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Polícia continua buscas aos foragidos da cadeia de Marechal Rondon

Evasão foi registrada na terça-feira (22) e ações são intensificadas na tentativa de localizar os fugitivos. De acordo com delegado, falta de estrutura da cadeia facilita as constantes fugas

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Delegado Diego Valim: “O risco de fuga é eminente. As tentativas ocorrem quase que semanalmente, não só em Marechal Rondon, como em todo o Estado, e vão continuar enquanto presos estiverem alocados ilegalmente em delegacias de polícia” (Foto: O Presente)

A cadeia pública de Marechal Cândido Rondon foi palco de uma nova fuga de presos na terça-feira (22) e as equipes policiais continuam as buscas na tentativa de recapturar os três presos que ainda estão foragidos.

Seis detentos fugiram da carceragem após conseguirem abrir um buraco na parede da ala “Casão” e acessar o pátio da empresa ao lado da cadeia. Conforme o delegado de Polícia Civil, Diego Valim, os presos teriam tentado fugir ainda durante a madrugada, mas a tentativa acabou frustrada pelos agentes de cadeia e contida com o apoio de policiais militares. No início da tarde, no entanto, eles conseguiram fugir da carceragem.

A fuga mobilizou diversas equipes policiais, que em uma ação rápida conseguiram recapturar três dos fugitivos. Anderson Andrade, Everton Henrique Araujo Rosa e Julio Pereira Ferreira foram localizados nas proximidades do Hospital Rondon e reconduzidos à carceragem. Uma mulher, acusada de auxiliar na fuga, também foi detida. À polícia, ela afirmou ser esposa de um dos detentos.

Os presos que ainda estão foragidos são Alexsandro Oschocki, Gabriel Henrique Pereira e João Francisco de Freitas. O delegado afirma que as buscas estão sendo intensificadas e os investigadores tentam localizar o paradeiro ou informações que levem aos fugitivos.

Informações ou denúncias podem ser repassadas de forma anônima através dos 181, 190 ou 197.

 

Sem estrutura

O cenário de constantes fugas é decorrente de uma estrutura precária e incapaz de abrigar um número tão grande de presos. Atualmente, a carceragem abriga 105 presos em um espaço projetado para receber apenas 18.

Após a fuga dos detentos, o Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), por meio da Seção de Operações Especiais (SOE), realizou uma operação “bate-grade” na carceragem e a contenção dos presos. Durante a ação foram localizados celulares, barras de ferro e outras ferramentas utilizadas pelos presos nas constantes tentativas de fugas registradas na cadeia pública. “O risco de fuga é eminente. As tentativas ocorrem quase que semanalmente, não só em Marechal Rondon, como em todo o Estado, e vão continuar enquanto presos estiverem alocados ilegalmente em delegacias de polícia”, afirma Valim, acrescentando: “A cadeia não foi feita para funcionar como presídio, mas hoje é como se fosse uma penitenciária”.

Na terça-feira completou um mês desde a última fuga da cadeia, registrada no dia 22 de abril, quando três presos fugiram pelo solário da carceragem. Até agora nenhum deles foi recapturado. “Infelizmente, nós ficamos frustrados porque fazemos todo um trabalho exaustivo para colocar os indivíduos atrás das grades e depois de uma fuga como essa, que acontece por custódia ilegal na delegacia, falta de estrutura, planejamento e falta de investimentos no setor carcerário, o nosso trabalho parece não ter resultado, pois o indivíduo está de volta às ruas”, lamenta o delegado.

Valim ainda destaca que enquanto não houver investimentos no setor e ser tirada a custódia ilegal de presos da delegacia, é a população quem vai continuar sofrendo. “A cadeia não tem estrutura para coibir a entrada de objetos. Até há alguns aparelhos detectores, mas que nem sempre estão funcionando. Por conta disso, é recorrente que pessoas consigam entrar com objetos introduzidos nas partes íntimas e facilitar as fugas dos presos”, salienta.

 

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