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Destino de paranaense condenado na Indonésia será selado na segunda

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O destino do surfista paranaense condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas será selado possivelmente amanhã em audiência de autoridades locais com a embaixada dos países de 11 sentenciados nas mesmas condições. A reunião, de caráter informativo, vai tratar dos casos de forma genérica, o que leva a supor que seja para definir o dia da execução de todos eles, já prevista para este mês. Contudo, um laudo psiquiátrico pode livrar da morte o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos.

Na terça-feira, uma junta de cinco psiquiatras visitou Gularte na prisão. No dia seguinte, o laudo assinado pelo chefe da equipe, o psiquiatra H. Soewadi, atesta que o paciente apresentou sintomas de transtorno mental crônico com diagnóstico de esquizofrenia paranoide e transtorno bipolar com características psicóticas.

Com base nas suas avaliações, o médico recomendou a internação imediata de Gularte para tratamento. Se aceito pela Suprema Corte da Indonésia, o laudo fará com que Gularte seja transferido da prisão na ilha de Nusakambangan para um hospital psiquiátrico. Pelas leis do país, uma pessoa não pode ser executada se não estiver em plenas condições físicas e mentais. Essa é a última chance de a família evitar a execução de Gularte. Todos os recursos até agora foram em vão.

O presidente indonésio Joko Widodo já havia rejeitado o pedido de clemência da presidente Dilma Roussef em favor de outro brasileiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, preso em 2003 ao tentar entrar na Indonésia com 13,4 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa-delta. Condenado, foi morto por fuzilamento no último dia 18 de janeiro. Gularte foi preso em julho de 2004 no aeroporto de Jacarta com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Seu pedido de clemência também foi negado.

Nas visitas, Clarisse Muxfeldt vinha notando a deterioração da saúde mental do filho. No ano passado ela contratou uma psicóloga para avaliá-lo e em janeiro a embaixada brasileira requereu a internação num hospital psiquiátrico baseada em um diagnóstico de psicose paranoica. Diante disso, o governo indonésio encomendou uma avaliação médica que não tivesse relação com a defesa de Gularte. O resultado foi o laudo assinado na quarta-feira pelo psiquiatra H. Soewadi, recomendando a internação.

Agora, em sua oitava viagem à Indonésia para ver o filho, Clarisse chegou no domingo à Indonésia junto com a sobrinha Angelita Muxfeldt. Desde a entrega do laudo pelo psiquiatra, elas correm atrás da assinatura do diretor do presídio, necessária para que o documento seja entregue à Suprema Corte. Mesmo que a data da execução seja decidida na audiência de segunda-feira com as embaixadas dos países dos condenados, ela pode ser comutada até o momento do fuzilamento.

Gularte tem se mostrado contrário à internação num hospital psiquiátrico. Diante disso, a família chegou a cogitar seu internamento compulsório. Ele está num mundo paralelo por causa da doença e não quer se internar porque acha que lá [na prisão] está mais seguro, diz a prima-irmã Lisiane Gularte de Carvalho.

 

 

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