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Política Entrevista ao O Presente

“Pretendemos iniciar e concluir muitas obras em 2019”, diz prefeito de Pato Bragado

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Prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden (Mano): “Se sentirmos a partir de janeiro que há necessidade de mudança, certamente vamos fazê-la (na equipe de governo)” (Fotos: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

Assim como já ocorreu em outros períodos, os municípios lindeiros ao Lago de Itaipu chegam à reta final do ano sem o repasse dos royalties. Mesmo diante da importância do recurso, o prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden (Mano), diz que o planejamento realizado ainda no início de 2018 permite à municipalidade entrar em dezembro com as contas em dia, bem como com dinheiro em caixa para efetuar o pagamento do 13º salário, 1/3 de férias e a folha salarial do mês ao funcionalismo público.

Em entrevista ao Jornal O Presente, o gestor comenta que ainda existe a expectativa de liberação de emendas e dos royalties em 2018, mas que o Poder Executivo já começa a voltar os olhos para 2019 e os investimentos que estão previstos para o próximo ano, dentre os quais ele cita alguns.

Na área política, Mano expõe que não pretende se envolver na eleição da nova presidência da Câmara de Vereadores. Fala, ainda, sobre suas expectativas em relação ao governador eleito Ratinho Junior (PSD), ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e aos representantes políticos da região. Confira.

 

O Presente (OP): Restando praticamente um mês para encerrar o ano, a prefeitura trabalha com a expectativa de liberação de novos recursos e investimentos em 2018 ou já está com os olhos voltados para 2019?

Leomar Rohden (LR): Sempre existe expectativa. Há algumas emendas que ainda estão pendentes e acreditamos que algo deve ser liberado, assim como os royalties, que estão em atraso. Creio que no mês de dezembro devem ser liberados. Mas já nos organizamos para que, independente se vierem os recursos, possamos fechar o ano bem e já pensar em 2019. É necessário planejamento e, por isso, independente se vem ainda recurso este ano ou não, com certeza o objetivo já está sendo focado em 2019.

 

 

OP: Até o momento o projeto que prevê a retomada do repasse dos royalties ainda não foi votado e aprovado pelo plenário do Congresso. Diante disso, como o município deve fechar as contas? Pode haver algum ajuste nos trabalhos e programas da prefeitura, como eventuais cortes?

LR: Os royalties são extremamente importantes para o nosso município, assim como para as outras cidades que recebem este recurso. Porém, independente disso, fizemos um planejamento desde o início do ano para garantir o pagamento em dia dos funcionários, 13º salário, 1/3 de férias. As obras que estão sendo licitadas, todas, estão com recursos previstos para que seja possível terminar o ano. Sabemos da importância que têm os royalties, mas vamos concluir o ano e todos os nossos compromissos serão cumpridos, mesmo que o repasse não seja restabelecido este ano. Mas creio que em dezembro o pagamento será retomado e, com isso, fecharemos muito bem o ano, pois desta forma pode haver superávit para que 2019 seja iniciado com todo vapor.

 

 

OP: Em termos de investimentos planejados para 2019, quais os principais que estão previstos?

LR: Um dos convênios com a Itaipu prevê readequações de estradas, pavimentação com pedra irregular, barracão dos reciclados; há uma parceria com o governo federal para aquisição de equipamentos agrícolas. Também estão previstos investimentos no parque industrial, no Parque de Exposições, construção da rua coberta, melhoria na praça, conservação das estradas com recape asfáltico sobre a pedra irregular no interior e na área urbana onde se fizer necessário. No planejamento consta, ainda, a conclusão da nova Unidade Básica de Saúde e construção de casas populares. São muitas obras que pretendemos iniciar ou concluir em 2019. Iniciamos algumas este ano, nem todas conseguiremos terminar em 2018, mas sem dúvida em 2019 vamos fazer muitas coisas acontecerem em Pato Bragado. Até terminar o mandato, em 2020, esperamos atender a demanda da nossa população e os pedidos dos nossos vereadores, que têm sido parceiros da municipalidade e têm apresentado diversas sugestões. Acreditamos que 2019 será um bom ano, mesmo sabendo que a mudança de governo, tanto estadual como federal, pode fazer com que o repasse de recursos por meio de emendas fique mais escasso, mas penso que é possível fazer muitas coisas acontecerem ainda.

 

 

OP: O senhor teme uma interrupção na importante parceria que existe hoje entre os municípios e a Itaipu diante da possibilidade de mudança na diretoria da hidrelétrica com a transição no governo federal?

LR: Não posso falar pelos demais prefeitos, mas falando por Pato Bragado hoje seria muito importante a continuidade da atual diretoria, que tem à frente o diretor-geral Marcos Stamm. A Itaipu mantém hoje uma grande parceria com os 55 municípios do Oeste do Paraná e, sem dúvida, seria imprescindível a continuidade destes diretores pela parceria que foi construída. Mas se não for essa a vontade do presidente (Bolsonaro), que possam ser nomeadas pessoas que tenham um olhar sobre os municípios da região. Acima de tudo, independente de cores partidárias, deve prevalecer um bom relacionamento e que os municípios continuem sendo atendidos, principalmente da forma como tem ocorrido nos últimos meses com essa nova diretoria da Itaipu.

 

 

OP: Com a mudança de governo estadual e federal, há preocupação em relação ao início ou continuidade de investimentos?

LR: Creio que tanto o governador eleito Ratinho Junior como o presidente eleito Jair Bolsonaro devem olhar com carinho as regiões, principalmente o Oeste do Paraná, que produz bastante, tem um povo muito trabalhador, é bem industrializada e possui um potencial grande. Acredito que não devem haver restrições por parte do governo estadual e federal quanto ao repasse de recursos. Sabemos que houve uma perda de representatividade política do Oeste do Paraná, mas em nível federal contamos hoje com os deputados Sérgio Souza (MDB) e José Carlos Schiavinato (PP), e tenho certeza que o deputado estadual eleito Marcel Micheletto (PR) vai olhar os municípios do Oeste do Paraná. Não sabemos ainda todos que vão compor as secretarias estaduais e, quem sabe, podem ser nomeados deputados e, assim, a região ganha mais representantes na Assembleia. De qualquer forma, esperamos que os governos possam olhar com carinho os nossos municípios. E não tenho dúvida que pela votação que o Ratinho e o Bolsonaro fizeram aqui não encontraremos dificuldade neste sentido de ter apoio do governo estadual e federal.

OP: A região perdeu bastante na eleição em termos de representatividade política. O senhor já manteve contato com os deputados eleitos? Com quem a prefeitura espera contar a partir da próxima legislatura, além do Sérgio Souza, Schiavinato e Micheletto?

LR: Ainda não tivemos a oportunidade de conversar com os demais deputados eleitos e que receberam votos em Pato Bragado. Mas especificamente um deputado que foi eleito pela primeira vez e que se colocou à disposição do município é o Marcel Micheletto, assim como já conversamos inúmeras vezes e contamos com apoio do Schiavinato ainda como deputado estadual, e certamente vai contribuir com o nosso município como deputado federal. E o Sérgio Souza igualmente é um grande parceiro do nosso município e certamente nos ajudará para que sejamos contemplados com investimentos do governo federal. No Estado, o Micheletto é o deputado eleito da nossa região e se houver algum outro deputado que consigamos contato claro que vamos buscar, pois temos partidos aqui que contam com representatividade junto ao governo estadual.

 

 

OP: Diante do que já foi divulgado em termos de formação de equipe e as sinalizações do estilo de gestão que pretendem implantar, o que o senhor espera dos governos de Ratinho Junior e Jair Bolsonaro?

LR: Tanto do governo estadual como do governo federal as expectativas são boas. Sabemos que as coisas não vão acontecer de um dia para o outro, até porque será preciso verificar a real situação tanto do Estado como da União para, posteriormente, os governos começarem a trabalhar com programas. Acredito muito na gestão do Ratinho, pois vejo ele como um governador novo, que vem com uma mentalidade nova, que pode revolucionar alguns investimentos no Estado. E quem sabe os municípios poderão se beneficiar com estes investimentos. Acredito no potencial do governador eleito. Poucas pessoas foram indicadas até o momento para ocupar o secretariado, mas creio muito nesta equipe e principalmente no potencial do Estado do Paraná. Dentro daquilo que ele falou na campanha, se colocar em prática como governador ajudará muito os nossos municípios, e especialmente essa região que tanto produz. Em relação ao governo federal, até pela votação que o Bolsonaro fez no Sul do país, penso que ele vai olhar com bons olhos a região. Da equipe que ele está montando não conheço nenhum nome além do ministro-chefe da Casa Civil (hoje deputado Onyx Lorenzoni) e o juiz Sérgio Moro (futuro ministro da Justiça e Segurança Pública), então não posso falar deles, mas creio que o presidente eleito esteja preparado e vai fazer com que a equipe que será nomeada poderá trabalhar para que o país volte a crescer. A população está acreditando nisso.

 

 

OP: O senhor avalia alguma mudança na sua equipe de governo?

LR: Sem dúvida. Eu e o vice-prefeito Dirceu (Anderle, PP) conversamos bastante em relação a isso. Sempre analisamos essa possibilidade, pois temos ciência de que a população espera o melhor trabalho por parte do Executivo. Temos essa responsabilidade de que as coisas funcionem direito e o objetivo é sempre que toda equipe esteja afinada para atender as pessoas. Se sentirmos a partir de janeiro que há necessidade de mudança, certamente vamos fazê-la.

 

 

OP: Nos próximos dias acontece a eleição da mesa diretiva. O senhor tem preferência por algum nome?

LR: Não. A situação conta hoje com seis parlamentares e é possível fazer com que haja um entendimento, e esse entendimento deve ocorrer. De minha parte não gostaria que houvesse racha, mas é uma decisão da Câmara e não interfiro no Poder Legislativo e na decisão deles. Mas sem dúvida tenho certeza que há condições deles se entenderem. Não tenho preferência por A ou B, mas é importante que haja o entendimento e o consenso.

 

 

OP: O senhor acredita em um entendimento no grupo de situação?

LR: Acredito. Acho que é possível, sim, pois são vereadores experientes.

 

 

OP: O senhor vê a possibilidade do próximo presidente ser eleito com os nove votos?

LR: Vai depender do relacionamento do candidato com todos os vereadores. Se eu fosse o candidato certamente buscaria o voto dos nove, mas esse é um entendimento do possível candidato, que acho que buscará o voto de todos os vereadores. Seria interessante, mas cada um tem a sua opinião e precisa ser respeitado.

 

 

OP: O senhor pretende interferir nas discussões visando à formação da mesa diretiva?

LR: Não. Se eu for convidado para conversar com eles e os vereadores acharem que minha opinião é importante, eu darei minha opinião. Mas prefiro não interferir, pois o Legislativo é um Poder independente do Executivo. São Poderes harmoniosos, mas distintos.

 

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