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Dia da Doação de Órgãos busca aumentar número de doadores

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Hoje (27), é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data objetiva aumentar os números de doadores e informar a população da importância desta prática. Segundo Eliane Franco Arlindo, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) do Hospital Bom Jesus, a negativa das famílias em aceitar que o familiar seja um doador é ainda expressivo.

Ela destaca que médicos, enfermeiros e assistentes sociais compõem o Cihdott e realizam o trabalho de abordagem da família. “Porém, é um momento muito delicado, já que se encontram em momento de perda. Nestes casos, se a pessoa já deixou claro em vida que gostaria de ser um doador, este caminho pode ser facilitado”, observa Eliane.

A observação da enfermeira se deve ao fato a família do possível doador precisa autorizar o ato, se não, mesmo com o desejo da pessoa em vida, nada por der ser feito.

Em números

Em Toledo, o número de captações ainda é baixo: foram 13 doações no primeiro semestre deste ano e em 2012, o total foi de 21 órgãos, entre rins, córneas, válvulas cardíacas, ossos e globo ocular. A captação pode ser realizada no Hospital Bom Jesus, já o implante é realizado nas cidades para onde o órgão foi designado.

José Perandré Neto, médico urologista da Clínica Plena de Toledo, compõe a equipe – juntamente com Eduardo Gomes e Rafael Azambuja Patinõ Cruzatti – que acompanham os transplantes na cidade de Cascavel. “Quando está previsto um transplante, especialmente de rins, área específica da nossa atuação, somos acionados e acompanhamos o procedimento”, explica Perandré Neto.

O médico ressalta que a fila de espera para o transplante de rins é menor se comparado com outros órgãos. “Isso se explica em parcela pela maior disponibilidade do órgão quando comparado com outros”, finaliza.

Quem pode doar? 

Vítimas de morte encefálica são os principais doadores, no entanto, a falta de conhecimento sobre o assunto, por parte da família, pode prejudicar o processo de doação.

“É difícil para algumas pessoas entenderem, que após constatada a morte encefálica, a pessoa internada não vai mais reagir. Não é como um estado de coma, onde há possibilidade de melhora”, observa a coordenadora. A morte encefálica pode ser diagnosticada por traumatismo craniano e acidente vascular cerebral (AVC). “Paradas cardiorrespiratórias também podem resultar em uma captação de órgãos”, acrescenta.

Corrida contra o tempo

Os procedimentos completos são realizados entre um período de seis horas, aproximadamente. “Há uma fila de espera, coordenada pela Central de Transplantes, onde os órgãos captados aqui podem ser levados para outras cidades que estejam na fila”, explica Eliane.

Cada órgão tem um tempo máximo até ser transplantado. O coração, pâncreas e o pulmão, só sobrevivem por quatro horas entre a retirada e o transplante. Já o fígado resiste por até 24 horas e o rim, 48 horas. As córneas podem permanecer até seis dias fora do organismo, desde que mantidas em condições apropriadas.

Banco de Órgãos

Segundo dados do portal de saúde nacional, o Brasil possui hoje um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Com 548 estabelecimentos de saúde e 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes, o Sistema Nacional de Transplantes está presente em 25 estados do país, por meio das Centrais Estaduais de Transplantes. Já a fila para transplante atinge cerca de 60 mil pessoas em todo o Brasil.

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