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Política

Vice-prefeita de Quatro Pontes é acusada de injúria racial

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A 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Marechal Cândido Rondon julgou procedente a denúncia contra a vice-prefeita de Quatro Pontes, Ana Maria Görgen. Ela é acusada de prática de injúria racial contra o sócio-proprietário de uma loja de materiais de construção daquele município.

O fato teria ocorrido em fevereiro de 2012 e somente dois anos mais tarde o Ministério Público recebeu a denúncia. No dia 20 de junho deste ano o promotor Sidiklei Rosolen de Oliveira assinou as alegações finais da Promotoria, encaminhando o processo para sentença judicial. A defesa diz aguardar essa etapa, informando que há cerca de dez dias está à espera de uma decisão do Poder Judiciário.

Conforme consta no processo, Ana Maria teria começado uma discussão no estabelecimento comercial do ramo de materiais de construção por conta de uma obra que estava sendo realizada em um prédio de dois pisos, de propriedade dela.

Em depoimento, um dos sócios da empresa diz que teria sido chamado de ladrão por Ana Maria. Nisso, o outro sócio chegou à loja e se deparou com a discussão a respeito da obra. Diante da situação, o homem resolveu intervir, dizendo que Ana era uma empresária e que, portanto, não deveria fazer baixaria. Nisso, ela teria retrucado proferindo as seguintes palavras: fica quieto seu preto, que você veio do mato e não manda nada, conforme consta no processo.

Ao ouvir o insulto, a vítima teria fechado a porta do estabelecimento e deixado Ana Maria do lado de fora da empresa. Os funcionários que estavam na empresa naquele momento teriam presenciado os fatos e são testemunhas da ação.

 

O outro lado

A vice-prefeita de Quatro Pontes foi ouvida sobre o caso. Às autoridades competentes ela negou que tenha proferido as palavras preto do mato.

Ana Maria informou ainda que não houve discussão com um dos sócios da empresa, mas, mesmo assim, o outro sócio chegou à empresa dizendo se manda daqui. Por este motivo ela se irritou e admitiu que houve insulto. Porém, teria chamado os dois sócios de empresários de meia tigela, e não preto do mato.

 

Posição da Promotoria

Para o promotor, não há dúvidas de que a ré chamou a vítima de preto do mato (…). Embora a defesa tenha buscado descaracterizar a injúria com utilização de elementos referentes à raça e cor da vítima, não há dúvidas de que a acusada possuía esse propósito de ofendê-lo, pois seu apelido nunca foi preto e não é comum chama-lo assim, diz trecho das alegações finais do Ministério Público.

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