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Política Entrevista ao O Presente

“A governadora deve responder em 15 dias se haverá verba para o Aeroporto Regional”, diz presidente da Amop

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Presidente da Amop e prefeito de Maripá, Anderson Bento Maria: “A entidade convidará os pré-candidatos a governador para que eles tragam os seus planos de governo e possam expor aos prefeitos, e para que a Amop oficialize as demandas da região Oeste do Paraná” (Fotos: Joni Lang/OP)

Nos últimos 40 dias, o prefeito de Maripá, Anderson Bento Maria (PPS), tem dividido seus afazeres, conciliando as atividades da prefeitura com as demandas da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), entidade da qual é presidente desde março. “Tenho me dedicado ao máximo para deixar um bom legado à frente da nossa entidade, que é a associação mais forte do Estado do Paraná”, ressaltou à reportagem de O Presente.

Enquanto presidente da Amop, ele diz estar encaminhando novos pleitos, contudo, garante não ter esquecido das antigas reivindicações, como é o caso do Aeroporto Regional. “Aproveitamos a vinda da governadora à região para entregar uma carta de moção demonstrando o interesse público na implantação do Aeroporto Regional do Oeste. Ela pediu 15 dias de prazo para poder responder se conseguiria disponibilizar verba no orçamento para a desapropriação dessa área. Saímos de lá muito felizes”, declarou.

Na entrevista, Bento Maria também falou sobre a queda nos repasses do ICMS e fez uma análise do atual panorama político do Estado. Confira.

 

O Presente (OP): Qual avaliação o senhor faz do atual cenário político do Paraná, tendo alguns nomes de pré-candidatos postados, mas três com melhores condições eleitorais (Osmar Dias, Cida Borghetti e Ratinho Junior)?

Anderson Bento Maria (ABM): São três pessoas extremamente competentes e que têm enorme experiência na vida pública, cada um na sua área. Acredito que, indiferente de qual for eleito, fará um grande trabalho valorizando os municípios, sendo um(a) governador(a) municipalista, atendendo todo mundo por igual. Até a confirmação das candidaturas temos algum tempo, então muitas coisas podem mudar, pode haver um entendimento diferenciado, uma união talvez, porém vejo que a princípio o Paraná está bem servido com esses três nomes.

 

OP: Qual candidatura o senhor vai apoiar?

ABM: Como presidente da Amop prefiro me abster, pois represento os 54 municípios. Vamos dar tempo ao tempo para avaliar um pouco melhor, até porque ainda não se tem nada definido de quem realmente é(será) candidato. Na eleição muitas coisas podem mudar no último minuto, possibilitando entendimento diferenciado neste sentido.

 

 

OP: Considerando sua atuação como prefeito, quais pré-candidatos o senhor e seu grupo político tendem a apoiar a deputado estadual e federal?

ABM: Para deputado estadual o nosso grupo político tem como parceiro o Elio Rusch, que tem história e sempre tem estado presente em Maripá e nos ajuda muito utilizando do seu gabinete devido ao bom relacionamento com o Governo do Estado para contribuir com o nosso município através de muitas conquistas que tivemos, principalmente nos últimos seis anos. Assim também o deputado José Carlos Schiavinato, que está no seu mandato de deputado estadual e também nos ajuda muito. Essas são as primeiras lideranças que nos ajudam no Estado. Como deputado federal temos relacionamento muito bom com Dilceu Sperafico. Praticamente 95% do que veio do governo federal ao município de Maripá foi através dele. Como ele não vai mais se candidatar a deputado federal, estamos assumindo este compromisso com Schiavinato, pré-candidato a deputado federal. Também tem o deputado federal Rubens Bueno, que é do meu partido, para quem também trabalhamos. Ele também tem nos ajudado com emendas todos os anos, fazendo-se presente e prestando contas. Além disso, há outros partidos que fazem parte da base aliada e eu sempre dei liberdade para a minha equipe, aos meus secretários trabalharem pelos deputados que representam os partidos da base. Não sou um prefeito que determina trabalhar para esse ou aquele deputado. Penso que todos sabem o que cada deputado conquistou e trouxe e dessa forma o município retribui através dos votos; as urnas demonstram essa porcentagem com o reconhecimento ao trabalho de cada um. Para estadual o PP de Toledo definiu pelo Natan Sperafico como pré-candidato. Ao conhecê-lo eu tiro o chapéu, trata-se de uma pessoa carismática, humilde e simples igual ao pai. Tenho certeza que se tiver oportunidade fará um grande trabalho. Nosso grupo tem como os quatro principais pré-candidatos os deputados Elio Rusch e Natan Sperafico, Rubens Bueno e José Carlos Schiavinato.

 

 

OP: Por ocasião de sua posse na presidência da Amop foi destacada a intenção de abrir as portas da entidade aos pré-candidatos. Há algo programado? Quem a Amop pretende convidar?

ABM: As portas da Amop sempre estiveram abertas para as lideranças. Eu acho que nesse momento de pré-campanha a entidade convidará os pré-candidatos a governador para que eles tragam os seus planos de governo e possam expor aos prefeitos, e para que a Amop oficialize as demandas da região Oeste do Paraná. É claro que quando convidamos o candidato a governador a sua base eleitoral, os seus candidatos a deputado estadual e federal o acompanham, então a princípio o convite será feito a todos os pré-candidatos a governador, cada um no seu momento. Se possível um pré-candidato à Presidência da República, como já tivemos em outros momentos. Sabemos que o Brasil é enorme para que um pré-candidato a presidente se faça presente na nossa entidade, mas se for possível a Amop estará de portas abertas para recebê-lo.

 

OP: Como estão sendo os primeiros meses à frente da Amop?

ABM: Estão muito corridos, tentando conciliar a prefeitura com a nossa entidade. A Amop é uma segunda prefeitura, onde eu despacho semanalmente, tenho uma equipe de quase 30 servidores e inúmeros compromissos, porque a associação representa 54 cidades, portanto há cobrança muito grande para que a diretoria e a presidência estejam presentes em vários momentos, eventos, reuniões, festividades. Tenho tentado me dividir entre o município de Maripá e a entidade. Esses 40 dias foram muito produtivos, tivemos nossa reunião técnica que foi muito boa para discutir temas com os demais prefeitos. Tenho me dedicado ao máximo para deixar um bom legado à frente da nossa entidade, representar bem ela, até porque é a associação mais forte do Estado do Paraná.

 

OP: Prefeitos de vários municípios têm reclamado da queda nos repasses de ICMS, o que teria gerado alerta do Tribunal de Contas em relação ao limite prudencial de gastos com folha de pagamento. Isso procede?

ABM: Tivemos uma reunião no último dia 27 com a presença de 37 prefeitos e o principal assunto da reunião de trabalho era a questão do limite prudencial, sendo que dos 54 municípios da Amop 42 estão com problemas perante o Tribunal de Contas devido à faixa que varia de 48,6% até 54%. Existem municípios com 60% da folha comprometida. Quando nos deparamos com isso e ao fazer essa pesquisa perante todos os municípios, vimos queda de receita nos meses de dezembro, janeiro e março no ICMS de um valor bastante expressivo na comparação com o ano anterior (20% em março, e 18% a 22% em algumas cidades), fazendo com que esse índice subisse rapidamente. É importante frisar que ao longo dos anos as atribuições que muitas vezes são dos governos do Estado e federal estão caindo sobre nós, prefeitos, fazendo com que precisemos contratar mais servidores para suprir essas necessidades, ofertar esses serviços à nossa população e com isso a nossa despesa com a folha tem crescido. Importante salientar que vários municípios têm saldo positivo em caixa ou não estão com problemas financeiros, mas infelizmente estão com o limite prudencial comprometido porque se tem um entendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, de 18 anos atrás, que para este cálculo só se compreende receita corrente líquida, quando muitas vezes nós temos convênios, emendas parlamentares, parcerias que conseguimos com o trabalho da nossa equipe e que não entram nessa conta. Por este motivo estamos engessados para dar sequência no trabalho que muitas vezes a população espera do gestor. A reunião foi com o intuito de trocar experiência, orientar os prefeitos sobre aquilo que cada um deve fazer, os decretos, as orientações do jurídico da entidade, o que o Tribunal de Contas diz, mas, ao mesmo tempo, buscar solução em conjunto, marcando uma reunião com o secretário da Fazenda do Estado do Paraná para entender o porquê de termos queda ou se esse ICMS será compensado nos meses seguintes. Se a imprensa divulga que da metade de 2017 a economia está melhorando, então como pode ter queda de ICMS nos meses de dezembro, janeiro e março? Não conseguimos entender até agora qual foi o motivo para isso, então queremos buscar o quanto antes esses esclarecimentos.

 

OP: O Aeroporto Regional é uma promessa de cerca de 20 anos. Há alguma novidade quanto à desapropriação da área para a construção do aeroporto?

ABM: Aproveitamos a vinda da governadora Cida Borghetti para entregar uma carta de moção em nome da Amop, em nome dos 54 prefeitos, demonstrando para ela o interesse público na implantação do Aeroporto Regional do Oeste. Parabenizo os prefeitos de Cascavel, Leonaldo Paranhos, de Tupãssi, Ito Caieiro, e de Toledo, Lucio de Marchi, por chegarem ao entendimento no ano passado em escolher uma área que faz divisa entre os três municípios. Os mesmos já decretaram essa área de utilidade pública para que nesta localidade seja construído este Aeroporto Regional. Nós entregamos esta moção, o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, também usou da palavra reforçando a importância do investimento, pois quem ganha com isso é o Estado e o Oeste como um todo, todas as 54 cidades e os 1,5 milhão de habitantes. No seu discurso, a governadora nos pediu 15 dias de prazo para poder responder se consegue disponibilizar dentro do orçamento do Estado o montante de R$ 20 a R$ 30 milhões para a desapropriação dessa área. Saímos de lá muito felizes, animados. Eu acho que a governadora vai fazer o possível e o impossível para disponibilizar esses recursos para comprar esta área. É o primeiro passo de uma conquista que a gente vem falando há muitos e muitos anos. A partir daí vamos reunir as lideranças regionais novamente para discutir o segundo passo, que é a elaboração do projeto. Ouvi nos bastidores que a Itaipu Binacional seria parceira na execução deste projeto. O montante que se falou na noite é de que a obra como um todo custe em torno de R$ 200 milhões. Depois buscaremos parcerias para a viabilidade da construção.

 

Anderson Bento Maria: “Queremos marcar uma reunião com o secretário da Fazenda para entender o porquê de termos queda na arrecadação ou se esse ICMS será compensado nos meses seguintes. Se a imprensa divulga que da metade de 2017 a economia está melhorando, então como pode ter queda de ICMS nos meses de dezembro, janeiro e março?”

 

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