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Paraná

Autoridades classificam situação em Guaíra como inaceitável

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A situação instalada no município de Guaíra em virtude do estudo da Fundação Nacional do Índio (Funai) visando à demarcação de terras indígenas é classificada como inaceitável por autoridades políticas, caso do vice-prefeito Valberto Paixão da Silva (Beto Salamanca) e da presidente da Câmara, vereadora Elza Aparecida Barbosa Romoda.

De acordo com o vice-prefeito Beto Salamanca, a Funai pretende impor as demarcações de terras. “Sou contra a maneira como querem impor, tanto que o Poder Executivo busca o diálogo com os governos do Estado e federal e com ministérios para solucionar este impasse sem causar prejuízos a Guaíra, seus produtores e moradores, assim como Terra Roxa, que também sofre com essa possível demarcação de terras indígenas”, ressalta.

Perguntado sobre as carretas que trouxeram casas aos índios, Beto Salamanca diz que isso deixa a população ainda mais em pânico. “Eu não sei qual a legalidade para a Funai deixar isso nas terras que ainda não foram demarcadas, no caso áreas de invasão. O prefeito (Heraldo Trento) está em Brasília, sabe da situação e busca uma saída para que o município não seja prejudicado nem na área rural e nem na urbana”, comenta.

O vice-prefeito reitera que a pretensão não é tirar o direito dos povos indígenas, por enxergar que índios e agricultores estão sendo usados. “O direito deles (índios) deve ser respeitado, mas não é justo que as propriedades dos agricultores sejam demarcadas, até porque nossos avós e pais construíram uma vida aqui. Não é justa a maneira como a Funai quer impor a demarcação no município. A administração está comprometida em tentar resolver este drama”, assegura.

A presidente da Câmara, vereadora Elza Aparecida Barbosa Romoda, reforça que ninguém está contra os índios, mas considera injusto parte do município ser demarcado. “Nós somos contrários a essa demarcação sem fundamento, que ninguém chega e nos explica o porquê. Não é justo termos áreas demarcadas nos dois municípios sem nenhuma justificativa, então há algo errado quanto a isso. A Funai está fazendo essa massa de manobra devido a algum interesse. Nós temos água, um possível minério, por isso somos completamente contra a demarcação. Vamos continuar lutando até conseguir o nosso objetivo”, enfatiza.

 

Estarrecida, Faep questiona judicialmente os laudos elaborados

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) frisou por meio de nota emitida à reportagem de O Presente que o caso se trata de um procedimento de identificação e delimitação de terras indígenas, sendo que ao menos por enquanto ainda não foram apresentados os resultados conclusivos do que foi criado para essa questão.

Todavia, o assessor jurídico Klauss Kuhnen expõe que a organização se mostra estarrecida com esses estudos, visto que no dia 20 de outubro, em evento que ocorreu no município de Palotina e que contou com a presença do presidente da República e várias lideranças políticas nacionais, estaduais e locais, foi noticiada a paralisação desses levantamentos, até por força de recente publicação no dia 20 de julho no Diário Oficial da União referente ao parecer da Presidência da República a respeito das demarcações de terras indígenas, que traz segurança jurídica e o respeito ao direito de propriedade, retoma a questão do marco temporal em consonância com o caso Raposa Serra do Sol, que observa uma série de condicionantes.

Confira a matéria completa na edição impressa desta sexta-feira (08).

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