Padovani e Vermelho disputam autoria da reabertura da Estrada do Colono

Uma das vertentes da lenda do Boitatá (há várias) descreve o mito como o choque de duas tochas no escuro. E Boitatá seria o filho do compadre com a comadre, portanto, o avermelhado e luminoso resultado de uma traição.

Todo ruivo, na informalidade bem brasileira anterior à cornetagem do “politicamente correto”, já foi chamado do “Tocha”, “Ferrugem”, “Cabelo de Fogo”. Talvez para os mais sensíveis isso possa ser considerado bullying.

Mas quem está na política acaba relevando. É o caso de Nelson Padovani e do deputado Nelsi Coguetto Maria, que até adotou a alcunha “Vermelho”.

Vermelho e Padovani disputam a paternidade de uma criança: o Caminho do Colono. A reabertura da estrada entre Capanema e Serranópolis do Iguaçu foi uma obsessão do homem do trator azul.

Mas ele remou contra a onda verde dos governos petistas, que chegaram a ter Marina Silva como ministra do Meio Ambiente. Ou seja, possibilidade zero de pavimentar um centímetro de parque nacional.

Os ventos mudaram em Brasília. Como se sabe, entre uma boa pescaria em Angra e dar um like no Twitter do Greeanpeace, Jair Bolsonaro vai ficar com a primeira.

 

 

 

O Vermelho de Foz percebeu rápido a oportunidade e fez passar na Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados a Estrada Parque Caminho do Colono. E divulgou. Foi capa da Nova Fase, revista do Zé Ivaldeci. Aí a tocha faiscou.

 

Padovani acha que foi traído pelo “Boitatá” da fronteira. Ligou indignado para veículos de comunicação, acha injusto ter aberto uma estrada no meio da floresta para outro vermelho desfilar.

Em tempo: Passar uma matéria em comissão interna da Câmara é apenas um passo de uma caminhada amazônica. Há ainda várias etapas para ver a primeira viatura embrenhar-se na selva de Serranópolis e percorrer os 17,5 quilômetros até as barrancas do Iguaçu. Até lá há espaço para entendimento entre os vermelhos…

Com Pitoco