Semiconfinados de bom apetite elevam ticket médio no varejo e permitem expansão do setor no Oeste

Não existe oásis no deserto da epidemia. Mas é inegável que alguns setores sofrem menos. A capilarizada cadeia da alimentação não tem passado fome, embora se empenhe em ocultar a barriga cheia.

Em entrevista recente, o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, disse que a cooperativa chega ao terceiro bilhão de faturamento este ano. E boa parte das grandes obras em curso em Cascavel são do setor supermercadista.

O Muffato Max, veia atacareja do grupo, edifica 12 mil metros quadrados na rua que leva o nome do fundador, Tito. A obra tem a velocidade da vizinha Havan, quando erguida na Tancredo em tempo recorde.

Algumas quadras Tancredo adentro está a novíssima loja da rede Irani, com mais de 24 mil metros e investimento estimado acima de R$ 40 milhões.

Os irmãos Beal também investem pesado. A loja da Tancredo, avenida transformada agora em polo varejista (também dá acesso ao Atacadão), foi totalmente remodelada, já dentro do conceito Festval, nome fantasia do grupo em Curitiba.

E do prédio que nas antigas abrigou o Mercado Catarinense (Brasil com Castro Alves) nada restou. O velho edifício foi praticamente implodido por partes e vai dar lugar à Beal/Festval totalmente revitalizado.

 

 

 

PICO DO OESTE

 

Quando chegou a Cascavel em 2011, o varejista nascido no distrito toledense de São Miguel, Coniberto Jose Niedermeyer, mais conhecido como Beto do Allmayer, travou um diálogo com o inquilino do paço. Segundo ele, o papo foi rápido: – O que posso fazer para ajudar?, perguntou-lhe o prefeito de Cascavel. – Se não atrapalhar já ajuda muito, respondeu Beto.

Hoje com quatro grandes lojas (uma em Marechal Cândido Rondon e mais duas em Toledo), o dono do Allmayer não tem se queixado da pandemia.

Embora esteja recluso em sua casa de campo, no distrito rondonense de Porto Mendes, onde eventualmente hospeda um rapaz chamado Carlos Massa Ratinho Junior, Beto põe velocidade no edifício que a propaganda chama de “prédio mais alto do Oeste”, na Vila Industrial, em Toledo.

O edifício Amaranto, com mais de 30 pavimentos, ergue-se a 800 metros do Lago Municipal. Nem é preciso chegar à cobertura para enxergar Cascavel de lá. É o ponto culminante do Oeste, edificado por mais de R$ 40 milhões, recursos próprios do supermercadista.

APETITE NO CONFINAMENTO

* Os isolados têm fome. Segundo a revista Exame, no auge do isolamento social, entre março e abril, o ticket médio dos supermercados brasileiros cresceu 35%, de R$ 100 para R$ 135. A pesquisa tabulou dados de 2,3 milhões de consumidores em 16 redes de supermercado.

* Não é que o supermercadista esteja rasgando dinheiro. Mas não deixa de ser animador encontrar um setor crucial da economia relativamente blindado.

* Aqui, as seis redes maiores e cerca de 50 pequenos e médios varejistas de alimentos empregam em torno de sete mil cascavelenses. Saúde e bom apetite!

Por Pitoco

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