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Política Operação Mustela

Quatro médicos e dois assessores de políticos estão entre os presos do “fura fila” no SUS

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Gaeco afirma que um assessor do deputado Ademir Bier fazia o intermédio entre pacientes que precisavam de consultas e/ou cirurgias e médicos do SUS (Foto: Divulgação)

Quatro médicos e dois funcionários do Hospital São Lucas, em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, estão entre os presos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta segunda-feira (10). Além disso, há assessores de políticos envolvidos no esquema. A operação investiga agentes públicos e médicos, em organização criminosa que cobrava indevidamente de pacientes para furar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de prisão temporária e 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo órgão especial do Tribunal de Justiça do Paraná. A ação faz parte da Operação Mustela.

Os mandados de busca são cumpridos em dez cidades (Curitiba, Campo Largo, Marechal Cândido Rondon, Almirante Tamandaré, Campina Grande do Sul, Telêmaco Borba, Bandeirantes, Campo Magro, Colombo e Siqueira Campos), atingindo o gabinete do deputado estadual Ademir Bier (PSD).

O Gaeco afirmou que um assessor do deputado Ademir Bier fazia o intermédio entre pacientes que precisavam de consultas e/ou cirurgias e médicos do SUS. Para que ocorresse o procedimento sem a espera na fila, os médicos cobraram propina.

Para a polícia, o esquema beneficiava o deputado com “influências”. Em uma conversa monitorada pelo MPPR, o assessor reclama que Ademir Bier não tinha sido reeleito “mesmo com o esquema para furar filas do SUS”. No mesmo diálogo, ele afirmou que o esquema acontecia há cerca de dez anos.

Outro assessor da Casa também foi alvo de prisão. Ele passava o dia todo encaminhando pacientes do Hospital São Lucas com pagamentos indevidos para atendimentos com prioridade. Na época, ele ocupava o cargo de assessor de Ratinho Junior, eleito governador do Paraná.

As investigações foram iniciadas há cerca de 18 meses na Promotoria de Justiça de Campo Largo.

 

Esquema

De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor Leonir Batisti, o esquema envolvia atendimento preferencial no SUS mediante pagamento “por fora” para médicos, hospital e clínicas. “A operação investiga uma situação que envolve prejuízo às pessoas que se socorrem do SUS.  A situação que ocorre é que as pessoas que triam que esperar por uma cirurgia por exemplo, acabam procurando ou  sendo procuradas por intermediários, entre os quais assessores de políticos, e estes conseguem o procedimento com prioridade, furando assim a fila do SUS. E como conseguem isso? pagando pela consulta no início e, na sequência, fazendo um pagamento adicional para a cirurgia bancada pelo SUS, o que é ilegal”, relatou Batitsti.

A operação do Gaeco foi batizada de “Mustela”  em referência ao gênero de mamíferos que inclui animais conhecidos como furões.

 

Com Banda B

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