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Variedades Revelação surpreendente

Canção de Roberto Carlos foi inspirada no pôr de sol e no povo de Cascavel, diz biógrafo

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Uma revelação surpreendente da biografia desautorizada do rei. A canção “Jesus Cristo”, sucesso lançado em 1970, foi inspirada no pôr de sol de um típico sábado do verão cascavelense, em 1969.

 

A informação está no livro “Roberto Carlos em Detalhes”, do escritor Paulo Cesar de Araújo. A primeira estrofe da música foi redigida no hotel em que Roberto estava hospedado em Cascavel. O restante da canção foi então elaborado semanas mais tarde em conjunto com Erasmo Carlos.

 

“Foi numa tarde de sábado, no verão de 1969, que Roberto Carlos começou a compor Jesus Cristo, faixa do seu álbum lançado no ano seguinte”, relata Araújo. Para em seguida emendar: “O cantor estava na cidade de Cascavel, interior do Paraná, onde à noite faria uma apresentação”.

 

O biógrafo relata que havia um grande movimento de pessoas na principal praça da cidade, aguardando talvez um aceno do rei. Então o cantor abriu a janela e, “sob o impacto daquele belo crepúsculo”, recebeu a inspiração da nova canção.

 

Naquele momento, segundo o livro, Roberto Carlos criou a primeira estrofe: “Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando/ olho na terra e vejo uma multidão que vai caminhando…”.

 

Testemunhas – O ex-prefeito Edgar Bueno, então com 21 anos de idade, se recorda do show. Ele diz que foram duas apresentações, uma no campo de futebol onde hoje está o Centro Esportivo Ciro Nardi, e outra em local que não se recorda. Francisco Konolsaisen diz que a segunda apresentação foi no Clube Comercial.

 

“Eu estava lá, aos 15 anos, com minha carteirinha da Aces para obter a meia-entrada e provar a idade mínima”, relata Chico. Ele disse que havia cinco mil pessoas no local. Edgar, que iniciava a carreira de vendedor de discos de vinil na época, disse ter visto dois shows do rei em Cascavel.

 

“Na primeira vez, lá em 1969, o Roberto estava com roupas extravagantes, jeans esfarrapado, sem manga, colares e pulseiras grandes, tipo boyzão mesmo. Na outra apresentação, anos depois, ele já veio de terno azul e camiseta branca”.

 

Edgar recorda-se que a música “Jesus Cristo” gerou uma celeuma na igreja. “Bispos condenaram. Disseram que era absurdo, proibiram de tocar, disseram que era desrespeito. Mas o tempo levou essa música a se tornar popular, inclusive dentro das igrejas”.

 

Qual hotel? – O mistério mesmo, que põe em xeque trechos da biografia desautorizada do rei, é o detalhe do hotel com sacada para o pôr do sol e para a principal praça da cidade. Onde está isso? O Copas Verdes não existia. O Lord e o Regente não dão para a praça.

 

Alternativa que resta é o “finado” Hotel Apolo 11, na esquina da Avenida Brasil com a Carlos Gomes, onde hoje há uma farmácia. Mistérios para Jesus Cristo desvendar…

 

Em tempo: a presente pauta foi sugerida pelo professor Vander Piaia (obrigado!). Jesus que nasceu aqui é a música, o da Bíblia todos sabem onde foi. Já o médico obstetra e o promotor aposentado não são nativos de Cascavel.

 

 

Trecho do livro

“Jesus Cristo foi a primeira canção explicitamente religiosa gravada por Roberto Carlos… Foi numa tarde de sábado, no verão de 1969, que Roberto Carlos começou a compor Jesus Cristo, faixa do seu álbum lançado no ano seguinte. O cantor estava em Cascavel, interior do Paraná… Ele ficou hospedado no último andar de um hotel em frente à praça principal da cidade… no fim daquela tarde Roberto abriu a janela e se deparou com um lindo pôr do sol. Foi sob o impacto do belo crepúsculo que o cantor teve a inspiração… Roberto Carlos olhava o sol, as nuvens e a multidão gritando seu nome. Então criou a primeira estrofe: “Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando/ olho na terra e vejo uma multidão que vai caminhando…”.

 

(Trecho de “Roberto Carlos em Detalhes”, obra que o cantor impediu judicialmente a venda. Mais tarde, em razão deste caso de grande repercussão, o Supremo Tribunal Federal criou jurisprudência impedindo a censura dos famosos nas biografias não autorizadas, sob o argumento de tal ato ferir a liberdade de expressão)

 

O Pitoco

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