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Paraná bate recorde de assassinatos de homossexuais neste ano

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Um travesti foi encontrado morto ontem em Missal, no Oeste do Paraná. O corpo, que apresentava ferimentos na região da cabeça, estava coberto de barro em um buraco próximo ao cemitério da cidade. É o 20º caso de homicídio contra homossexuais registrado neste ano no Estado, recorde da série histórica iniciada em 2012 pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que mantém o site Homofobia Mata. Até então, o ano com mais ocorrências de assassinatos de homossexuais era 2012, com 18.

Em 2016, haviam sido 15 registros, o que significa que em onze meses o Paraná já registrou 33,3% mais casos de homocídio do que durante o ano passado inteiro. Com isso, o Estado aparece em quinto lugar no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo (42), Minas Gerais (39) e Bahia (29) e Pernambuco (21).

Ao todo, o Paraná registrou nos últimos seis anos 87 ocorrências de homocídio. Tal número, porém, é subnotificado, especialmente pelo fato de crimes homofóbicos não serem tipificados (ou seja, previstos em lei), o que dificulta o registro estatístico das ocorrências. O GGB, por exemplo, faz seus levantamentos com base em notícias publicadas em jornais de todo o país, já que não há nenhum tipo de registro oficial.

A alta no número de ocorrências no estado, inclusive, segue uma tendência nacional. No ano passado haviam sido 343 registros, média de um LGBT morto a cada 25 horas no país. Neste ano já foram 344 casos, com aproximadamente uma ocorrência a cada 21 horas.

 

Silêncio – A maior parte dos casos de homocídios contra grupos homossexuais são registrados de noite ou de madrugada, em lugares ermos ou dentro de casa, o que dificulta a identificação dos autores. Além disso, quando há testemunhas, muitas acabam se recusando a depor devido ao preconcento anti-LGBT. E há ainda o preconceito oficial: “ Policiais, delegados e juízes manifestam sua homotransfobia ignorando tais crimes, negando sem justificativa plausível sua conotação homofóbica”, diz o GGB.

No ano passado, somente em 17% dos 343 homocídios o criminoso foi identificado, sendo que apenas 10% dessas ocorrências resultaram em processo e punição aos assassinos, que em grande parte dos casos são pessoas próximas das vítimas, como companheiro atual (27%), ex-amante (7%) e parentes (13%). Clientes, profissionais do sexo e desconhecidos em sexo casual foram responsáveis por 47,5% desses crimes de ódio.

Domingo tem a 18ª Parada da Diversidade

O próximo domingo é dia da 18ª edição da Parada da Diversidade LGBTI de Curitiba. A concentração acontece a partir do meio dia na Praça 19 de Dezembro . A partir das 13h30 começa a caminhada que unirá os participantes aos carros de som e artistas num trajeto pela Avenida Cândido de Abreu seguindo até a Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao prédio da prefeitura de Curitiba, onde serão realizados shows e apresentações culturais até as 20 horas. Entre as presenças confirmadas estão a da funkeira Mc Mayara.

O tema da Parada da Diversidade este ano é “O que eu tenho a ver com isso?”, e pretende questionar a população sobre assuntos como machismo, intolerância religiosa e preconceito. O evento não recebe apoio público e é organizado totalmente em parceria com empresas e voluntários.

Com informações Bem Paraná

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