Fale com a gente

Política Operação Integração

MPF quer ajuda do Líbano para encontrar Luiz Abi Antoun, réu em operação

Publicado

em

(Foto: Reprodução/GloboNews)

O Ministério Público Federal pediu autorização à Justiça Federal (JF) para enviar um pedido ao Líbano para localizar Luiz Abi Antoun, réu na Operação Integração. O pedido de expedição de carta rogatória, ou de auxílio direto, é do último dia 13.

Em março, a JF aceitou a denúncia contra Abi Antoun por organização criminosa e corrupção passiva no âmbito da Integração. A denúncia foi apresentada separadamente porque, o acusado está no Líbano desde setembro de 2018. Segundo a denúncia, “Abi fugiu para a República do Líbano, sem notícias quanto ao seu retorno”.

No pedido, o MPF justifica que desde o oferecimento da denúncia deste processo, Abi Antoun não é localizado por um oficial de justiça. O oficial foi a dois endereços no centro de Londrina, que constam no processo, mas recebeu a informação, da própria mulher de Luiz Abi Antoun, de que ele está no Líbano, em tratamento de saúde e não tem previsão de retorno. A esposa informou ao oficial que não sabia o endereço onde o marido estava ou um número de telefone para localizá-lo.

O advogado de Luiz Abi Antoun, Anderson Mariano, disse que tomou conhecimento do pedido e informou que o cliente “está no Líbano, no mesmo lugar em que sempre esteve”. Mariano afirma que a localização dele consta em um processo que tramita na 3ª Vara Criminal de Londrina.

Detalhou que está providenciando uma procuração para tornar o cliente citado. “Dessa forma espero que o processo tramite da forma mais natural possível, porque o maior interessado no desfecho deste processo é o próprio Luiz Abi Antoun, que tem certeza que a sua inocência será comprovada”, esclareceu.

 

Investigação

As investigações mostram que Abi Antoun recebeu valores de propinas pagas por intermédio de doações oficiais, simulando a prestação de serviços ao Comitê de Campanha de Beto Richa (PSDB), por meio de uma empresa da qual era sócio.

Conforme o MPF, durante a campanha eleitoral de 2014, uma empresa de Abi Antoun recebeu mais de R$ 640 mil para supostas prestações de serviços de locação de equipamentos que não existiram.

Foram identificados ainda aportes de dinheiro em outra empresa ligada a Abi Antoun que, por sua vez, apresentava notas fiscais frias para justificas débitos e fazia transações com empresas paraguaias, sendo que em alguns casos não há conferência de mercadorias negociadas, segundo o MPF.

Para os procuradores, essas movimentações de dinheiro, do Comitê de Campanha de Richa para empresas ligadas ao primo dele, corroboram as informações repassadas em delação premiada de que Abi Antoun gerenciava “sobras” de dinheiro de campanha.

A defesa de Richa nega desde o início o envolvimento do ex-governador com irregularidades.

Para acolher a denúncia, o juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro ainda considerou o depoimento de um réu colaborador que informou que Abi Antoun recebia parte das vantagens indevidas do Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná (DER-PR). Conforme a decisão, o mesmo colaborador disse que Abi Antoun centralizava o caixa de arrecadação ilícito do ex-governador.

Além disso, o juiz pontua que foram consideradas inúmeras ligações que ele fez a outros investigados e visitas ao DER-PR.

 

Com G1 PR e RPC Londrina 

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente