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Paraná

Acidentes em rodovias estaduais da região diminuem 50%

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Excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas, direção sob efeito de álcool, desrespeito à sinalização, inobservância de distância segura de outros veículos e a desatenção estão entre os principais fatores causadores de acidentes nas rodovias do Paraná. Somente entre janeiro e junho deste ano foram registradas 337 mortes nas rodovias federais no Estado. O crescimento foi de 8,7%, uma vez que no mesmo período de 2016 foram contabilizadas 310 mortes. Já o registro de acidentes caiu de 5.581 ocorrências, no primeiro semestre do ano passado, para 5.399, de janeiro a junho de 2017 (redução de 3,2%). O número de feridos também caiu, de 5.003, no primeiro semestre de 2017, para 4.730 nos seis primeiros deste ano (queda de 5,4%).

Em contrapartida, as rodovias estaduais do Oeste do Paraná tiveram queda não somente no número de acidentes, como também de mortos e feridos. Na comparação entre os seis primeiros meses de 2016 e 2017, houve queda de quase 50% no número de ocorrências na área de circunscrição do posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Marechal Cândido Rondon, pertencente à 3ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual de Cascavel. Além de Marechal Rondon, o posto atende as estradas até o trevo de Maripá, Nova Santa Rosa, Novo Sarandi, em frente à BRF no perímetro urbano de Toledo, Ouro Verde do Oeste, São José das Palmeiras, São Clemente, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste. De toda essa área, o ponto mais crítico está no perímetro urbano de Toledo, somando ao todo 202 quilômetros.

De janeiro a junho de 2016 foram registrados 130 acidentes, nove vítimas fatais e 121 feridos. Entretanto, no primeiro semestre deste ano, os números caíram expressivamente, quando foram registrados 64 acidentes, seis vítimas fatais e 30 feridos. “Este é o terceiro ano em que conseguimos reduzir as estatísticas de acidentes nas rodovias estaduais da região”, comemora o comandante do posto da PRE de Marechal Cândido Rondon, sargento Marcos Carlton Hennig.

Segundo ele, a cada ano está havendo uma diminuição significativa nas ocorrências, fato que Carlton atribui à conscientização dos motoristas. “Os valores das notificações de trânsito aumentaram, o que faz com que o motorista dirija de forma mais prudente. Além disso, as campanhas de conscientização no trânsito também estão surtindo efeito”, entende.

Conforme Carlton, das rodovias atendidas pelo posto da PRE, o trecho mais crítico, em registro de acidentes, estende-se do km 379 até o km 389, da PR-371, que compreende desde o viaduto de Toledo até a entrada da rodovia de Ouro Verde do Oeste. Nesse trecho, apenas no primeiro semestre deste ano foram registrados 15 acidentes, que resultaram em dez pessoas feridas.

Todavia, o trecho onde é verificado o maior número de acidentes com óbitos fica situado na rodovia que liga Ouro Verde do Oeste e São José das Palmeiras. “Isso porque é um local com muitas curvas e depressões. Os acidentes lá registrados são, em sua maioria, fatais e envolvem principalmente veículos pesados, como caminhões”, revela Carlton.

 

Imprudência

Ultrapassagens indevidas, excesso de velocidade e desatenção por parte dos motoristas ainda são as principais causas dos acidentes com óbitos nas rodovias. Cerca de 90% dos acidentes são causados por falhas humanas, principalmente com o desrespeito à legislação no trânsito.

Até o dia 06 de setembro deste ano foram registradas 1.660 infrações de trânsito nas rodovias estaduais de Marechal Rondon e região. Destas, 903 foram pelo não uso do farol aceso, 517 pela não utilização do cinto de segurança, 123 por ultrapassagens indevidas, 24 registros de direção sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e quatro autuações por dirigir sob efeito de álcool.

Estatísticas como essas reforçam o quanto dirigir exige constante atenção e disposição do motorista, já que qualquer deslize ao volante pode ter graves consequências. “As pessoas não respeitam os limites de velocidades e realizam ultrapassagens forçadas. Esses são os principais causadores dos acidentes fatais”, reforça Carlton.

O sargento ainda pontua que os danos são muito mais graves quando o acidente é ocasionado pelo excesso de velocidade. “Se você estiver dirigindo com uma velocidade compatível com a via e vir a sofrer um acidente, as consequências serão menores. Poderão ocorrer danos materiais, mas não o óbito”, frisa.

Por conta disso, a implantação de radares nas rodovias foi um fator determinante para a diminuição dos acidentes. “Fiscalizando as rodovias com o auxílio dos radares, além de evitar o excesso de velocidade por parte dos motoristas, também se consegue inibir a direção veicular por pessoas embriagadas”, menciona.

 

Trabalho de conscientização

Carlton diz que houve uma melhora no efetivo da PRE, fator que, segundo ele, também influenciou na redução dos acidentes. “Hoje conseguimos manter um efetivo de três policiais por equipe, o que já facilita as nossas operações e faz com que estejamos mais presentes nas rodovias, munidos de mais viaturas e aparelhos para realizar nosso trabalho”, expõe.

Contudo, para o sargento, hoje os motoristas, em sua maioria, também estão mais conscientes de seus direitos e deveres no trânsito, até mesmo por conta das campanhas de conscientização que são realizadas. “Porém, ainda há a necessidade de ensinar aos futuros motoristas a como se comportar no trânsito. Trabalhos como este estão sendo realizados hoje nas escolas, inclusive em Marechal Rondon, e têm por objetivo conscientizar a criança para que ela mesma cobre do pai, mãe ou responsável uma direção mais segura. Essa soma de fatores, aliada às melhorias das vias e sinalização, favorece o resultado positivo na diminuição dos acidentes”, enaltece.

 

Reforço na segurança

Iniciada na quarta-feira (06), a Operação Independência acontece em todas as rodovias do Paraná até a noite de domingo (10). Ao longo deste período, em torno de 12,8 mil quilômetros de rodovias estaduais serão fiscalizadas para inibir atitudes perigosas ao volante e reforçar a segurança nas estradas durante todo o feriadão.

Carlton destaca que em Marechal Rondon e região haverá reforço no policiamento durante todo o feriado, com foco na fiscalização com o uso dos radares e etilômetros.

Contudo, o sargento faz um alerta àqueles que pretendem viajar no feriado. Ele frisa que atenção e cuidado nunca são demais. “Pedimos para que os motoristas respeitem a sinalização, trafeguem dentro dos limites de velocidade, não façam ultrapassagens forçadas e, acima de tudo, tenham paciência, tanto na ida quanto no retorno da viagem”, aconselha Hennig, acrescentando: “A maioria dos acidentes acontecem no retorno para casa, quando as pessoas estão com ansiedade para chegar e assim acabam perdendo o foco e a atenção”, ressalta.

 

Comandante do posto da PRE de Marechal Cândido Rondon, Marcos Carlton Hennig: “Se você estiver dirigindo com uma velocidade compatível com a via e vir a sofrer um acidente, as consequências serão menores. Poderão ocorrer danos materiais, mas não o óbito”

 

Mais fiscalização, menos acidentes

Da mesma forma que nas rodovias estaduais, as estradas federais do Oeste do Estado também tiveram queda no registro de acidentes. Na região da 6ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que abrange a BR-163, BR-272 e BR-487, ocorreram 31% menos acidentes entre janeiro e junho de 2016 e 2017, caindo de quatro vítimas fatais para duas. Essa diminuição, na avaliação do chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização, Bruno Miranda, é consequência dos trabalhos preventivos de ronda e dos trabalhos estatísticos com base nos números de acidentes e locais onde os mesmos ocorrem. “A atuação é direcionada para os locais onde há maior incidência de acidentes violentos, com feridos e mortos, por isso temos uma dimensão mais específica do que precisa ser fiscalizado”, salienta.

Segundo Miranda, o excesso de velocidade e as ultrapassagens indevidas ou forçadas ainda são as principais causas de acidentes com óbitos nas rodovias federais. “Os acidentes em que são registrados óbitos normalmente decorrem da ação de um dos envolvidos. Pode ser uma ultrapassagem indevida, o excesso de velocidade ou até mesmo as próprias condições da via. Normalmente, quando juntam-se esses fatores, que podemos atribuir à imprudência dos motoristas, os acidentes são mais graves e, por conta disso, resultam em óbitos”, observa, acrescentando que somente neste primeiro semestre a PRF registrou 130 motoristas dirigindo sob o efeito de bebidas alcoólicas, 1.056 ultrapassagens irregulares e 2.601 veículos trafegando acima da velocidade máxima permitida para o trecho.

 

Colisões frontais são as que mais matam

As colisões frontais são o tipo de acidentes que mais matam nas rodovias federais do Oeste, de acordo com a PRF. “Os acidentes na nossa região envolvem saída de pista, colisão frontal, decorrente de ultrapassagens incorretas, excesso de velocidade, principalmente em condições climáticas adversas, como chuva, em que o veículo acaba aquaplanando ou saindo da pista e colidindo em outro veículo, além de atropelamentos, que em geral são graves e resultam em mortes”, revela Miranda.

Conforme o agente, a incidência de acidentes graves, inclusive com óbitos, de acordo com as estatísticas, é maior em dias com clima de condições adversas, como chuva e neblina, do que em dias com clima normal.

 

Menos violência

Na visão de Miranda, seriam dois os fatores responsáveis pela diminuição dos acidentes nas rodovias. Conforme ele, no primeiro semestre de 2016 a PRF instituiu a declaração de acidente de trânsito eletrônica (e-DAT), um instrumento oficial para registro pela internet de ocorrências de acidentes em rodovias federais. “Ou seja, quando um acidente não resulta com vítimas e o veículo não tem danos estruturais que o impeçam de continuar a viagem, a ocorrência não precisa ser atendida pela PRF. O próprio motorista pode, se quiser, realizar pela internet o registro do acidente”, explica.

Com isso, diminui-se as notificações dos acidentes, impactando diretamente nas estatísticas gerais. “Antes disso, colisões mais simples, como as traseiras, em que um veículo apenas encostava na traseira de outro, a PRF tinha que registrar e isso somava aos números totais de acidentes”, menciona.

Mas ainda assim, Miranda também percebe uma diminuição na violência dos acidentes e não somente na redução de feridos e mortos. “Isso é reflexo do trabalho estratégico da PRF, com a fiscalização em locais estratégicos, onde há maior incidências de acidentes graves”, aponta.

 

Rodovia da morte

A rodovia que registra o maior número de acidentes graves em toda a região é a BR-163, que, não por menos, possui um fluxo intenso de veículos. “Assim, se o condutor forçar uma ultrapassagem ou desrespeitar a sinalização a probabilidade de ocorrer um acidente de grandes proporções é maior justamente por ter um grande fluxo de veículos”, salienta Miranda.

Ele ressalta que no trecho da rodovia que liga Marechal Cândido Rondon a Toledo é onde são registrados o maior número de acidentes. “É um trecho da rodovia que é de pista simples e onde há um intenso fluxo de veículos de carga, por conta de ser uma região de escoamento de safra, e isso favorece o registro de acidentes de naturezas mais graves”, destaca, emendando: “Agora, porém, com as obras de duplicação, a tendência é reduzir o número de acidentes nesse trecho”.

 

Direção defensiva

Em períodos de feriado como o dessa semana o fluxo de veículos tende a aumentar em todas as rodovias. Por isso, a PRF recomenda que as pessoas tenham uma maior atenção ao trânsito, às condições da via e climáticas e respeito à sinalização das vias e aos limites de velocidade. “A ideia é sempre praticar a direção defensiva, atento às condições de manutenção e trafegabilidade dos seus veículos, assim como dos demais que circulam na via”, finaliza Miranda.

Chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização, Bruno Miranda: “As colisões frontais são o tipo de acidentes que mais matam nas rodovias federais do Oeste”

 

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