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Escritor publica obra não autorizada sobre Leminski na internet

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 Dico Kremer/SEEC
‘Ninguém gostaria de ver Leminski sem falhas’, diz Pellegrini

O escritor paranaense Domingos Pellegrini decidiu espalhar o livro de memórias “Passeando por Paulo Leminski”, de sua autoria, pela internet. Ele enviou o original da obra para e-mails de amigos e contatos profissionais na terça-feira (15), depois de saber, segundo ele próprio, que as herdeiras de Leminski barraram a reedição da biografia “O Bandido Que Sabia Latim”, de Toninho Vaz, lançada originalmente em 2001.

O livro de Pellegrini também não pôde ser publicado porque a família de Leminski não concedeu autorização, diz ele. O advogado da família disse que as filhas do escritor só vão se pronunciar sobre as obras não autorizadas nesta quinta-feira (17).

Pellegrini afirma que o envio do livro “é uma forma de homenagear o amigo”. O escritor de Londrina conta que conviveu com o poeta por quase 17 anos. “Conversávamos muito, sobre os mais diversos assuntos. Eu ia até a casa dele, ele ia até a minha. Paulo é a pessoa mais inteligente com quem conversei”, diz.

O autor relata que foi convidado para escrever a o livro de memórias de Leminski e que, mesmo com a recusa da família, decidiu continuar o trabalho. “O objetivo deles é fazer uma biografia chapa-branca, coisa que o Paulo nunca foi. Por isso, recusei a proposta”.

A obra “Passeando por Paulo Leminski”, ressalta Pellegrini, não tem “nada de difamatório. Ao contrário, ilumina Leminski e o humaniza”. “Ele não escondia nada de ninguém. E ninguém gostaria de ver um Leminski ‘perfeito’, sem falhas. Ele tinha defeitos, e isso o humaniza ainda mais. Aliás, o Leminski sem os seus defeitos não seria o Leminski”, opina.

A família reclamou sobre uma suposta ênfase dada ao alcoolismo de Leminski, alega o escritor londrinense. “Ele bebia. Nunca escondeu isso. E, no texto, isso não é feito de forma exagerada, mas com dignidade”, explica.

Inicialmente, o livro foi enviado para cerca de 1,8 mil e-mails. Porém, Pellegrini acredita que já alcançou um número muito maior de pessoas. “Já que não foi possível publicar, decidi espalhar essa obra. E foi até melhor assim. Uma forma de prestar minha homenagem ao espírito libertário de Leminski”, afirmou.

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