeia para cumprir prisão domiciliar nesta quinta

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O doleiro Alberto Youssef, que está preso pela Lava Jato desde março de 2014, deve deixar as grades para cumprir a prisão em regime domiciliar a partir desta quinta-feira (17).

Ele já foi condenado em nove processos por penas que chegam a 121 anos e 11 meses de prisão, mas, por conta do acordo de delação premiada, ele não pode cumprir mais de três anos de prisão em regime fechado. Entre os crimes aos quais ele responde estão corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Nesta quinta, serão completados dois anos e oito meses da prisão do doleiro. Os quatro meses restantes para completar o período de três anos poderão ser cumpridos em domicílio após uma nova versão do acordo de delação que foi revista e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesses quatro meses, o doleiro será monitorado por tornozeleira eletrônica por determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Moro considera que não será necessária escolta para garantir que o doleiro permaneça em casa, pois ele estará usando o equipamento eletrônico. Considerando que Alberto Youssef já terá cumprido a maior parte da pena fixada em regime fechado, parece improvável que intente fuga nos quatro meses remanescentes em prisão domiliciar. Além disso, há custos com escolta que dificultariam a sua realização, disse o juiz.

Moro também autorizou que Youssef tenha um celular à disposição. No entanto, ele só poderá usar o aparelho para ligações de emergência e para pessoas previamente liberadas para visita-lo em casa. O aparelho poderá ser grampeado, para o monitoramento do doleiro.

As visitas serão restritas aos advogados, familiares, filha e esposa. Ele só poderá receber essas pessoas entre 8h e 12h, segundo o juiz, que também autorizou que Youssef possa sair do apartamento para ir até a academia do condomínio, para realizar sessões de fisioterapia.

O acordo de delação de Youssef prevê ainda que, após o cumprimento dos três anos de prisão (dois anos e oito meses na cadeia e quatro meses em casa), Youssef seja transferido imediatamente para o regime aberto, ou seja, estará livre para ir e vir aonde quiser. A única restrição é que ele fica impedido de cometer novos crimes num prazo de 10 anos, sob o risco de ter que responder integralmente aos processos que foram abertos contra ele.

 

Como ocorreu a prisão do doleiro

Tudo começou em 17 de março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da Lava Jato. Foram cumpridos 128 mandados judiciais no Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Entre os presos estiveram o doleiro Alberto Youssef. Ele foi detido em São Luís, no Maranhão.

A ação teve como foco principal o mercado clandestino de câmbio no Brasil, responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas com vários crimes como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.

Posteriormente, Youssef se tornou um dos delatores mais importantes da Lava Jato, relatando fatos que envolveram desde diretores da Petrobras, até empreiteiros e políticos. Desde então, já foram recuperados cerca de R$ 2,9 bilhões para os cofres públicos, segundo a força-tarefa da investigação.

Atualmente, a Lava Jato já cumpriu 36 fases da operação.

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