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Marechal "Foi um choque, mas tivemos apoio"

Marechal Rondon é o 4º município com mais casos de gravidez na adolescência na 20ª Regional

Número de casos corresponde a 44% do índice total de 2021

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em

(Foto: Pexels)

Um limbo entre a infância e a vida adulta, a adolescência é muito importante para o desenvolvimento do ser humano. Ainda na puberdade, o adolescente enfrenta mudanças em todos os aspectos do ser, sejam físicas, sociais ou psicológicas, com emoções à flor da pele. Por vezes, toda essa transição é acompanhada por algo inesperado: uma gravidez.

Apenas em Marechal Cândido Rondon foram registrados 27 casos de jovens grávidas antes de completarem 19 anos, conforme dados da 20ª Regional de Saúde. O número, atualizado no dia 18 de julho, corresponde a cerca de 42% do total de gravidezes na adolescência registrado em 2021 e 2020.

“Foi um choque, mas tivemos apoio”

Maria* foi uma dessas rondonenses que engravidou aos 14 anos. “Na hora foi um choque, porque não esperávamos ser pais tão jovens, mas tivemos apoio da família”, conta ela, que teve desde o pré-natal até o parto atendida na saúde pública de Marechal Rondon.

O pai da criança e companheiro dela, João*, que descobriu que seria pai aos 15 anos, afirma que a descoberta da gravidez mudou “praticamente tudo” na vida dos dois.

“A rotina mudou muito. Continuamos estudando, porque temos apoio da família, mas eu, como pai, passei a trabalhar o dia todo, porque os gastos com leite, pomada, fralda e tudo mais aumentaram bastante”, ressaltou ao O Presente.

Já Maria* não trabalha fora; cuida da criança, que tem dez meses, em casa. “Ser mãe significa ter mais responsabilidades, porque precisamos pensar sempre no bebê primeiro”, resume.

*Nomes fictícios para preservar a identidade dos entrevistados.

Marechal Rondon é o 4º município com mais casos na 20ª Regional

Ao todo, a 20ª Regional de Saúde registrou 263 casos de gravidez na adolescência em 2022, segundo dados disponibilizados ao O Presente. O número corresponde a 50% do total de registros de 2021 (525).

De acordo com as informações, Toledo é o município com maior número de adolescentes mães (78), seguido por Assis Chateaubriand (35) e Guaíra (29). Marechal Cândido Rondon é a 4ª cidade com mais casos de gravidez na adolescência, com 27 registros neste ano.

Confira os índices de gravidez na adolescência na 20ª Regional de Saúde:

Município20182019202020212022
Assis Chateaubriand5451515735
Diamante d’Oeste21171175
Entre Rios do Oeste73565
Guaíra10673636229
Marechal Cândido Rondon6653656127
Maripá1111574
Mercedes410742
Nova Santa Rosa961181
Ouro Verde do Oeste1487138
Palotina5462484015
Pato Bragado1299181
Quatro Pontes33210
Santa Helena5852323513
São José das Palmeiras891249
São Pedro do Iguaçu13916105
Terra Roxa2231293521
Toledo18216414115078
Tupãssi76775
Total 20ª Regional de Saúde651577521525263
Dados atualizados dia 18 de julho de 2022 (Fonte: 20ª Regional de Saúde)

10º lugar no Paraná

Com estes índices, a 20ª Regional de Saúde ocupa o 10º lugar com o maior número de gravidez na adolescência entre as 23 regionais do Paraná, posição que ocupa nos últimos quatro anos.

“Procuramos garantir o acesso ao adolescente para consulta, acompanhamento, aconselhamento, realização de preventivo, distribuição de preservativos, educação sexual e métodos contraceptivos”, frisa a enfermeira e referência técnica da rede materno infantil da 20ª Regional, Simone Mayumi Hanada.

Ao O Presente, ela destaca que a faixa etária com maior incidência é entre 15 e 19 anos e, em sua maioria, as adolescentes têm de oito a dez anos de estudo; isto é, possuem Ensino Médio completo ou incompleto. “A gravidez na adolescência não é um problema somente em nível regional, mas, sim, nacional. A gravidez faz com que a adolescente pule uma fase importante da vida, o que é refletido em seu amadurecimento e desenvolvimento tanto físico quanto emocional. Além disso, existe maior risco de parto prematuro, evasão escolar, não realização do pré-natal corretamente, aborto espontâneo, baixo peso ao nascer, hipertensão arterial materna, dependência financeira dos pais, conflitos familiares, depressão pós-parto, entre outras”, pontua.

Enfermeira e referência técnica da rede materno infantil da 20ª Regional, Simone Mayumi Hanada: “A gravidez na adolescência não é um problema somente em nível regional, mas, sim, nacional. A gravidez faz com que a adolescente pule uma fase importante da vida, o que é refletido em seu amadurecimento e desenvolvimento tanto físico quanto emocional”

Outras regionais

A 2ª Regional de Saúde de Curitiba apresenta o maior número (19.804 casos), sendo também a região mais populosa do Estado. Por outro lado, a 13ª Regional de Saúde de Cianorte é a que tem menos registros de gravidez na adolescência, com 1.005 casos.

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