Arno Kunzler
Eleitores de Bolsonaro
Bolsonaro teve 70% dos votos dos eleitores de Marechal Cândido Rondon nas últimas eleições.
Ainda que os candidatos não admitam e não queiram transformar a eleição local num plebiscito entre ser a favor de Bolsonaro ou de Lula, é inegável que esse ingrediente vai orientar as campanhas.
Afinal, quem não gostaria de ser herdeiro desse patrimônio eleitoral?
Arion Nasihgil já estabeleceu sua condição de pré-candidato bolsonarista, não só por ter conquistado o PL, partido do ex-presidente, mas por ter fotografado e filmado ao lado dele pedindo apoio.
Seu maior rival, seja ele quem for representar o grupo do atual prefeito, também fará de tudo para representar o bolsonarismo local.
Lula terá candidato a prefeito em Marechal Cândido Rondon, obrigatoriamente.
Seus deputados e lideranças regionais precisam alguém para evitar que os lulistas tenham que votar num bolsonarista para prefeito.
Podemos ter, então, três candidaturas com forte apelo das lideranças nacionais.
Além disso, ainda persiste a luta do União Brasil em obter alguma liderança que tenha boa representatividade para entrar nessa disputa.
Os líderes regionais do União Brasil não querem ver o maior partido do município acabar nas mãos do prefeito Marcio Rauber, que já antecipou sua saída da legenda.
Essa decisão abriu caminho para que as lideranças do União Brasil (leia-se vereadores com pretensões) possam abrir uma dissidência, com candidato a prefeito ou não.
Não faltam interessados, difícil é encaminhar uma composição com alguma chance de sucesso, entre a esquerda, que terá um candidato, e a direita, com dois.
O ano de 2023 ainda não acabou, mas na política local já temos várias definições que normalmente seriam tomadas em 2024.
Talvez nunca antes na história política do município uma campanha a prefeito começou tão cedo.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
@arnokunzler
