Fale com a gente

Política Eleição municipal de 2020

“MDB e DEM em uma mesma aliança é possível, sim”, afirma Neco

Publicado

em

Vereador Dorivaldo Kist (Neco):” Essa rivalidade já vem de anos em Marechal Rondon, mas a política mudou bastante. A grande maioria, especialmente os jovens, não pensa mais em partido, mas nas pessoas” (Foto: Maria Cristina Kunzler)

Algo até pouco tempo improvável na cabeça de qualquer político e militante partidário de Marechal Cândido Rondon pode se tornar realidade no município. Rivais históricos na política local, não se descarta a possibilidade de MDB e DEM estarem juntos na eleição municipal de 2020. Agora, se os filiados dos dois partidos vão compreender e, mais do que isso, aceitar essa eventual aliança, aí a história é outra.

Vamos explicar os fatos: no domingo (29) o secretário-geral do MDB do Paraná, deputado federal João Arruda, visitou a Expo Rondon e anunciou que o diretório municipal deve ser dissolvido. Isto porque o próprio presidente da agremiação rondonense, vereador Josoé Pedralli, apoia um candidato a deputado estadual de outro partido. O nome em questão é de Ademir Bier, que deixou o MDB e migrou para o PSD.

Arruda criticou ainda o fato de que Bier estaria, segundo ele, com “um pé em cada canoa”, ou seja, está no PSD, mas mantém força política no MDB.

O deputado federal adiantou também que a tendência é o vereador Dorivaldo Kist (Neco) assumir a presidência da sigla em Marechal Rondon quando da dissolução. No entanto, o vereador hoje está alinhado ao governo do prefeito Marcio Rauber (DEM). Daí a possibilidade de haver uma aliança entre os dois partidos.

Em visita ao O Presente, Neco revelou que de fato não se pode descartar uma parceria entre MDB e DEM, caso a agremiação emedebista seja dissolvida e ele conduzido à presidência. “Por que não?”, questionou, dizendo que defende uma nova forma de fazer política e que o município deve estar acima de siglas partidárias. Confira.

 

 

O Presente (OP): No domingo (29) o deputado federal João Arruda (MDB) esteve em Marechal Cândido Rondon e anunciou que o diretório municipal do partido deve ser dissolvido, cujo processo deve iniciar ainda antes da eleição. Ele já adiantou que a tendência é o senhor assumir então a presidência do MDB. Como estão essas conversas? Há pretensão em comandar o partido rondonense se houver essa dissolução?

Dorivaldo Kist (DK): O deputado João esteve em Marechal Cândido Rondon no fim de semana a meu convite. Por ser nosso município, entendo que devemos convidar as pessoas para vir a nossa casa. Como vereador e representante do MDB, o acompanhei na Expo Rondon. E eu aceitaria sim (presidir o partido) e sou a favor de acontecer essa dissolução, porque não concordo com o que está acontecendo no MDB. Hoje há três a quatro pessoas que definem as coisas, sendo que temos muitos militantes filiados. Penso que não é assim que deve funcionar. Precisamos reunir as pessoas e conversar, o que não acontece no MDB. Houve falsas promessas, em que prometeram investimentos para o distrito (Porto Mendes) e isso não foi cumprido dentro do partido. Dali que vem também o meu descontentamento com o MDB.

 

 

OP: Na legislatura passada o senhor estava muito próximo do hoje presidente do MDB de Marechal Rondon, vereador Josoé Pedralli. Hoje o senhor o considera um adversário político?

DK: Eu vejo ele como uma pessoa que pegou o partido na mão, mas em troca de benefícios próprios. Sou contrário ao que realmente estão fazendo com o MDB, deixando de atender e ouvir os militantes. Temos filiados que foram candidatos a vereador e hoje estão passando por situação de grandes dificuldades. Deveriam olhar melhor para essa situação. Se é um grupo por que não reunir, conversar e trocar ideias? É algo que não acontece hoje no MDB de Marechal Cândido Rondon.

 

OP: O senhor está próximo do deputado estadual Elio Rusch (DEM). Deve fazer campanha para ele?

DK: Meu partido é Marechal Cândido Rondon. Eu quero que as coisas aconteçam, estamos buscando muitos recursos e há previsão de muitas obras, tanto para Porto Mendes como para o município como um todo. Hoje estou a favor do governo, porque quero que as coisas aconteçam. Vou, com certeza, fazer campanha para um candidato a deputado estadual de Marechal Rondon. O Ademir saiu do MDB e buscou outras fileiras, sendo que o novo partido dele (PSD) está com o governo Marcio (Rauber, DEM). Então acho que há possibilidade, e por que não, em ajudar o deputado Elio, que está buscando vários investimentos para o município.

 

 

OP: Caso o diretório municipal seja dissolvido, existe a possibilidade então do senhor ser indicado como novo presidente e há chance do senhor estar com o deputado Elio na campanha. Essa é uma decisão que o MDB do Paraná aceita?

DK: Acho que sim. Sou vereador e o João Arruda colocou meu nome à disposição e disse que eu poderia ser o presidente, mas teríamos que conversar e dialogar. Por isso que digo: o partido precisa se juntar. Juntos somos fortes. O partido precisa se juntar para alcançar um propósito e o que realmente todos querem.

 

 

OP: Um processo de dissolução não é tão simples, especialmente quando em questão está um diretório. Caso essa medida não aconteça, existe a possibilidade do senhor deixar o MDB na próxima janela partidária?

DK: Com certeza. Depende de como a carruagem vai andar. Mas tanto para o Governo do Estado como para deputado federal estou junto com o MDB e não abro mão. Mas para frente há possibilidade.

 

 

OP: Existe algum partido já em vista?

DK: Não. Ainda não, até porque precisamos ver como vai ficar a questão dos partidos (fim das coligações na proporcional em 2020). Sou a favor do município e quero que as coisas aconteçam.

 

 

OP: Caso o diretório rondonense seja dissolvido e o senhor venha a ser o novo presidente, existe a chance de alguma aliança entre MDB e DEM para a eleição de 2020, já que o senhor está próximo ao governo municipal?

DK: Acho que sim, por que não? Tudo depende de conversarmos. Se conversar com a grande maioria das pessoas do MDB, os que foram candidatos a vereadores, você vai ver que estão bem decepcionados com o partido. Por que não? Há possibilidade, sim, porque o próprio deputado não está mais no partido e algumas cabeças maiores se desfiliaram, assim como muitos filiados. Por que não haver esse entendimento? Tudo depende de conversar e negociar em prol do município.

 

 

OP: O senhor acredita que os filiados vão compreender essa possível aliança, se for confirmada em 2020?

DK: Nem todos, mas acredito que uma parte sim. Essa rivalidade já vem de anos em Marechal Rondon, mas a política mudou bastante. A grande maioria, especialmente os jovens, não pensa mais em partido, mas nas pessoas. Acho que poderão aceitar essa união.

 

 

OP: Então o senhor não crê que essa possível aliança de dois adversários históricos no município possa enfraquecer o MDB?

DK: Penso que não. Quem sabe até pode fortalecer, pois hoje o MDB está bem desgastado no município. É só conversar com quem foi candidato a vereador para sentir o descontentamento em cada um.

 

 

OP: Já houve uma conversa com o deputado Elio ou com o prefeito Marcio da possibilidade de uma aliança em 2020?

DK: Não, ainda não, mas conversando que se entende. Precisamos pensar no município como um todo. Esse é meu objetivo. Para estar na política você precisa estar filiado, e estou no MDB, mas meu partido é o município.

 

 

Leia matéria completa na edição impressa de O Presente

Copyright © 2017 O Presente