Essa é uma dúvida muito comum.
Para começar você precisa entender um pouco sobre uva. A uva vem de uma planta chamada videira, que faz parte do gênero Vitis.
Dentro desse gênero existem várias espécies. Dentre as mais famosas estão a Vitis vinifera, Vitis labrusca, Vitis riparia, entre outras.
Para vocês terem noção da quantidade de uvas que existem, há aproximadamente 23 mil variedades de videiras catalogadas.
Os vinhos finos são feitos com uvas Vitis vinifera, que, em sua maioria, têm origem na Europa. As bagas são menores, a casca mais grossa e formam aromas mais complexos. O cultivo no Brasil é mais desafiador devido ao clima, porém nossos viticultores têm alcançado ótimos resultados, com muitas pesquisas, testes e dedicação.
São uvas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay, entre outras.
No Brasil os vinhos de mesa são feitos com uvas que não são as “viníferas”. Então, podem ser Vitis labrusca, Vitis riparia, entre outras. Você deve reconhecer nomes como Uva Niagara, Bordô ou Isabel. São variedades muito populares, sendo fáceis de encontrar no mercado, especialmente no verão.
Estas variedades são mais rústicas, com manejo mais fácil, produzem cachos maiores, são mais produtivas em geral, são bem adaptadas para o nosso clima e têm aromas intensos e característicos (basta sentir o próprio cheiro da uva).
Na legislação brasileira um vinho fino é feito com uvas viníferas (da Vitis vinifera). E podemos dizer que o vinho de mesa é feito com uvas americanas, já que a maioria das
uvas utilizadas são de origem do continente americano.
Em outros países é um pouco diferente. Na Europa, por exemplo, você pode encontrar um vinho de mesa com a uva Merlot, e isso significa que é um vinho simples. Não é permitido vinificação de uvas de mesa por lá.
De forma bem resumida, a diferença entre estes dois vinhos (no Brasil) está no tipo de uva com as quais estes vinhos são elaborados.
Há quem diga que vinhos de mesa não possuem qualidade. Na verdade, há vinhos bons e ruins para todos os lados, independente do preço e da uva.
Os vinhos de mesa dominam o mercado nacional. São vinhos mais simples de beber e não possuem estrutura para envelhecer. Se você é fã deste tipo de vinho, dê sempre preferência pela safra mais nova ao comprar uma garrafa.
Se você quiser fugir dos vinhos de mesa clássicos, temos vinhos incríveis de uvas brasileiras, como a Goethe, lá do vale das uvas Goethe, em Santa Catarina, ou Lorena.
Os vinhos finos são mais famosos e prestigiados devido ao potencial que podem alcançar. Como eles têm estrutura química diferente, nos proporcionam experiências diferentes.
Os aromas são mais ricos e em boca podemos ter maior presença de acidez, taninos, amargor, entre outros. Os vinhos desta classificação podem envelhecer (nem todos), ganhando mais complexidade nesse envelhecimento.

Leticia Zigiotto
Nasci e cresci em Marechal Cândido Rondon. Sou apaixonada pelo universo dos vinhos e me formei em Enologia pela Universidade Federal do Pampa.
*O enólogo é o profissional que estuda o vinho desde a preparação do solo para o cultivo da videira até a comercialização do vinho pronto. Em geral, conhecemos ele como o encarregado por tomar todas as decisões em relação aos vinhos dentro de uma vinícola.

Acompanhe pelo Instagram e Facebook:
https://www.instagram.com/abrindoagarrafa/
https://www.facebook.com/abrindoagarrafa
E-mail: leticiazigiotto@gmail.com