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Política Novo depoimento

Joesley diz ter entregue mala de R$ 500 mil a Ciro Nogueira na garagem de sua casa

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O presidente do PP foi alvo de operação da Polícia Federal que apura suposta prática de obstrução de Justiça por parte do senador (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, afirmou em novo depoimento à Polícia Federal (PF) ter entregue uma mala com R$ 500 mil ao presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI). De acordo com Joesley, a mala foi entregue pelo ex-diretor do grupo J&F Ricardo Saud ao senador na garagem de sua casa, em São Paulo. A informação foi publicada ontem (25) pelo site G1.

No depoimento, do qual a TV Globo teve acesso, o empresário conta detalhes do encontro e da entrega do dinheiro ao presidente do Progressistas. Em depoimento anterior, Joesley disse ter repassado o dinheiro como pagamento de propina, mas não havia dado detalhes sobre a entrega.

Já no depoimento prestado à PF no dia 06 deste mês, em Brasília, Joesley contou detalhes e afirmou que no dia 17 de março do ano passado participou de uma reunião com Ricardo Saud e o senador Ciro Nogueira. O encontro teria ocorrido por volta das 19 horas daquele dia e, de acordo com o empresário, foi gravado para registrar os diálogos e tratativas da entrega da propina.

O advogado de Ciro disse que ele nunca recebeu dinheiro de Joesley e que a gravação da conversa vai comprovar isso. Joesley foi ouvido no inquérito que apura se o ex-procurador Marcelo Miller auxiliou os delatores da J&F enquanto ainda estava na Procuradoria-Geral da República (PGR) e se os delatores omitiram informações da delação.

Na terça-feira (24), durante operação no âmbito da Operação Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 200 mil na residência de Ciro. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão, tanto em seu gabinete quanto em sua casa, assim como o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). Já o ex-deputado Márcio Junqueira (RR) foi preso em Brasília.

As ações foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Os três são suspeitos de tentar atrapalhar as investigações da operação. De acordo com a PGR, eles tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor do PP que colabora com as investigações.

O advogado de Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o senador declarou à Receita Federal que tinha R$ 180 mil em dinheiro guardados em casa. Os outros R$ 20 mil, segundo ele, podem ser da esposa de Ciro, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI).

 

Com Congresso em Foco/G1

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