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Municípios Um ano depois do impeachment

“A paz voltou a reinar em Santa Helena”, afirma prefeito

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Prefeito de Santa Helena, Evandro Grade (Zado): “É preciso ter respeito, pois o vereador é um defensor e o representante da população. Temos essa relação harmoniosa com o Poder Legislativo, que vem contribuindo muito com as ações” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

Há um ano, o município de Santa Helena passou a ser comandado por um novo prefeito. O então vice-prefeito Evandro Grade (Zado) (PDT) assumiu o paço municipal no lugar de Airton Copatti (MDB), que teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores.

De junho de 2018 para junho de 2019, uma das principais mudanças, segundo avaliação do prefeito, é a paz no município. “O clima está bem pacificado”, disse Zado em entrevista ao Jornal O Presente.

O gestor fez uma análise deste um ano de gestão, destacou os principais desafios, o que a comunidade pode esperar para o restante do mandato e enalteceu que a relação com o Poder Legislativo hoje está bastante harmoniosa. Além disso, o mandatário adiantou que as conversas para as eleições de 2020 já devem começar, especialmente visando à formação de um grupo para a disputa do ano que vem. Confira.

 

O Presente (OP): Há poucos dias o município comemorou os 52 anos de emancipação com a realização de mais uma edição da Expo Santa Helena. Qual avaliação o senhor faz dos festejos?

Evandro Grade (EG): Avaliação altamente positiva. A Expo Santa Helena deu um grande salto do ano passado para este ano. Isso se deve graças à união de esforços entre os poderes, principalmente com a coordenação da Associação Comercial (Acisa), envolvimento de várias entidades da sociedade organizada. A Expo Santa Helena praticamente dobrou o número de expositores, registrou recorde de público e as vendas aumentaram muito. Percebemos uma satisfação da população. É claro que existem ainda alguns pontos que precisam ser melhorados e com certeza em 2020 será ainda melhor.

 

OP: O município é reconhecido por ter uma das melhores estruturas de balneário. Ano passado houve diversas atrações para marcar a abertura da temporada. Já se planeja algo semelhante para este ano?

EG: A abertura da temporada de verão acontece em outubro, paralelo ao Santa Helena Motorcycle, que foi algo que deu certo ano passado. Estamos montando uma grande programação e a população regional está convidada a participar conosco. A abertura ocorre nos dias 18, 19 e 20 de outubro.

 

OP: Há aproximadamente um ano o senhor foi empossado prefeito. Como analisa este período?

EG: Avaliação positiva. Conseguimos várias conquistas em quase um ano de governo. Os serviços públicos, de uma forma geral, foram melhorados. Na saúde, na assistência social e na educação tivemos grandes avanços. Já estão em andamento muitas obras e outras estão em tramitação interna para em breve iniciar suas execuções. O ponto mais importante que avalio é a paz no nosso município. O clima está bem pacificado, inclusive quero lembrar o ex-prefeito Giovani Maffini, que deixou esse legado de trazer a paz para Santa Helena. Também quero dar a minha parcela de contribuição neste sentido.

 

OP: O senhor se sente satisfeito com o seu governo?

EG: Me sinto muito satisfeito, porque conseguimos vários avanços. É claro que uma administração pública é muito complexa. Gostaria que tivéssemos feito muito mais coisas, mas é muito moroso o setor público. Todavia, estamos caminhando muito bem e ao longo dos próximos meses várias ações vão acontecer graças ao trabalho em conjunto que estamos tendo com a Câmara de Vereadores, entidades e, principalmente, com apoio dos servidores públicos, que são nossos parceiros. Graças a eles é que os serviços públicos e as ações vêm sendo realizadas em Santa Helena.

 

OP: Embora o senhor já fosse vice-prefeito, quais os principais desafios neste um ano em razão de assumir uma gestão em andamento?

EG: No campo conseguimos implantar alguns programas que os agricultores pediam há algum tempo, como a correção de solo, que está em trâmite de licitação, bem como a conservação de solo, além de outros programas voltados ao setor agrícola. Na parte urbana o frigorífico da Friella caminha muito bem e já conseguimos as licenças do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e da ANA (Agência Nacional das Águas). Agora o processo está em tramitação no Ministério da Agricultura e acreditamos que em breve vamos conseguir essa liberação para que o município possa fazer o processo licitatório da terraplanagem e o início das obras. Tivemos grandes avanços no setor de educação, como nos Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil) com a valorização dos profissionais e a oferta de vaga integral para as crianças que precisavam, com exceção de um distrito onde ainda não existe a infraestrutura necessária, mas que já estamos resolvendo. No Ensino Fundamental houve igualmente avanços e para este ano existe uma programação para ter muitas outras melhorias. No setor de saúde houve algumas melhoras e com o concurso público será possível suprir uma demanda com médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Com certeza será possível melhorar ainda mais a prestação de serviço.

 

OP: O senhor mencionou sobre o clima de paz em Santa Helena. Alguns vereadores criticavam o relacionamento difícil com a prefeitura na gestão do ex-prefeito Airton Copatti (MDB). Como está a relação hoje com o Legislativo?

EG: O relacionamento é muito positivo. Orientamos os nossos secretários e nossa equipe a atender os nove vereadores, inclusive as portas do gabinete e da prefeitura estão abertas para todos eles. É preciso ter respeito, pois o vereador é um defensor e o representante da população. Temos essa relação harmoniosa com o Poder Legislativo, que vem contribuindo muito com as ações. E nossa equipe também está entendendo e atendendo os nossos vereadores. Graças a isso estamos conseguindo fazer o nosso trabalho em união com o Poder Legislativo.

 

OP: Ainda resta em torno de um ano e meio para o fim do seu governo. O que a comunidade de Santa Helena pode esperar deste período?

EG: Há alguns projetos que são mais demorados para serem implantados, como é o caso de revitalizações de avenidas, que estão em tramitação para que possamos colocar em prática. No setor de habitação também estamos fazendo um trabalho forte e acreditamos que até o ano que vem daremos início à construção de casas no município e habitação vertical. Na cidade precisamos dar uma atenção um pouco melhor e já estão em tramitação alguns projetos, pois entendemos ser necessário haver um equilíbrio entre os investimentos no setor rural e urbano.

 

OP: Quando empossado prefeito, o senhor escolheu a sua equipe de governo. Como tem avaliado o trabalho do primeiro escalão? Pensa em fazer mais alguma mudança?

EG: Estou muito satisfeito com a equipe. É uma equipe muito competente, companheira, que vem resolvendo os problemas à medida do possível, pois o setor público é muito complexo. E quanto a mudanças eu não tenho em mente fazer mais alterações. Pode ser que mais adiante isso aconteça, naturalmente, mas a princípio não tenho essa ideia.

 

OP: Já houve alguma sinalização por parte do Governo do Paraná na liberação de recursos ao município, tendo em vista que houve o contingenciamento de 20% do orçamento estadual?

EG: O Governo do Estado segurou um pouco os investimentos nos municípios, mas acreditamos que a partir do segundo semestre sejam normalizados. Temos um convênio que está sendo elaborado para a construção de uma estrada que vai de São Roque, distrito de Santa Helena, passando por Missal e chegando a Ramilândia. Este convênio está sendo elaborado pelos três municípios e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil). Além disso, estamos em contato com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e a Seil para cobrar a recuperação do asfalto da rodovia que vai de Pato Bragado a Missal. Nos últimos dias recebi a informação do secretário Sandro Alex que os trâmites burocráticos estão resolvidos e, em breve, essa recuperação terá continuidade para atender a demanda da nossa região.

 

OP: Em relação ao governo federal, como está a liberação de investimentos?

EG: Quanto ao governo federal contamos com o apoio de vários deputados, dentre eles o Fernando Giacobo, Vermelho, Evandro Roman e José Carlos Schiavinato. Esses deputados estão ajudando o município e à medida do possível estamos recebendo emendas que vêm para contribuir com a população.

 

OP: O governo federal ainda está de certa forma um pouco engessado, pois as discussões continuam centradas na reforma da Previdência. O senhor esperava que a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) fosse mais dinâmica neste começo de mandato?

EG: Acredito que o nosso presidente Bolsonaro precisa se unir com a Câmara dos Deputados e o Senado e trabalhar de mãos dadas com o Congresso, pois caso contrário o Brasil não vai ter um bom andamento. É preciso ter diálogo para que as coisas aconteçam. O início de governo era de se esperar que as coisas ocorreriam de forma mais lenta, mas torcemos para que haja essa união e, com isso, o país vai ganhar com certeza.

 

OP: O seu grupo político já começou a discutir a eleição de 2020?

EG: O nosso pensamento até agora foi com relação à administração municipal. Corrigir os pontos que precisavam ser melhorados e a partir de agora vamos começar a conversar com os partidos e montar um grupo político pensando nas eleições de 2020.

 

OP: Existe a possibilidade de novos partidos aderirem ao seu grupo?

EG: Com certeza. As portas estão abertas e queremos somar e queremos a contribuição de todos.

 

OP: Quais são os partidos que o senhor considera que hoje formam a base do governo?

EG: Como eu disse, ainda estamos conversando com os partidos. Já há muitos partidos com interesse em somar com o nosso grupo. Vamos com calma, diálogo, que com certeza montaremos um grande grupo para as eleições do ano que vem.

 

OP: O senhor visualiza a possibilidade do PP estar neste grupo?

EG: Acredito que sim. Tenho conversado com o ex-prefeito Jucerlei Sotoriva e com pessoas ligadas a ele. Vamos construir essa união pensando nas eleições do ano que vem.

 

OP: Há alguma chance do MDB estar junto?

EG: Por que não? Tenho um grande respeito por todos os partidos e pelas lideranças destes partidos. Tudo é possível.

 

OP: Para concluir, o senhor tem colocado ou pretende colocar o seu nome à disposição para disputar eventual reeleição?

EG: É muito cedo para falar isso. Acredito que precisamos tratar isso de forma democrática, em conversa com os partidos políticos. Se isso acontecer será de uma forma natural.

 

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