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Paraná

Empresas implantam sistema natural de tratamento de esgoto em Foz do Iguaçu

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Jonas Rodrigo dos Santos

O resultado ao fim do processo é uma água clara e praticamente livre de impurezas

O engenheiro ambiental Jonas Rodrigo dos Santos, que mora em Foz do Iguaçu, desenvolveu um sistema natural para tratamento de esgotos. O sistema retira a maior parte das impurezas dos resíduos e, dessa forma, evita a contaminação de rios e solos. A solução, que pode ser usada para tratamento de esgoto, de dejetos de suínos e de chorume, não é uma novidade, mas Jonas, com o apoio técnico e financeiro de uma empresa, fez adaptações com o objetivo de tornar o processo de tratamento mais eficiente.

 

Segundo o engenheiro, a ideia surgiu há dois anos. “Este projeto foi desenvolvido em 2013, quando eu ainda estava cursando a faculdade. A ideia surgiu da necessidade de buscar um meio alternativo para solucionar os problemas que existiam na propriedade rural”, conta.

Na época, a pesquisa foi implantada no sítio do pai de Jonas, em Capanema. Com os resultados positivos, a ideia prosperou e o sistema já está em funcionamento no Museu de Cera, em uma empresa de táxi aéreo e em uma casa, todos em Foz do Iguaçu. Em breve, o Parque Nacional do Iguaçu também vai receber a solução. “Será a maior estação de tratamento desse modelo implantado até hoje”, diz Jonas.

De acordo com o biólogo do Parque Nacional do Iguaçu, Apolônio Rodrigues, esse é o primeiro parque do Brasil a adotar o sistema. “Ele é totalmente ecológico porque não usa químicos, e, o principal, o lançamento de afluentes em rios é muito baixo”, explica. O modelo deve começar a funcionar no fim deste mês.

No Museu de Cera a solução já deu certo. “Nós procuravamos o básico, mas apareceu esse sistema muito mais caro que o convencional, mas com custo de manutenção muito mais em conta, optamos por ele, principalmente por ser ecologicamente correto e não emitir cheiro”, comenta o gerente geral do atrativo, Luiz Moreira.

A implantação do modelo soluciona problemas ambientais. “Anteriormente à estação de tratamento de esgoto, todos os afluentes gerados na residência eram direcionados a uma fossa, o que gerava altíssimas contaminações de recursos hídricos, do solo e emissão de maus odores”, comenta o engenheiro. Além de melhorar a aparência do local onde é instalado, pois as plantas usadas para auxiliar no tratamento deixam o ambiente parecido com um jardim.

Os dejetos são recolhidos em uma fossa séptica local fechado no qual é feito a separação e deterioração do material orgânico. O que sobra vai para um outro tanque onde passa por uma série de filtros feitos com pedras de até 20 centímetros, pedras britadas, pedriscos e, por fim, areia. “Nesses filtros foram inseridas algumas plantas que auxiliam no tratamento de esgoto como: taiobas, bananeiras e taboas”, explica Santos. No fim do processo, restam entre outros, nutrientes para as plantas, como fósforo, nitrogênio e água.

A instalação do sistema, no entanto, não é barata principalmente se for para uma propriedade rural. Segundo o engenheiro, o valor aproximado é de R$ 7 mil para tratar os dejetos suínos. Se for implantado em uma residência o preço diminui para R$ 3 mil. O sistema chegou a ser apresentado em um concurso da Agência Nacional de Águas (ANA), em 2013, e ficou entre os três finalistas.

Novos projetos

Agora o engenheiro trabalha, junto a sua equipe, no desenvolvimento de um novo sistema, bastante parecido com o atual, porém, mais barato e menor, destinado para casas de baixa renda e que não tenham rede coletora de esgoto, situação ainda bastante comum no Brasil. “Um protótipo desse novo sistema já foi instalado há seis meses e já passou por todas as avaliações. Em breve produziremos em grande escala para disseminar pelo país”, diz. A intenção é utilizar a água resultante do processo no vaso sanitário e limpeza de calçadas.

Jonas Rodrigo dos Santos

Sistema se integra ao ambiente, pois lembra um jardim

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