Geral
Estudantes descobrem anatomia humana
Carina Ribeiro/OP |
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Laboratório de Anatomia Humana recebe estudantes de toda a região |
Ser ou não ser, eis a questão. O questionamento filosófico de Shakespeare em relação à vida ou à morte pode ser deveras denso para as aulas de Biologia do Ensino Fundamental. Porém, talvez não seja mais profundo do que o encontro com peças humanas que compõem as nossas próprias entranhas.
A experiência é proporcionada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, que durante o ano todo abre as portas para receber estudantes no Laboratório de Anatomia Humana. O tema pode parecer pesado tal qual o impacto do leitor desavisado que se depara com a dedicatória do personagem principal da obra Memórias Póstumas de Bras Cubas, do escritor Machado de Assis.
É necessário certo desprendimento e preparo para entrar em contato com órgãos e peças do corpo humano usados para fins didáticos na universidade. São virtudes que possuem a técnica em anatomia da Unioeste, Therezinha Alonso dos Reis, e ainda a técnica de biblioteca, Alice Maria Albrecht, que recepcionam os alunos de escolas de toda a região no laboratório.
Desde o início da visita elas informam que ali são recebidos cadáveres de indigentes, os quais possuem extrema relevância para a formação acadêmica dos estudantes do curso de Educação Física da Unioeste, além de permitirem a realização do projeto voltado a estudantes do Ensino Fundamental e Médio de estabelecimentos interessados.
O termo cadáver significa carne para alimentar vermes. No entanto, aqui eles não são para isso, mas sim para disseminação de conhecimento, salienta Therezinha.
Mesmo reconhecendo que o espaço pode causar asco nos visitantes, a técnica prepara e convida os alunos a acompanharem a explicação, entendendo que ela é útil para que os estudantes venham a fazer escolhas favoráveis à manutenção da saúde do corpo, ao longo da vida. Conhecendo o próprio corpo, as pessoas aprendem a se valorizar mais e cuidar bem dele, supõe.
Palestras
O projeto Mostra Permanente de Material Morfofisiológico é desenvolvido por agentes universitários da Unioeste a partir de palestras educacionais enriquecidas com a exposição de peças anatômicas humanas. O objetivo é levar autoconhecimento à comunidade sobre a necessidade de prevenção e manutenção da qualidade de vida almejada pelo ser humano.
Para levar turmas ao laboratório é necessário agendar visita com antecedência, sendo que as palestras têm duração média de uma hora. Contatos podem ser feitos pelo (45) 3284-7856.