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“Não sei preço de cadeirinha, sei de caixão”, diz deputada do Paraná que perdeu filho em desastre no trânsito

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Em um discurso emocionante e muito aplaudido, a deputada lembrou a morte do filho em 2009 (Foto: Reprodução)

O projeto de lei enviado na terça-feira (04) pelo presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza as regras sobre a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é alvo de inúmeras críticas de deputados e senadores na sessão do Congresso que aconteceu desde o meio da tarde de quarta-feira (05).

Entre outras coisas, o texto propõe o fim da multa para motoristas que transportarem crianças de zero a sete anos e meio sem cadeirinhas. Atualmente, isso é considerado uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47.

Em um discurso emocionante e muito aplaudido, a deputada Christiane Yared (PL-PR) lembrou o acidente que matou seu filho em 2009.

“Não sei o preço de cadeirinha. Mas sei o preço de túmulo do cemitério, de caixão, de flores, de choro”, afirmou.

Yared foi eleita pela primeira vez em 2014 com a plataforma de segurança no trânsito após a tragédia com seu filho. O motorista do veículo, o ex-deputado paranaense Luiz Fernando Ribas Carli Filho, foi condenado.

Ontem (05), ela afirmou ao Congresso em Foco que irá apresentar pelo menos uma emenda ao projeto de lei apresentado pelo Executivo para alterar o texto, que sequer começou a tramitar na Casa.

“Nunca imaginei que pudesse haver um governo com uma maldade tão grande a ponto de querer morte de criancinhas”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou que a proposta vai na contramão da lógica.

 

Leia o que Yared disse sobre o tema

“Sou governo e sempre deixei claro meu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, mas preciso ser coerente independente de política. Todos sabem da minha atuação nas questões relacionadas ao trânsito e como baseio minhas posições em estudos de instituições renomadas. Na terça-feira (4), fomos apresentados ao projeto do presidente que altera regras do Código de Trânsito Brasileiro. Como militante da área, posso afirmar que a decisão do nosso presidente vai impactar diretamente a vida de milhares de brasileiros.

Estamos falando de vidas!

O que foi apresentado nos causa espanto. Entre os pontos que mais me assusta está a questão da cadeirinha. Você sabia que o assassino número um de crianças no Brasil é o transporte sem o dispositivo necessário?

O que está acontecendo? Vamos regredir? Não é possível que aceitemos isso como se fosse algo normal. Eu não sei o valor de uma cadeirinha, por exemplo, mas conheço quanto custa um caixão e um túmulo no cemitério. Morreu a gente enterra, mas e quando a vítima fica sequelada? É o Brasil que paga a conta disso tudo, meus amigos, dos leitos em hospitais, dos custos no SUS…

Isso é só um item do projeto, mas há vários pontos preocupantes. Faço um apelo ao meu presidente, que ele olhe para as famílias desse país, para os pais que sofrem e morrem juntos com seus filhos”.

 

Com Band B e sites 

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