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Arno Kunzler

Para onde vamos?

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Estamos visivelmente ensaiando os primeiros passos para depois de 2022.

Enquanto o presidente Bolsonaro assombrou o mundo com uma mobilização gigantesca de Norte a Sul, no outro dia decepcionou muitos dos seus aliados desdizendo o que havia prometido fazer.

Se foi um recuo estratégico para depois retomar a ofensiva contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e outras forças políticas ou se foi um recuo inevitável diante da incapacidade de fazer o que prometera, isso não sabemos ainda.

Mas, dependendo do que vai acontecer de agora em diante, com certeza vai influenciar o caminho que o eleitorado brasileiro vai trilhar para eleger o novo presidente em 2022, daqui a um ano.

Nem a euforia da esquerda, com os tropeços do presidente, e nem a reação da direita, na tentativa de descaracterizar o recuo, animam o mercado, que, sem dúvida, tem grande influência na escolha do nosso futuro.

O mercado é algo invisível fisicamente; não expressa palavras, mas indica caminhos e mexe com os interesses de muita gente.

Neste momento o mercado está assustado com as atitudes do presidente Bolsonaro, mas também não se anima com a perspectiva de crescimento do pré-candidato do PT.

O mercado quer governos com estabilidade, que negociam, que articulam soluções e não aqueles que mergulham no abismo da incerteza política.

O mercado é formado por muita gente, gente que pensa com frieza e age com interesses.

Aparentemente o mercado não existe no mundo político, que é formado pelos governos, Legislativos e Judiciário.

Porém, na prática diária todos estão envolvidos em maior ou menor escala com o mercado.

O mercado influencia diretamente o crescimento do país.

Se o mercado vê a política estabilizada e com perspectivas de se manter estabilizado. Ele oferece credibilidade aos investidores.

O investidor arrisca sem medo de perder dinheiro comprando as ações das empresas. Do contrário, prefere aplicar na especulação financeira de curtíssimo prazo.

Neste momento o mercado vê com preocupação a situação econômica do Brasil com inflação chegando aos dois dígitos, juros subindo e com perspectiva real de estagnação.

Os juros altos dificultam os novos investimentos, a inflação corrói os salários e a estagnação diminui as perspectivas de crescimento.

Os governos, especialmente federal e estaduais, começam uma guerra de acusações e versões sobre quem é o culpado.

O eleitor vai escolher um culpado, isso é certo. Quem? Não sei.

 

Arno Kunzler é jornalista e fundador do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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