Municípios Doenças sexualmente transmissíveis
20ª Regional de Saúde registrou oito casos de sífilis congênita em 2019
Uma doença que tem causado grande preocupação em virtude dos números de casos, não somente em gestantes e recém nascidos, mas na população em geral. A sífilis é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) que mais tem avançado no Brasil. Ela preocupa as autoridades por ser de fácil propagação e pelo aumento de contaminação nos últimos anos.
A principal forma de transmissão é pelas relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem o uso de preservativo. A doença é considerada uma infecção sistêmica crônica e pode ser transmitida via sexual e da mãe para o bebê.
ACOMPANHAMENTO
Na 20ª Regional de Saúde, em 2019, foram oito casos de sífilis congênita confirmados. A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Regional Nissandra Karsten conta que um dos desafios nessa área é conscientizar as gestantes a realizar o pré-natal iniciando a rotina, preferencialmente, até a 12ª semana de gestação. “É importante fazer as consultas e exames mensais da gestação e, nos casos com exames positivos, fazer o tratamento e monitoramento”.
Ela enfatiza que o tratamento do parceiro também é muito importante para evitar que a gestante recontamine-se. Em casos de gestante não tratada ou não tratada adequadamente, Nissandra explica que o bebê fica submetido a vários riscos de problemas e má formações e precisa ser acompanhado pelos serviços de saúde através de consultas e exames, por pelo menos 18 meses.
“É importante estimular o pré-natal do parceiro também e realizar a testagem das pessoas em geral que tiveram relação sexual sem uso de preservativo. Esses testes rápidos são oferecidos em todas as Unidades Básicas de Saúde”.
SINTOMAS
A doença pode se apresentar de várias formas clínicas e é classificada em diferentes estágios: primária, secundária, latente e terciária. “Muitas vezes a fase inicial passa desapercebida. Nota-se uma certa despreocupação com a sífilis, uma banalização com uma falsa impressão de que a ela não é grave”, enfatiza.
A sífilis primária se manifesta através de uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria que aparece entre dez e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas na virilha. Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
Já a sífilis secundária apresenta sinais e sintomas entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Também pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.
A sífilis latente – fase assintomática – não apresenta sinais ou sintomas. Essa fase é dividida em sífilis latente recente com menos de dois anos de infecção, e sífilis latente tardia, com mais de dois anos de infecção. A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
E, por fim, a sífilis terciária pode surgir de dois a 40 anos após o início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Com Jornal do Oeste