A vida não é para brincadeiras

Chega uma hora que precisamos prestar atenção na vida, parar de ir rolando barranco abaixo, permitindo-se todo tipo de atitudes que só servem para desconstruir.

Muitos, com a desculpa de “só se vive uma vez”, passam a vida como se viver fosse um filme de aventuras em que a qualquer hora será possível parar e fazer de conta que nada existiu.

 

A vida não é para brincadeiras porque estamos construindo uma história e nela ficarão impressos todos os detalhes.  Então, tudo o que for excesso será registrado. Bebida demais, sexo irresponsável, brigas inúteis, perrengues de toda natureza e todo tipo de atitudes que tiram da racionalidade e equivalem o ser humano aos animais. Tudo fará parte de uma história da qual não temos como voltar e refazer de outro jeito.

 

A vida é exigente e quem pensa que é uma brincadeira e que tudo pode pagará um preço alto pela sua irresponsabilidade.

Não podemos usar o direito de ser livre para fazer tudo o que der vontade. A liberdade é para podermos fazer escolhas e não para sair por aí vivendo como se o mundo fosse acabar amanhã.

Infelizmente, vivemos tempos em que de tantos absurdos que vemos e ouvimos passamos a achar normal coisas que de normal não têm nada. Já não é mais só aceitar o que não pode ser mudado, como o direito do outro de ser como é. Estamos além de aceitando, copiando, admirando e normalizando pensamentos e atitudes ridículas e insanas. Muitas delas roubam a dignidade, o brilho, o futuro, projetos e sonhos, tornando-os humanos sem filtro, sem escolhas e sem rumo.

Precisamos de uma pausa para repensar como estamos absorvendo a vida, o que estamos permitindo que faça parte dos nossos dias, o que estamos replicando e o que estamos ensinando. Talvez esse seja um marco para encontrarmos um caminho em que construiremos uma história da qual no futuro poderemos nos orgulhar.

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

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