Fale com a gente

Municípios Caminho a seguir

Diretores da Unioeste destacam realidade de cada campus

Publicado

em

Fotos: O Presente

 

Para os diretores e representantes dos cinco campus da Unioeste, é importante discutir sobre a universidade no sentido de dialogar sobre as dimensões por onde ela deve seguir, visando modernizar seu funcionamento e atuação nas diferentes áreas do conhecimento.

 

Davi Schreiner, diretor geral do campus de Marechal Rondon: 

Desde a graduação até a pós-graduação, a universidade foi constituída fortemente no sentido de trabalhar a inserção regional no Oeste no Paraná, veiculado ao desenvolvimento socioeconômico da região. Esta função vem sendo cumprida, muito embora o que ela tem produzido em termos de projetos de ensino, pesquisa e extensão não apareça de modo suficiente para que haja a percepção da comunidade como um todo. É um desafio que nós precisamos enfrentar. Devemos e podemos ampliar muito mais esse leque de ações no sentido de modernizar nossa universidade para que ela não apenas acompanhe a contemporaneidade, mas seja vanguarda e possa produzir ciência, tecnologia, promovendo inovação numa relação dialógica com as outras instituições públicas, empresas privadas, organizações não governamentais e diferentes segmentos da sociedade. Isso dará uma contribuição ímpar para que possamos, por exemplo, trabalhar com a agroindústria, inovando no papel de transformar os produtos gerados aqui e poder colocá-los no mercado, gerando renda, emprego e, portanto, desenvolvimento na economia e qualidade de vida. 

O campus de Marechal Rondon tem uma especificidade interessante. Falta pouco para verticalizar todas as áreas e até o momento temos cinco cursos de mestrado, quatro de doutorado e ainda precisamos avançar no Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Essa será a nossa tendência. Precisamos pensar em cursos que a sociedade microrregional necessita, sintonizando com as demandas dos setores produtivos daquilo que efetivamente é necessário em termos de profissionais de ponta para o desenvolvimento socioeconômico da região. Outra tendência é ampliarmos consideravelmente a relação com diferentes setores socioprodutivos e, portanto, com ações públicas e empresas privadas, visando estabelecer parcerias para o desenvolvimento de pesquisas, transferência de tecnologias e promoção da inovação.

 

Remi Schorn, diretor geral do campus de Toledo:

O ensino da Unioeste tem muita qualidade. Temos um quadro de professores que, na maior parte, tem doutorado, pós-doutorado e mestrado. No entanto, o que estamos discutindo é a concepção de ensino. Se olharmos para as demais instituições, nós estamos bem e nossas avaliações são boas, mas isso não nos satisfaz. Precisamos melhorar, revisitar as nossas tecnologias e práticas contemporâneas em sala de aula, na pesquisa e na extensão, para que cada vez mais possamos ajudar a região a se desenvolver, porque é exatamente aí que a universidade vai ter a sua importância e valorização pela comunidade regional. Ao passo que a sociedade se transforma, é preciso reavaliar as nossas ações e refazê-las de tal forma que possamos a cada instante e período histórico melhorar a universidade e, por consequência, a sociedade e a educação como um todo na região, pois sabemos que temos um papel preponderante na formação dos professores e demais profissionais que trabalham na comunidade. 

A nossa diversidade nos enriquece. Em Toledo temos cursos tradicionais e muito fortes, mas precisamos outros mais desafiadores e atrativos.

 

Alexandre Webber, diretor geral do campus de Cascavel:

Acho fundamental que essas conversas aconteçam e espero que se ampliem cada vez mais, pois quando se fala que em uma universidade está tudo certo ela perde o objetivo. É preciso buscar melhorias sempre. A Unioeste, apesar de ser tão jovem, avançou muito nos últimos anos, mas é preciso muito mais. É necessário que ela tire um pouco da burocracia para agilizar as questões de pesquisa e extensão. A parte do ensino deve ser discutida, levando em consideração as questões de evasão, eficiência da pesquisa e evolução dos projetos de extensão.

Além disso, as conversas servem para que aqueles que pretendem administrar a universidade olhem para o que a comunidade está discutindo e pensem qual o rumo da nossa universidade nos próximos 20,30 ou 40 anos. A universidade precisa o tempo inteiro estar em discussão para que ela exerça seu papel de desenvolvimento regional, como foi concebida nesse molde multicampi.

Hoje, sem dúvida, o maior desafio da universidade é recompor o quadro de funcionários. Há muito tempo funcionários estão se aposentando e isso não é reposto. Essa falta tem gerado uma dificuldade muito grande, inclusive a falta de custeio é um reflexo da falta de funcionários, tendo em vista que, por não ter funcionários, alguns setores são terceirizados e isso impacta diretamente no custeio.

Por outro lado, a Unioeste tem obtido êxito nas avaliações tanto na graduação quanto na pós-graduação, sendo apontada inclusive como uma das melhores universidades do mundo. Isso mostra que o nosso ensino, pesquisa e extensão são realmente bons.

 

 

Jair Kotz, coordenador do curso de Administração do campus de Foz do Iguaçu:

O campus de Foz do Iguaçu tem uma área forte que são as Ciências Exatas e as engenharias, até mesmo pela própria aproximação com a Itaipu Binacional, além da área de serviços, com os cursos Administração, Contábeis, Turismo e Hotelaria, que é o ponto forte da cidade.

Houve uma verticalização, talvez menos intensa que nos demais campi, talvez pela própria característica do campus, no qual os profissionais normalmente atuam no mercado de trabalho e na universidade. Essa característica por um lado traz grandes vantagens, mas claro que se perde velocidade na verticalização. Por outro lado, quando se tem um professor dedicado também no mercado de trabalho você ganha horizontalidade no aprendizado e a interface das práticas é muito mais forte.

Os problemas enfrentados são a falta de recursos humanos no nível administrativo, que se mostra mais latente, mas também no nível da docência. A própria manutenção das universidades, tirando a folha de pagamento, está muito carente. É uma realidade sobre a qual precisamos debater e discutir com dirigentes públicos do Estado para ver que rumos serão tomados, tendo em vista que é evidente a importância da consolidação da Unioeste para as cidades do Oeste e Sudoeste, tanto que temos um dos maiores índices de pessoas empregadas com nível superior. Isso é altamente positivo e explica o fato da região crescer economicamente tão rápido.

 

 

Gilmar Ribeiro de Mello, diretor geral do campus de Francisco Beltrão:

Enquanto representante do Ensino Superior do Estado na região nós temos um papel muito importante. Inclusive, estamos totalmente organizados, vinculados às propostas de desenvolvimento do Sudoeste. Planejamos implantar novos cursos, casando com as demandas da região.

Além da falta de recursos humanos para a universidade, como é o caso dos agentes universitários, outra preocupação que temos é com a conjuntura política e como o Estado vai olhar para as universidades no contexto de investimento e desenvolvimento. Não sabemos como o novo governo vai se posicionar diante das universidades.

 

O Presente

 

Copyright © 2017 O Presente