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Administração municipal não é para um partido, é para o município, afirma Mano

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Mirely Weirich/OP

Prefeito eleito Leomar Rohden (Mano): Não vamos nos precipitar em dizer nomes hoje e depois ter que voltar atrás, até porque temos que respeitar a Justiça, mas espero que ela seja feita e seja revertida essa decisão de cassação das candidaturas a vereador

Desde a criação do município de Pato Bragado, em 1993, o atual vice-prefeito Leomar Rohden (Mano) (PMDB) já teve passagens pela Câmara de Vereadores e, especialmente, pelo Poder Executivo, onde ocupou diversas secretarias ao longo destes anos. No último domingo (02) ele foi escolhido pelos bragadenses para ser o próximo prefeito, ao receber 56% dos votos válidos.

Ao lado do vice-prefeito eleito Dirceu Anderle (PP), pela coligação formada por PMDB/PP/PT, Mano destaca que, por já ser conhecido, a confiança da população em seu nome e a apresentação de apenas propostas possíveis de serem realizadas foi o que motivou a maioria da população a depositar o voto de confiança na chapa majoritária que representa o grupo de situação. Confira.

O Presente (OP): Esta foi a quarta eleição em que o seu grupo político conquistou a vitória nas urnas, sendo que o senhor foi eleito com uma diferença de quase 20% dos votos em comparação ao segundo colocado. A que o senhor atribui esse resultado?

Leomar Rohden (LR): Ao trabalho que foi iniciado nesse grupo, que começou com a Normilda Koehler (ex-prefeita do PMDB) em 2005, depois em 2008 com ela novamente, com a gestão Arnildo (Rieger, prefeito) (PP) e Mano em 2012 e agora com Mano e Dirceu. Não podemos deixar de ressaltar os demais prefeitos que iniciaram este município, mas acredito que a nossa vitória deve-se muito às pessoas me conhecem. Eu sou um cidadão público, sempre estive junto com o povo e as nossas propostas, a nossa coordenação, tudo ajudou para que tivéssemos essa vitória. Mas, sem dúvida, foi a apresentação das propostas com muita seriedade, sempre com os pés no chão, nunca pensamos em propostas que não fossem possíveis de serem realizadas. Foi com esse objetivo que levamos nossas propostas para a população e o povo entendeu. Essas pessoas me conhecem, eu moro há mais de 50 anos aqui, ocupei várias secretarias e o que me deu mais condição de ser candidato foi a Secretaria de Saúde, na qual estive à frente em 2004 e retornei em 2008. Isso tudo fez com que hoje pudesse ter o meu nome apresentado, graças ao meu grupo político também, porque tive um apoio muito grande dos três partidos e da própria comunidade. A gente já esperava uma diferença porque estávamos acompanhando os números e sentíamos nas pessoas a vontade de votar no Mano e Dirceu e isso tudo fez com que pudéssemos ter essa vitória.

 

OP: Qual será o papel do vice-prefeito eleito Dirceu Anderle no futuro governo? Ele deve assumir algum cargo?

LR: A princípio não, porque ele se propôs a ajudar na administração diretamente ocupando o espaço de vice-prefeito para que eu também possa sair, conversar com as pessoas, empresários, agricultores, trabalhadores, enfim, fazendo um trabalho integrado. Se ele tiver a vontade de assumir uma secretaria tem todas as condições para nos ajudar como secretário, bem como para vice-prefeito. Esperamos manter essa grande parceria entre prefeito e vice para que possamos fazer um bom trabalho juntos. Individualmente, às vezes a gente erra um pouco mais fácil, e de forma coletiva conseguimos acertar mais.

 

OP: Passada a eleição, qual será o próximo passo de Mano e Dirceu?

LR: Agora está sendo visto o período de transição junto ao prefeito Arnildo Rieger e toda a equipe administrativa do município. Com calma, vamos sentar junto às nossas lideranças, os vereadores eleitos, não eleitos, que também quero agradecer, pois foram muito importantes pra conquistarmos esse resultado, coordenação, pessoas que nos apoiaram para que possamos montar nossa equipe e que 2017 possamos entrar com os pés no chão. Sabemos que esta é uma responsabilidade muito grande em função daquilo que já foi feito pelo município, e a gente precisa montar uma grande equipe para dar continuidade e melhorar o que está bom e corrigir o que não está para que a sociedade possa ter um bom resultado, já que votou na gente com as propostas para que o município mude cada vez mais, mas não só para mudar, é mudar para melhorar. O nosso povo trabalha muito, mas também exige e tem o direto de cobrar do gestor público um bom trabalho. Todos os prefeitos deixaram as suas marcas e nós também queremos deixar a nossa.

 

OP: O senhor já esboçou como deve ser a composição da sua equipe de governo?

LR: Não. Nos reuniremos com as lideranças dos partidos nos próximos dias e de forma bastante responsável vamos montar uma equipe de confiança, não que só o Mano e Dirceu confiem, mas que possa mostrar para a sociedade que aquelas pessoas merecem ocupar um cargo de primeiro e segundo escalão no nosso governo. Teremos muita cautela e responsabilidade porque não queremos errar, mas se caso cometermos algum deslize ainda temos a condição de acertar no andar da administração. Queremos fazer um governo que seja com o povo e para o povo.

 

OP: Até quando o senhor pretende ter os nomes definidos?

LR: Temos algumas situações que precisamos esperar, como essa em função da legislação eleitoral do pedido de impugnação de cinco nomes nossos de candidatos a vereadores. Vamos esperar, porque estamos tentando reverter a situação lá em Curitiba (no Tribunal Regional Eleitoral) e, posteriormente a essa decisão, vamos tomar as medidas necessárias para compor o governo. Não vamos nos precipitar em dizer nomes hoje e depois ter que voltar atrás, até porque temos que respeitar a Justiça. Mas espero que ela seja feita e seja revertida a decisão de cassação das candidaturas. Sabemos da importância que têm os vereadores eleitos, os não eleitos, mas também da nossa responsabilidade como gestores públicos para fazer um bom trabalho.

 

OP: Existe a possibilidade de algum integrante do primeiro escalão atual permanecer no seu governo?

LR: Não paramos para fazer essa análise. Ouvimos muito durante a campanha e temos que levar em consideração tudo aquilo que as pessoas nos disseram e, em razão disso, não quero me antecipar. Vamos aguardar as decisões judiciais e depois, avaliando tudo aquilo que a sociedade nos colocou, a gente pode montar uma equipe de governo que venha de encontro com a vontade dos bragadenses.

 

OP: Qual será uma das primeiras ações que o seu governo deve colocar em prática a partir do ano que vem?

LR: Temos que pensar muito na questão que se falou bastante durante a campanha, que foi em saúde, educação, moradia, mas temos muitas prioridades, como a valorização da pessoa. Eu tenho essa vontade de poder ajudar aos outros, de que o nosso município se desenvolva, então precisamos olhar com carinho para o setor produtivo do município porque, para gastar recursos em áreas como a saúde, educação, cultura, esporte, lazer, enfim, é preciso que tenhamos recursos para isso. Portanto, precisamos de recursos financeiros, precisamos continuar acreditando nos nossos empresários, nas indústrias, no comércio, na prestação de serviços, no agronegócio e a saúde e educação também são grandes prioridades do governo. Estive na saúde por muitos anos e a população sabe do nosso compromisso com os nossos vereadores para dar uma resposta mais rápida para o cidadão que precisa de atendimento, principalmente as pessoas menos favorecidas. Não se esquecendo da educação, que é prioridade em qualquer país e não vai ser diferente no nosso município. Em Pato Bragado aconteceram muitas obras, outras ainda estão em andamento, mas o ser humano sem dúvida é o foco do nosso governo.

 

OP: Dependendo de decisão judicial, a composição da Câmara de Vereadores a partir da próxima legislatura pode ser maioria de oposição ao seu governo. O senhor considera este um fator preocupante?

LR: Não, porque temos a convicção de que vamos reverter a decisão em Curitiba. Mas caso ocorra o indeferimento pela Justiça Eleitoral, aos eleitos esperamos que haja uma integração. Apesar de os poderes Executivo e Legislativo serem independentes, eles precisam ser harmônicos entre si. Hoje temos a maioria eleita, a princípio, e caso for uma decisão desfavorável a nós espero que as pessoas tenham a mesma preocupação que a gente, de olhar de forma coletiva para o município, independente de cores partidárias. Esse período de campanha cada um escolheu o seu lado, tivemos algumas dificuldades, mas tenho certeza que passou esse período porque a administração municipal não é para um partido, é para o município. Independentemente de quem venha a ocupar o Legislativo, queremos uma integração para o ganho da população.

 

OP: O senhor é um político que possui, de certa forma, bom trânsito com o grupo de oposição. É possível haver conversas no sentido de trazer algum adversário para integrar o seu grupo de situação?

LR: Eu creio que hoje, apesar de não ter nada contra ninguém e já ter estado do outro lado, não passa pela nossa cabeça. Sabemos que tanto de um lado como de outro há desgastes e coisas a serem acertadas. Temos um grupo muito forte e devemos respeitar essas pessoas que nos ajudaram, não desmerecendo nenhum adversário nosso. Gostaríamos de contar com nossos companheiros que nos ajudaram e fizeram a diferença, foram buscar os nossos votos para essa vitória. Não passa pela nossa cabeça tomar uma posição dessa, mas é só o tempo que vai dizer. Como eu já estive nos dois lados, agora não pensamos nessa possibilidade.

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