Municípios São Expedito
Granja de Entre Rios do Oeste é exemplo de iniciativa bem-sucedida
Se de um lado o projeto rondonense do Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar da Linha Ajuricaba patina, de outro existem iniciativas que indicam dar certo. Com plantel de 7,3 mil suínos, a Granja São Expedito integra o projeto da Minicentral Termelétrica de Biogás de Entre Rios do Oeste.
O proprietário Claudinei Jardel Stein conta que investiu cerca de R$ 80 mil para construir o biodigestor. Ele acredita que em dez anos deve quitar o financiamento e garantir renda extra na propriedade.
Conforme o entrerriense, antes de entrar no projeto todo o dejeto dos suínos era jogado na lavoura, sem tratamento adequado, mas agora o gás produzido é enviado para a minicentral e transformado em energia, ao passo em que os resíduos viram biofertilizantes.
O produtor não se arrepende do investimento por também colaborar com a preservação ambiental. “Agora não existe mais mau cheiro e o biofertilizante gerado não polui, é mais eficaz na lavoura e representa um custo a menos para nós”, comemora Stein.
Produtor Claudinei Jardel Stein, da Granja São Expedito, de Entre Rios do Oeste: “Agora não existe mais mau cheiro e o biofertilizante gerado não polui, é mais eficaz na lavoura e representa um custo a menos para nós” (Foto: Sandro Mesquita/OP)
MINICENTRAL EM ENTRE RIOS
Em julho do ano passado foi inaugurada a Minicentral Termelétrica de Biogás em Entre Rios, responsável pelo abastecimento de energia elétrica para 72 prédios públicos. O projeto foi lançado em 2015 em parceria com CIBiogás, Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Copel e Governo do Estado.
A administração pública pretende zerar a conta de energia em breve. Em contrapartida, a prefeitura arcará com as despesas de manutenção da central termelétrica.
Foram investidos R$ 17 milhões na construção de 22 quilômetros de gasodutos e da usina, que deve produzir 250 megawatts-hora (MWh) de energia por mês. Os custos com a instalação dos biodigestores foram pagos pelos produtores rurais, cujo investimento varia de R$ 60 mil a R$ 80 mil de acordo com a propriedade.
Na primeira etapa, 18 produtores rurais vão fornecer os dejetos de animais, em sua maioria suínos, para produzir o biogás. Estima-se que 215 toneladas de dejetos sejam geradas diariamente nas propriedades que participam do projeto para abastecer os biodigestores.
A energia é vendida para a Copel, o que gera créditos que serão descontados da conta de luz do município, que é de cerca de R$ 80 mil por mês. O valor pago a cada produtor varia de acordo com o biogás produzido. Entre R$ 900 para o menor produtor, até R$ 5 mil para o maior.
O Presente